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Itapira, 24 de Abril de 2024
Notícia
11/07/2016 | Meno cria uma “ópera rock caipira” em seu terceiro disco

 

 Barriga de 7 Janta narra a saga do andarilho Dico, com participação especial de Romulo Froes

 “Nasceu o moleque Dico,

nasceu de Maria Antônia,

nasceu de Seu Cassemiro,

nasceu pra virar história”.

 

Meno traz a Itapira o lançamento do seu terceiro álbum, chamado “Barriga de 7 Janta”. O show acontece na FEPASA, no domingo, dia 17/07 a partir de 16h com entrada gratuita. No palco, a banda é formada por: Meno (violão e voz), Otavio Carvalho (baixo), Allen Alencar (guitarra), Marcelo Effori (bateria). Haverá a participação especial de Zé Pi, músico e irmão mais novo do Meno, que lançou ano passado um dos discos mais elogiados do ano, “Rizar”. Os dois são bisnetos de Menotti del Picchia, poeta modernista, nascido em Itapira. No show, inclusive, os irmãos vão cantar a música Pigarço, que está no “Barriga” e é uma adaptação de um poema de Menotti. Ou seja: será o encontro do bisavô com os avôs na terra onde ele nasceu!

 

Mas que história é essa? É isso que Meno Del Picchia pensava quando ouvia os avós conversarem sobre um tal tio Dico, sapateiro respeitado, que um dia deixou a família na pequena Ipaussú (SP) e sumiu no mundo. A única informação que eles tinham era que Dico virara andarilho. Essa história nunca saiu da cabeça de Meno e é o tema central de Barriga de 7 Janta, terceiro disco do músico paulistano. Em 14 faixas inéditas, Meno fantasia o que aconteceu com Dico. Por que ele decidiu abandonar tudo, se tinha família, esposa, trabalho, uma vida? O que lhe passou ao cair na estrada?

 

Traduzindo todo este clima para o universo da canção, Meno elabora uma atmosfera sonora que remete à filmes cheios de solidão e poeira, como “Paris, Texas” e “Nebraska”. A partir de instrumentos de corda, especialmente violão e viola, apoiados em percussão e bateria, Meno e sua banda de músicos notáveis da cena paulistana – Marcelo Effori (bateria), Allen Alencar (guitarra) e Otavio Carvalho (teclados e programações), que o acompanham desde o disco anterior, o elogiado “Macaco Sem Pelo” (2013) – constroem uma espécie de “ópera rock caipira”. Faixa a faixa, o ouvinte é convidado a conhecer a infância de Dico, sua passagem para adolescência e seu encontro com Sabrina, a mulher de sua vida.

 

Em “Barriga de 7 Janta”, Meno se distancia do carimbó e das referências africanas que permeavam os discos anteriores, para mergulhar em um universo de cordas buscando o coração da música caipira, mais próximo ao gênero da moda de viola. Instrumentista de longa caminhada, Meno também descobre nesse disco arranjos crus e ruidosos, tecidos com letras fortemente imagéticas, ao lado dos silêncios da estrada.

 

Segundo Meno, o que mais lhe atraía na história de Dico eram as razões que o levaram a largar tudo, e que nunca foram compreendidas. “A escolha de Dico era uma busca por liberdade? Por aventura, inconformismo? Coragem, covardia? O disco tenta narrar porque o sapateiro Dico se transformou no andarilho Barriga de 7 Janta”.

 

O título do disco também é memória. A expressão foi escutada por Meno nas ruas de São Paulo e cruzou-se com a imaginação sobre Dico: “Barriga de 7 Janta fala de uma pessoa que é tão magra que parece que só jantou sete vezes na vida”.

Se na história de Dico a solidão dá o tom, no disco, Meno se cercou de um verdadeiro time de músicos e amigos. São 10 participações especiais: em “Correnteza”, Romulo Fróes cantou sua primeira parceria com Meno; Saulo Duarte tocou guitarra e cantou “Jacaré”; Rodrigo Caçapa criou o arranjo de “Primo Raimundo”; e ainda se escuta Ricardo Herz, Lu Horta, Juliana Perdigão, Thiago França, Jacques Matias e Marcelo Cabral.

 

Nos diálogos com a poesia, aparecem as parcerias com os poetas arrudA e Heloiza Abdalla. Há também uma “participação” especialíssima, a de Menotti Del Picchia, poeta modernista e bisavô de Meno, que surge na faixa “Pigarço”, trecho de seu clássico poema Juca Mulato (1917) e que foi musicado por Meno. É como se o Barriga de 7 Janta de Meno encontrasse o Juca de seu bisavô na estrada, entre seus sofrimentos, ficções e realidades.

 

Contemplado pelo Prêmio ProAC de Gravação de disco, o Barriga de 7 Janta foi gravado no estúdio Submarino Fantástico, em São Paulo, de janeiro a abril de 2016. A produção musical foi realizada coletivamente por Meno, Otavio, Effori e Allen. A produção executiva é de Heloiza Abdalla.

 

 

***

 

SERVIÇO

 

Meno – Lançamento Barriga de 7 Janta

Local: FEPASA

Data:Domingo, 17 de julho de 2016

Horário de Abertura:12h00

Horário do Show: 16h00

Endereço: Praça João Sarkis Filho - Edifício Pastor João Orcini, Centro – Itapira/SP

Telefone:(19) 3813.1090

Entrada: Gratuita

Capacidade:5 mil pessoas

Estacionamento:Sim, nas áreas anexas ao espaço do show

Acesso a Portadores de Deficiência:Sim

 

 

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Barriga de 7 Janta (por Luiz Tatit)

 

“Meno fez um trabalho audacioso, recuperando a razão maior do CD, herdada do LP, cuja sequência das faixas devia trazer um fio condutor que caracterizasse uma ideia completa de seus criadores. Podia ser uma configuração romântica (à maneira de Roberto Carlos), um gesto de rebeldia (como Os Racionais), um universo de personagem (como o Clara Crocodilo, por exemplo) ou uma narrativa que se desdobra pelas canções (como a dos Beatles, em Sgt. Pepper’s). “Barriga de 7 Janta” me parece enveredar por essa última (rara) vertente, mas sob um pano de fundo bem brasileiro e com alguma pegada antropológica.

