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17/12/2014 | Luiz Santos: Salvem o Natal

 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1.11)

O sentido do Natal está comprometido, diria mesmo completamente corrompido. Mesmo o Papai Noel, uma caricatura da última reminiscência cristã que fazia pálida alusão ao bispo Nicolau, tem perdido espaço. O mercado mostra toda a sua força e manipula esta festa cristã, hoje sem a menor sombra de dúvida, pagã. Outros temas são introduzidos a cada ano, ‘Natal da Sereia Uriel’, ‘Natal dos Smurfs’, ‘Natal dos Simpsons’ e etc., ambientam praças, centros comerciais, lojas de departamentos e Shopping Centers. Em ornamentos de algumas casas de alguns cristãos é possível encontrar estes alienígenas junto à árvore de Natal. E, não adianta culpar a cultura pós-moderna e pós-cristã. Não adianta muito culpar apenas a voracidade do ídolo do consumo e da religião do mercado. De fato, eles têm lá a sua influência.

Contudo a culpa é, antes de tudo, dos cristãos. Nós mesmos ao longo dos anos fomos banalizando esta festa. Fomos transformando as cantatas com músicas e melodias que ‘romancevam’ demais o evento da encarnação. Em nossos teatros natalinos contextualizamos de mais a mensagem introduzindo enredos por demais ‘sociolojizados’ ou politizados explorando temas como as drogas, o álcool, famílias disfuncionais, discriminação racial e toda sorte de argumentos do politicamente correto e do libertacionismo.

Em meio a tudo isso a mensagem simples, central e natural do Natal foi perdendo força e empalidecendo sob estes arranjos todos. Mesmo o tão criticado presépio criado por Francisco de Assis já não tem mais a manjedoura como centro e o menino nela deitado. A criatividade é tanta que da favela à fábrica da Coca-Cola, passando pelo “universo paralelo” dos estúdios de animação de Hollywood, tudo corrobora para que Jesus não seja mais a atração principal. Faça uma visita a qualquer exposição de presépios e você entenderá o que eu digo.

Somente os cristãos deveriam poder celebrar com propriedade, entusiasmo, consciência e digamos alegria esta festa. E, isso deveria acontecer a partir das famílias em seu culto doméstico, em sua devocional em família ou particular, debruçarem-se sobre os textos bíblicos desde Gênesis 3.15 até as narrativas do nascimento em Mateus e Lucas para retroalimentarem a sua certeza alegria pelo evento mais inaudito da história, a Encarnação do Verbo, o Deus humanado em Jesus, o maravilhoso intercâmbio de dons entre o céu e a terra que resultou em nossa redenção.

As Igrejas deveriam trocar as suas programações natalinas em forma de entretenimento cultural e cosmético religioso superficial que intenta emocionar e pouco comunica o conteúdo das Escrituras, e aproveitar a ocasião para ser mais “agressiva” no anúncio vigoroso da verdade mais central do Natal: ‘E Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho’ (Jo 3.16 ss). Deveríamos ser o mais cristocêntricos e cristológicos possíveis a partir das Escrituras nestes dias e devolver ao senso comum dos homens, das crianças e dos que nos visitam que o Natal só é Natal porque Deus o Pai cumpriu as suas promessas. Porque os profetas não se enganaram e não mentiram. Que os sacrifícios do Antigo Testamento diziam respeito a este ‘Menino’ comemorado nesta festa. Deveríamos ser criativos, mais criativos do que temos sido até aqui para contar esta narrativa, contar esta velha história não de maneira que emocione, mas que desafie as pessoas, inclusive crentes, a se reposicionarem diante de Jesus Cristo como Senhor.

Fomos nós os cristãos e mais ninguém que tornamos o Natal inofensivo, encantador, lúdico, ‘mágico’, e até meio melancólico, porém inconsistente, necessário de muitas capitulações culturais para manter-se atraente. Sei que a maioria dos meus colegas pastores não concorda comigo. Sei também que o lugar a partir do qual escrevo não é exatamente apropriado para uma análise mais profunda, escrevo como extensão das minhas preocupações pastorais. Sei também que outros ramos do cristianismo evangélico tudo o que desejam é o fim desta comemoração. Tanto uns como outros só corroboram com as minhas intuições a cima. Nós cristãos e nossa Igrejas é quem deveríamos dar o tom, a cor, o ritmo e a mensagem do Natal, a final de contas, a quem foi confiada a mensagem da Salvação?  “... a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade” (1 Tm 3.15)!  

Desejo a todos um Santo e Feliz Natal de Jesus Cristo Salvador e Senhor dos que creem.

Reverendo Luiz Fernando

É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

 

Fonte: Luiz Santos

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