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03/07/2019 | Luiz Santos: O imperativo da vida em comunidade: a Igreja

Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum” (At 2. 41-44).

 

Vivemos dias em que uma perigosa releitura da vida cristã tem se imposto com força e causado não poucos dissabores aos discípulos de Cristo. Falo do “desigrejismo”  um movimento que sempre existiu na igreja, porém não tão organizado e sofisticado como agora. Sempre houve pessoas que pelos motivos mais diversos abandonam a vida em comunidade, a vida de e na igreja. E isso, desde os dias apostólicos: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia (Hb 10.25). Nunca é fácil tratar desse assunto sem cometer algum tipo de leviandade ou pecar contra a caridade. Verdadeiramente existem irmãos que deixam as nossas comunidades porque foram machucados pela liderança. E as chances de uma ovelha ser machucada, ofendida e tratada com dureza pelos oficiais da igreja é um perigo real e constante, daí o conselho de Pedro:Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho” (1Pe 5.1-3). Infelizmente é possível o desentendimento  entre irmãos que compromete a amizade e a convivência fraterna, como no caso de duas mulheres na Igreja Primitiva:O que eu rogo a Evódia e também a Síntique é que vivam em harmonia no Senhor. Sim, e peço a você, leal companheiro de jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus demais cooperadores” (Fl 4.2,3). Não sabemos exatamente o que ocorreu entre essas duas servas do Senhor, mas o fato permanece de que Paulo pediu a ajuda de um mediador para que ambas fizessem as pazes. Também é verdade que uma comunidade legalista e moralista pode afastar, mas uma igreja licenciosa e liberal também pode desestimular os crentes que desejam uma vida mais centrada na Palavra. Todas essas coisas são verdadeiras e devemos estar muito atentos a elas e tratá-las da maneira conveniente no Evangelho. Entretanto, o “desigrejismo” começa a assumir ares de doutrina, de uma falsa doutrina, diga-se de passagem. Quase de configurado a uma nova heresia. Não são poucos os sites, canais no youtube e mesmo publicações que decretam a obsolescência da vida em comum, tanto quanto a indefectível desnecessidade da igreja para uma experiência real e frutuosa com Cristo. Vivem um evangelho virtual a partir dos ‘podcasts’, pregações e conferências online e cultos transmitidos ao vivo. Essas coisas não são más em si mesmas e oxalá outras tantas produções de excelência bíblica e teológica infestassem o ‘ciberespaço’. Mas, essa tecnologia tem sido usada como um bom argumento para os defensores “desigrejismo” e num primeiro sentido parece até mesmo ser algo piedoso, providencial e um ministério de amor pelos irmãos machucados e nem sempre devidamente tratados. Entretanto, como não há neutralidade em coisa alguma da criação e sobretudo da manipulação da criação humana, essa tecnologia tem servido para que irmãos nem sempre bem intencionados, querem dar à experiência cristã uma nova perspectiva. A perspectiva de que eu devo controlar até onde quero ou posso suportar do Evangelho. Assim, fica fácil escolher quando, onde e quem ouvir pregar. Fica em poder o que quero ou não ouvir da pregação. Basta apertar o “pause” ou simplesmente procurar um outro canal. Quanto ao dever de nos relacionar como uma comunidade fraterna e exercer mutuamente os nossos dons, o que se tem testemunhado é uma verdadeira fogueira das vaidades, ataques pessoais destituídos de amor, de falta de tolerância e ausência de humildade. Os ‘desigrejados’ vivem um cristianismo amorfo, aerado, descomprometido com o testemunho pessoal, o ministério local e as missões. Não se colocam sob a autoridade estabelecida por Cristo na Igreja, não se colocam aos pés dos irmãos para servir e não de deixam confrontar desarmados por uma pregação que não podem controlar. Não nos enganemos, o resultado direto da cruz e da ressurreição pode ser vista em Pentecostes. Fomos resgatados, purificados e santificados para ser e viver na igreja, ainda que seja um lugar perigoso devido ao ajuntamento de muitos pecadores. Mas, ainda sim, é o melhor lugar do mundo para se fazer a experiência da salvação, pois os pecadores ali ajuntados, ainda que pecadores, foram lavados no sangue do Cordeiro e agora marcham juntos indo aonde ele for!

 

Reverendo Luiz Fernando Dos Santos é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira.



Fonte: Luiz Santos

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