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Itapira, 30 de Mar�o de 2024
Notícia
03/07/2018 | Luiz Santos: Mar aberto

O Evangelho de Lucas também é conhecido como o primeiro tomo do Evangelho do Espírito Santo. Isso porque Lucas dá atenção especial à participação do Espírito Santo no ministério público de Jesus Cristo em seu evangelho. O mesmo fará o piedoso médico quanto ao protagonismo e a cooperação do Espírito Santo na missão da igreja em Atos dos Apóstolos. A similaridade dos acontecimentos chega a impressionar. No batismo o Espírito Santo paira, desce sobre Jesus e este inaugura o seu ministério diante dos homens. Em Pentecoste o Espírito repousa sobre a igreja e essa inicia a sua missão para as Nações. A Missão do Espírito nos dois livros, embora separados pelo Canon, é uma só, fazer com que a Palavra de Deus seja ouvida, acolhida, crida e praticada. A igreja do Espírito é antes de tudo a comunidade do Verbo, a comunidade da Palavra. O Espírito Santo anima, impulsiona, empodera, dirige e corrige a igreja mediante a pregação da Palavra de Deus. É sempre em atenção, em obediência à Palavra que a igreja se torna uma realidade espiritual. O Pentecostes não tem muito a ver com fenômenos espirituais. Uma igreja ‘pentecostal’, isto é, avivada pela presença do Espírito Santo não é aquela comunidade onde acontecem experiências sobrenaturais aos borbotões ou experiências sensoriais e místicas sem conta e sem controle. Onde o Espírito age com poder e graça, a Palavra de Deus exposta, orada, cantada, sistematizada é desejada, crida, obedecida, divulgada. No evangelho de Lucas encontramos a seguinte passagem: “Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré, e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a palavra de Deus. Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes. Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo. Tendo acabado de falar, disse a Simão: ‘Vá para onde as águas são mais fundas’, e a todos: ‘Lancem as redes para a pesca’. Simão respondeu: ‘Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, por causa da tua palavra, vou lançar as redes’. Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixe que as redes começaram a rasgar-se” (Lc 5.1-6). A lógica do texto é desconcertante bem como o seu contexto. Pedro, pescador de profissão, sabia que o mar não estava para peixe naquele dia. Ele e seus companheiros haviam se esforçado o quanto puderam e viram toda a sua perícia dar em nada. À ordem de Jesus e em atenção à sua Palavra, lançam-se novamente ao mar. O milagre está inextricavelmente ligado à obediência à Palavra proferida. O milagre apenas evidenciou o poder da Palavra de Jesus. A igreja cristã continua sendo ordenada a se dirigir ao mar aberto, às águas mais profundas, onde estão os cardumes mais numerosos, mais preciosos e mais difíceis de serem pescados. Esse mar aberto são os confins da Terra, as nações, povos e tribos sem a presença efetiva do Evangelho, com uma presença quase inexistente de cristãos, quando não inexistem de fato. A igreja deve dirigir-se para essas águas profundas porque ouviu, acolheu, entendeu a Palavra de Deus e por causa dela, e só por isso, deve abandonar o porto das seguranças humanas e as águas rasas de um ministério de conservação e de manutenção da vida religiosa dos crentes. É fácil transformar o ministério e a vida comunitária numa espécie de capelania da subcultura cristã. Onde a Palavra é pregada com fidelidade e desassombro os ‘ventos do Espírito Santo dão contra as velas’ da Igreja levando-a a singrar o mar aberto do mundo lançando as redes do Evangelho. Ainda hoje devemos nos colocar na posição de Pedro. Devemos declarar que os nossos esforços dão em nada e ainda que possuamos alguma destreza, somos sempre insuficientes para a obra. Mas, como Pedro, devemos obedecer por causa da Palavra de Jesus. Pois, onde está a Palavra, está também o Verbo. E se Jesus está conosco na barca a pescaria será um sucesso estrondoso. Jogar as redes é dever dos discípulos. Encher as redes é uma tarefa do Espírito Santo quando os discípulos obedecem à Palavra de Jesus. Se queremos experimentar o poder do Espírito Santo não há outra coisa a ser feita do que nos submeter à exposição das Escrituras. Se queremos ver milagres de vidas convertidas e santificadas, obedeçamos à Palavra e com Jesus, enfrentemos o mar aberto.

Reverendo Luiz Fernando é ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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