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23/05/2017 | Luiz Santos: Igreja Simples

Igreja Simples é um conceito e um movimento muito presente no pensamento acadêmico e missiológico nos últimos tempos. Para tentar compreender a contento o que o conceito abrange, precisamos antes pensar o que é uma ‘Igreja Não Simples’. Uma ‘Igreja Não Simples’ começa a complicar-se pela noção de liderança que ele desenvolve e pratica. Igrejas que são lideradas no estilo gerencial de uma corporação financeira, uma empresa, onde o orçamento, as planilhas e gráficos demonstrativos sobre a captação de recursos, planejamentos estratégicos, ocupam o centro das discussões. É uma igreja que vive mais como uma organização do que como um organismo. Essa igreja vive da ‘numerolatria’, isto é, tudo se explica por estatísticas, balancetes e metas alcançadas. Claro que os recursos são desejáveis e bem-vindos. Óbvio que organização e zelo andam de mãos dadas. Todavia, a administração deve ser uma preocupação subordinada e não coordenadora da vida eclesial. Uma ‘Igreja Não Simples’ organiza-se em termos de eventos. Sua agenda está carregada de coisas para se fazer, muitas vezes em forma de entretenimento e socialização. A grande preocupação é oferecer algo que faça valer à pena as pessoas permanecerem arroladas naquela comunidade. Assim, jantares, encontros, passeios, atrações da subcultura cristã, de gosto duvidoso e etc., são concebidos para dar ‘vida’ à comunidade. Esse tipo de concepção de igreja valoriza imensamente o ativismo e o pragmatismo. O importante é ter uma agenda cheia. Uma ‘Igreja Não Simples’ é uma igreja autocentrada, ela sente a imensa necessidade de satisfazer os seus membros, suas programações sempre oferecem alguma vantagem para a fidelização do cliente. Assim, há sempre uma supervalorização das sociedades internas e até mesmo o ensino formal é pensado em categorias subjetivas: o que os alunos querem aprender ou que assunto eles demostram maior interesse. Por último, apenas para não estender o assunto, uma ‘Igreja Não Simples’, usa expedientes e medidas diferentes das Escrituras na hora de escolher os seus líderes. Posição social, influência familiar, situação financeira, formação acadêmica e outros são mais valorizados que os requisitos bíblicos indispensáveis. Então, o que seria uma Igreja Simples? A liderança da igreja se entende como servidora. Esta liderança se coloca a serviço da comunidade para buscar o cuidado e o bem de seus irmãos. A Igreja é pensada em termos de corpo, comunidade-comunhão, de cuidado, bem-estar e desenvolvimento humano e espiritual das pessoas. As relações com o orçamento são vividas em categorias de mordomia, generosidade, sacrifício espiritual e diaconia. A Igreja Simples gasta o mínimo necessário com templos, salas, reformas, aquisições de móveis e imóveis. Procura funcionalidade, ainda que não abra mão da reverência. Seu maior investimento e todo o seu orçamento é dirigido para que haja na comunidade pregação, treinamento e ensino de excelência. O que significa dizer, contratar pastores proficientes, investir em formação e qualificação dos obreiros em geral, contribuir para as missões com consistência e regularidade. Uma igreja Simples, usará a maior parte dos seus recursos para abençoar os que estão do lado de fora de seus muros. Outra característica da Igreja Simples é a vivência do essencial do Evangelho como estilo de vida, isto é, fazer discípulos. O centro da Grande Comissão e o resultado prático da ressurreição é o nascimento de uma comunidade de discípulos-discipuladores. Esta é a tarefa dada por Jesus antes de Ascender aos céus. Desde logo, compreendemos que Uma Igreja Simples é centrada no Evangelho, tudo é pensado para que o Evangelho seja pregado, ensinado, vivido e testemunhado.  Na Igreja Simples sobra tempo para que os membros possam ter vida relacional e social fora do reduto cristão a fim de que o Evangelho possa ser difundido. A agenda da Igreja Simples é de tal maneira organizada, que os crentes tenham tempo em quantidade e qualidade para viver o Evangelho na família, testemunhar para os amigos, ensinar para os interessados e dar provas e sinais de sua nova vida junto aos seus colegas no trabalho ou na Universidade. Ela se vê menos reunida e mais em missão. Para concluir essa breve reflexão, as lideranças da Igreja Simples são escolhidas dentre aqueles que demonstram maior maturidade no discipulado. Suas qualificações podem ser um ‘plus’, porém, não a causa de sua investidura. Aquelas qualificações do Novo Testamento são tão suficientes quanto indispensáveis. Sonhemos todos com um Evangelho Simples para sermos Simplesmente Igreja dos discípulos de Jesus Cristo.

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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