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Itapira, 19 de Abril de 2024
Notícia
09/07/2018 | Luiz Santos: O Ícone da Palavra

A Palavra de Deus tem rosto, tem identidade humana, entrou no tempo e ocupou um espaço entre nós na Encarnação de Jesus Cristo. Como os gregos presentes em Jerusalém queremos ver Jesus (Jo 12. 20-21), e Jesus pode ser encontrado de maneira salvífica e santificante nas Sagradas Escrituras. Nenhuma experiência feita de Jesus Cristo à parte da Palavra pode ser suficiente para a salvação de um pecador. O grande Jerônimo, ‘Pai da Igreja’ e tradutor da Bíblia já dizia: “Ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo”. Talvez seja exatamente por isso que o livro do Apocalipse traz uma cena surpreendente: “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Dou-lhe este aconselho: Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.14-22). Repare que Jesus dirige essas palavras a uma igreja reunida e Ele, Jesus, está do lado de fora batendo à porta e dirigindo sua palavra à igreja que parece não ouvir. Incrível como essa realidade é mais frequente do que se imagina. Onde a Palavra não é prestigiada com exposições e estudos profundos e criteriosos e outros programas assumem a centralidade e o controle do culto, por exemplo, aos poucos Jesus vai sendo conduzido para fora da igreja. Ele vai se tornando um ilustre desconhecido dos ‘adoradores’. Conquanto Ele seja invocado e seu nome seja usado como o termo de encerramento das orações, ainda sim esse Jesus pode muito bem ser uma fabricação idólatra da mente desabastecida da Palavra de Deus. Em muitos contextos cristãos (ou deveríamos chamar de pseudo-cristãos), tanto o ‘Evangelho’ como o ‘Cristo’ pregado não são aqueles das Escrituras canônicas. Não é aquele Cristo que foi gerado não criado, consubstancial ao Pai que se encarnou no ventre de Maria e se fez homem, como ensina o credo Niceno. Não é aquele que sendo Deus esvaziou-se e se fez em forma de escravo e foi obediente até a morte de Cruz, da carta aos Filipenses 2.8. Nem de longe lembra o homem das dores, o que livremente aceitou carregar as nossas cargas, enfermidades e pecados, do profeta Isaías 53 e livremente ainda morreu na cruz em nosso favor e em nosso lugar. O Jesus ‘extra-bíblico’ também não ressuscitou ao terceiro dia (1 Co 15.4) e não subiu às alturas e se assentou à direita da majestade nos céus. O ‘Jesus’ que usurpa o lugar do Rei é um milagreiro barato que não exige conversão. É um mago das finanças que ensina a avareza e o egoísmo, um guru do amor que se esgota em prazer e não sabe o que é sacrifício, um curandeiro, um charlatão que vende produtos benzidos que prometem curas e milagres. Entretanto, o Jesus que nos revela o rosto paterno de Deus, em quem habita a plenitude da divindade, que perdoa os pecados e nos convida à perfeição dos filhos de Deus. Esse Jesus mandou-nos ler, estudar a Bíblia: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39); e  disse que sábio é o homem que escuta e pratica a sua palavra: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt 7.24). Assim, como ensinou Lutero: “Ainda que chova milagres numa igreja onde a Bíblia não é ensinada, um cristão não deve permanecer nela”. Deseje ver Jesus, deseje ver a glória de Deus que reflete na face de Cristo, deseje ler as Escrituras com diligência, com dependência da iluminação do Espírito e você verá impressa em sua alma a dulcíssima imagem de Cristo nosso Salvador.

Reverendo Luiz Fernando é ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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