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17/11/2014 | Nino Marcati: O muro que foi derrubado

  

No último domingo, a Alemanha e o mundo comemoraram vinte e cinco anos da queda do “Muro de Berlim”, um muro que foi erguido para dividir uma cidade em duas partes, como se a divisão geopolítica tivesse o condão de separar pensamentos: de um lado, os socialistas, do outro, os capitalistas. Foram vinte e oito anos de país dividido e povo separado, resultado do espólio da Alemanha derrotada em 1945, repartido entre os membros da Grande Aliança: russos, americanos, ingleses e franceses. O muro, fisicamente dito, foi construído em 1961 em represália ao Plano Marshall projetado para reerguer economicamente a Europa. Com o tempo, o “Muro de Berlim” de barreira física se transformou em símbolo da intolerância, da prepotência, do controle cidadão e da divisão.
 
Foi no dia 9 de novembro de 1989 que o “Muro de Berlim” começou a ser demolido. Demolido pelo povo dos dois lados. A queda do Muro de Berlim provocou euforia na sisuda população alemã que saiu às ruas, comemorou e garantiu a reunificação do país.
 
O termo “o muro caiu” fez o gosto da mídia internacional e de todo mundo, batismo que semanticamente ouso discordar. Dizer que o muro caiu é dizer que ele tombou de maduro, natural e instantaneamente, como se a queda era uma obra do destino.
Decididamente não foi isso que aconteceu: o muro de Berlim levou quase uma década para ser derrubado, com ele foi sepultado todo o atraso e a arrogância de uma ideologia teoricamente perfeita.
 
A Alemanha socialista não conseguiu evitar que mais de 2,6 milhões de pessoas migrassem para o lado capitalista entre 1949 e 1961, que naquela altura, o lado procurado, ostentava extraordinária recuperação econômica. Sem força e sem criatividade para apresentar receita de prosperidade coletiva, restou-lhe a decisão mais fácil: levantar o muro em 1961 para intervir no êxodo.
 
A intenção socialista, como dos extremistas de esquerda até os dias de hoje, era criar uma sociedade igualitária e justa conforme idealizada no século XIX por Karl Marx e Friedrich Engels, ambos alemães. Sistema que se espalhou pelo mundo e foi adotado por vários países, cada qual do seu jeito, fora dos moldes inicialmente propostos. Marx e Angels não previram distorções que a realidade poderia impor ao ideário comunista como a participação maciça do Estado, a ditadura, o afastamento da participação popular, o controle da liberdade de expressão, a centralização do poder e o excesso de privilégios aos “amigos do rei”. Levou a maioria da população socializada a caminhar na contramão da tal sociedade justa e igualitária.
 
Na década de 80, a União Soviética entrou em crise política e econômica, provocando o sucateamento da indústria e a redução drástica da produção agropecuária. Insatisfeitos, os soviéticos exigiram abertura política e econômica, consolidaram o desejo de implantar um governo democrático e de se distanciar do socialismo.
 
A derrubada do muro foi um marco histórico, iniciado pelos soviéticos e concluído pelos alemães. Prova inconteste de que o povo erra, mas conserta cada vez mais depressa.
Fonte: Nino Marcati

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