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Notícia
13/02/2018 | Luiz Santos: Com Cristo na Cruz Rumo à Páscoa

Iniciamos nesta quarta-feira o tempo quaresmal, tempo litúrgico que serve de preparação para a solenidade da Páscoa da Ressurreição. Muitos são os motivos justificáveis pelos quais a maioria dos cristãos protestantes, reformados e evangélicos não observe essa estação do ano cristão. É fato que muitos exageros e superstições encontram abrigo nesses dias, que de especiais e místicos não têm nada mesmo. Todavia, se bem contextualizado na dinâmica da vida comunitária e na leitura atenta e criteriosa das Escrituras, podemos haurir grande proveito para as nossas almas e para o incremento de nossa espiritualidade. O primeiro domingo do tempo em preparação à Páscoa geralmente traz à meditação dos crentes o episódio da tentação de Jesus no deserto, conforme narrada pelas tradições de Mateus 4. 1-11 e Lucas 4. 1-13. Essa passagem da vida de Jesus é muito significativa para toda a narrativa do cânon das Escrituras Sagradas. Jesus é submetido a prova, é testado nos mesmos moldes de Israel, povo escolhido e povo da Aliança. Israel fraquejou e cedeu à tentação inúmeras vezes em sua peregrinação pelo deserto, como relata por exemplo, os livros do Êxodo, Números e Deuteronômio. Do bezerro de ouro, às murmurações e as muitas provas de incredulidade, Israel jamais foi capaz de dar provas cabais de seu amor e de sua obediência. Mas, podemos retroceder no drama da redenção e encontraremos Adão, nosso primeiro representante, sendo submetido ao teste da fidelidade e juntamente com Eva sendo reprovado. Jesus, o novo Adão e o ‘filho mais ilustre de Israel’, posto que é também seu verdadeiro Rei e representante, passa ileso pela tentação, vence a Satanás que se retira até a ocasião do teste supremo da cruz (também aqui cada cristão foi representado). Esse episódio, sabiamente colocado no início da preparação para a Páscoa, dá sentido ao período litúrgico em questão. A Igreja cristã como mãe e mestra sabe muito bem que seus filhos santos e pecadores, nem sempre passam e vencem as muitas provas e tentações a que são submetidos e ainda, devido as muitas ocupações e distrações presentes no itinerário da fé, nem sempre as feridas abertas pelo pecado recebem o devido tratamento e a devida atenção por parte dos crentes. O tempo quaresmal é um tempo medicinal. Os cristãos são convidados nas celebrações dominicais e nas sugestões do lecionário cristão ferial (isto é, leituras sugeridas em conexão com período litúrgico e o tema dominical), a refletirem sobre o estado geral e atual de sua devoção, de sua santificação progressiva, bem como de suas lutas, amparados pela graça, contra os pecados atuais e as tentações sempre presentes. Evidentemente que em todo o tempo o cristão deve orar e vigiar, a todo momento o crente deve progredir em santificação e crescer na graça e no conhecimento. Todavia, nada impede que tiremos um período mais intenso e específico para, com a condução da narrativa bíblica e a iluminação do Espírito Santo, oferecer um tratamento mais específico para os males e as enfermidades do pecado que restam em nós como escórias em nossos corações. Podemos, usando com certa liberdade o texto bíblico, fundamentar a pedagogia espiritual desse tempo em preparação para a celebração da Páscoa com os seguintes conselhos da Palavra de Deus: “Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado” (1 Coríntios 5:7) e ainda: “Nesse meio tempo, tendo-se juntado uma multidão de milhares de pessoas, a ponto de se atropelarem umas às outras, Jesus começou a falar primeiramente aos seus discípulos, dizendo: Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lucas 12:1). Precisamos vasculhar sempre em nossos corações e retirar dele o velho fermento da maldade, do engano, do orgulho, da jactância, da malícia e etc. Devemos também tomar cuidado com uma vida religiosa hipócrita, escondida no formalismo de um coração frio e desafeiçoado para com o Senhor e o irmãos. Devemos tomar cuidado, inclusive, para que o próprio tempo quaresmal não se transforme na busca de autogratificação e no letal exercício da justiça própria, intentando ter vida cristã saudável e aprovada com base no esforço pessoal. Essa estação litúrgica tem a intenção de levar-nos a maior consideração para com a maravilhosa graça fundada nos feitos de Cristo que venceu o mal, o pecado e a morte em nosso favor e em nosso lugar. E mais, demostrar piedosa gratidão ao Pai que dignou-se imputar os méritos da vida vitoriosa de Cristo a nós. Nesse contexto, a preparação para Páscoa outra coisa não é, do que a oferta do nosso amor adorante ao Senhor na busca sincera de uma vida que deseja agradá-lo.

Rev. Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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