Meno conseguiu também, ao que parece, dar certa autonomia às canções de modo que possam ser ouvidas individualmente, mesmo que percam as referências iniciais que as justificaram no disco. Ou seja, música e letra podem ser ouvidas em outro contexto, pois trazem qualidades que prescindem das faixas vizinhas. Talvez apenas a última faixa (Primo Raimundo) esteja atrelada à história do disco (ou Dico) e não funcione de forma avulsa. Essa independência também faz parte do conceito do LP, já que sempre apenas algumas faixas eram escolhidas para a difusão radiofônica.

Os arranjos baseados no violão e nas cordas de maneira geral são bem expressivos e permitem, ao mesmo tempo, o foco no personagem principal, com seus climas de liberdade e solidão, mas também sua audição “desvinculada”, com refrãos que valorizam cada canção em si, à margem da história. Ao ouvir o disco, temos a impressão que as canções de sua autoria integral dirigem-se à narrativa de base (a história do Dico), e as parcerias agem em favor da autonomia das composições, o que gerou uma tensão interessante no interior do repertório, valorizando ambas as características que sempre definiram a “alma” dos discos de faixas.

É um belo trabalho que pede uma audição especial para que se possa usufruir todas as suas camadas de sentido. E, certamente, deve ter sido a maior homenagem já feita à cidade paulista de Ipaussu. Por outro lado, a impressão que passa é a de que Juca Mulato continua vivo!”.

 

 

Ao meu querido amigo Meno (por Tatá Aeroplano)

 

“Dico é voador, sonhador, laçador de mundos e gerações. Dico viveu sonhos, amores, desilusões, ganhou as ruas do tempo e do espaço e veio nos visitar no "Barriga de 7 Janta", esse novo álbum do querido amigo e mestre Meno.

 

Andarilhar e desandar. O moço saiu de si, saiu do eixo, ganhou o espaço, levou Sabrina consigo pra sempre. Tudo virou Sabrina. Amar para sempre e levar o espírito do amorpor toda a eternidade. Dico é voador. Dico é sonhador.

 

Meno é cantador de histórias. Um dos mais talentosos que eu conheço. Trouxe o Saulo Duarte pra cantar o "Jacaré". Música para balançar o esqueleto e nos levar para as bandas do Pará!

 

Viver sempre em estado de música. Meno agora chama uma bela parceria com o mestre Romulo Fróes. Intitulada "Correnteza"...ventania, saudade, estrela. Linda canção. Coisa boa escutar o Meno e o Romulo cantando juntos.

 

Pego carona na carroça do Barriga de 7 Janta. Ele me leva para dar um role em plena hora do Rush.

 

Ruas, alamedas, marginais, vielas, ciclovias. Atravessamos rios caudalosos, pequenos riachos, matas selvagens, carros alucinados de todos os tipos... catando e tomando umas latinhas.  A carroça do Barriga de 7 Janta é infalível.  Leva Dico, leva Sabrina, leva todos que estiverem em seu caminho.

 

Pé na estrada de terra. Poeira cósmica pairando lentamente sob o matagal. Juca Mulato vive sua paixão além tempo ser cantada muito tempo depois... amor voa.


No ritual da travessia uma estrela, a noite, o dia. Chega a canção "Carneiro Velho", parceria de Meno com Heloiza Abdalla. Uma belíssima música num arranjo finíssimo de cordas.

 

Que disco lindo. Mais um golaço do Meno com o Otávio Carvalho.  Mais um discão gravado e produzido no estúdio Submarino Fantástico.

Volto a pé para Ipaussu junto com o Raimundo. Barba por fazer, pés no chão .. Raimundo não é mais o mesmo. Mas sempre será o melhor sapateiro da cidade. Raimundo virou lenda. Tornou-se vento e sopras melodias que estão presentes nesse álbum.

 

Me transporto no tempo e espaço. Conheço essa canção da época que frequentava o grotão do fim do mundo. Vinhos, fogueira, sinais de fumaça, juventude em brasa. Meno, Bibo, Polimeno, Emaldo, a banda Macacos Sem Pelo. E quando o Meno pegava o violão pra tocar "Vai Embora Razão", as entidades saíam voando. Os corpos no chão, deitados na grama. Hora de virar luz. Hora de simplesmente sonhar.

 

Permaneço em estado de sonho. Estado alterado. Deito um copo de cachaça. Mergulho na canção "O Peso Das Moedas", uma belíssima parceria do Meno com o poeta arrudA. "Somos Todos Mágicos" diz o querido arrudA. Somos o tempo inteiro.

 

Dico se despede de Ipaussu e vem morar pra sempre nesse lindo disco do Meno. Muito obrigado por nos presentear com esse novo disco.

 

É uma felicidade enorme viver e ser contemporâneo do Meno. Um amigo desde os tempos da adolescência. Uma fonte de inspiração muito grande. A gente era novo, bem loucos e inconscientemente já tínhamos uma ideia de que a estrada da música nos levaria para muito longe e a gente faria música cada vez mais perto um do outro. Coisa boa.

 

***

 

Meno

 

“Barriga de 7 Janta” (2016)

Lançamento: independente

Preço médio: 30,00

www.menodelpicchia.com.br

Fonte: Assessoria de Imprensa PMI

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