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Itapira, 19 de Abril de 2024
Notícia
30/06/2016 | Luiz Santos: Igreja Reformada?

 

 

 

“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra...” (Lc 2.14).

Essa é uma pergunta muito recorrente. Ela vem sempre à tona quando abordamos alguém na evangelização pessoal, depois de anunciarmos Cristo e o Evangelho, quando nos apresentamos. Também durante o tempo de instrução catecumenal em preparação para o batismo e a profissão de fé alguém costuma perguntar o que queremos dizer com Reformado, ou o seu correlato, calvinista. Mas, mesmo entre os cristãos professos de longa data em nossas fileiras ou irmãos evangélicos de outras denominações, também ‘se e nos’ interrogam a respeito do quê exatamente estamos falando. Evidentemente que quando falamos de Igreja Reformada estamos nos referindo às nossas raízes históricas que voltam ao movimento do século XVI iniciado por Martinho Lutero e suas redescobertas Bíblicas. Todavia, para clareza metodológica, não podemos deixar de mencionar que bem cedo os que pertenciam a esse movimento de Reforma da Igreja então estabelecida, discordaram em ênfase e algumas vezes em substância, no processo de ler as Escrituras e aplicar as Reformas à Igreja e à vida como um todo. Dentre essas discordâncias sobressai o grupo liderado por João Calvino e sua influência exercida sobre as igrejas na Holanda, França, Suíça, Hungria, Escócia, Inglaterra, uma parte da Alemanha e etc. As igrejas desses países ficaram conhecidas como Reformadas enquanto que na Alemanha receberam o nome de Protestantes ou Luteranos. A obra magna que impulsiona as Igrejas Reformadas é “As Instituições da Religião Cristã” de João Calvino cuja edição final é de 1559. A partir dessa obra e dos resultados das investigações Bíblicas e de fontes patrísticas, a Igreja Reformada foi ganhando rosto, forma, vida e enraizando-se na cultura e no contexto geral de seu tempo e nação de origem.  Essas Igrejas possuem, grosso modo, seis aspectos distintivos de sua Teologia, vida, celebração e prática, a saber: As Escrituras, A Soberania de Deus, A Aliança, A Lei de Deus, A Igreja, e o Reino de Deus. Tudo na Igreja Reformada começa pelo altíssimo apreço que se tem pelas Escrituras como a única fonte autoritativa e inerrante da Revelação de Deus, de sua vontade e de seu padrão para a totalidade da vida humana. Nas Igrejas Reformadas a infalibilidade pertence à Bíblia e não á igreja ou a um líder. Não é a Igreja que determina o que ensina das Escrituras, mas a as Escrituras determinam o que a Igreja pode ensinar, é só uma questão de reconhecimento. A doutrina mais amada e mais importante nessas Igrejas é a Soberania de Deus. Estabelecida a existência de Deus como revelada nas Escrituras a Igreja professa que este Deus é providente e que a tudo governa e preside sem que coisa alguma escape de seu conhecimento, vontade e decreto. Da criação á salvação não há evento desconectado dessa soberania. Essa doutrina não destrói a responsabilidade humana, antes, entendemos e aceitamos o paradoxo dessas duas verdades Bíblicas que são claramente ensinadas e ainda nos escapam á compreensão em face de nossa finitude, imperfeição e pecado. O conceito de Aliança ou pacto significa que o homem foi criado para viver numa relação de amor, amizade e obediência com um Deus gracioso. E que, não obstante a ofensa da Queda, Deus tomou a iniciativa de reconstruir em Cristo uma relação de graça, amizade e amor com o seu povo, a Igreja. Essa Aliança ou pacto possui Leis estabelecidas por Deus. A Lei de Deus ocupa o centro da ética das Igrejas Reformadas. A Lei serve para denunciar o mal na sociedade, constranger as consciências e refrear o mal nos corações e levar os corações crentes à dócil obediência, busca da justiça e gratidão para com Deus no amor ao próximo. Outro tema é a Igreja. As marcas de uma igreja verdadeira constituem na pregação fiel (e exclusiva) das Escrituras Sagradas, a celebração fiel dos dois únicos sacramentos ordenados por Cristo: Batismo e Ceia e a administração da Disciplina para a pureza da Igreja e a restauração dos crentes pecadores. Nas Igrejas Reformadas somente Cristo é reconhecido como cabeça e chefe. Quer na igreja visível, localmente organizada, quer a invisível, presente na contagem universal dos salvos, é sempre Cristo quem ordena, determina, comunica graça, abençoa e dirige. Os oficiais governam em seu Nome e nada possuem de si mesmo. A visão de que o Reino de Deus transcende a Igreja e o mundo é uma das características da Igreja Reformada. Existimos como representantes do Reino e em nome daquilo que ele é e traz, procuramos desde agora implantar no mundo o que dele já experimentamos como novas criaturas em Cristo. Sua justiça, sua paz e sua verdade devem influenciar a toda a sociedade humana. A Igreja Reformada é a Igreja de Cristo. Cristo vivo, Cristo-Palavra, Cristo-Padrão ético, Cristo vida para o mundo.

 

Reverendo Luiz Fernando é ministro da Igreja Presbiteriana em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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