Um café da manhã com presença de representantes de entidades assistenciais e autoridades realizado na manhã de terça-feira no Educandário Nossa Senhora Aparecida marcou a celebração de um ano de vigência do Projeto Beija-Flor. A ação promovida pelo Educandário e custeada pelo CMDCA (Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente) através da verba do 1% do Imposto de Renda oferece atendimento ambulatorial na área de psicologia para casos de vulnerabilidade social, vítimas de abusos e casos de dependências química entre crianças e adolescentes.

 

“O CMDCA sempre teve uma preocupação muito grande em atender às necessidades de crianças e adolescentes e merece muitos elogios. Por três anos o Educandário contou com um serviço de apoio sócio-familiar, mas depois que ele se encerrou ficamos com uma lacuna na questão do atendimento psicológico. No ano passado, a secretária de Promoção Social – Eliana Assugeni Sobreiro Dias – trouxe essa necessidade para o conselho e resolvemos retomar esse projeto para atender essa demanda, que é muito grande na cidade”, lembrou a presidente em exercício do CMDCA, Ana Maria Nascimento Brunialti.

Os atendimentos são direcionados a crianças de cinco a dezessete anos e onze meses e são realizados por cinco profissionais especialmente contratadas para a finalidade: as psicólogas Letícia Maria Freitas Pires de Souza, Rafaela de Paula Bueno, Maria Júlia Sartorelli Turolla e Juliana Joaquim S. de Campos; e a assistente social Luara Stringuetti Batista.

 

“Em um ano foram 446 encaminhamentos recebidos, 366 triagens agendadas com os pais ou responsáveis e destas 219 foram realizadas e 147 não compareceram. Esse é um dado que nos chama atenção, porque muitas crianças e adolescentes encaminhados pelas entidades não chegam aqui. Acreditamos que seja necessário desmistificar um pouco a imagem do atendimento psicológico”, alertou a coordenadora do projeto Elaine Bayod Vicentini. No momento, 91 crianças e adolescentes e suas respectivas famílias estão sendo 

acompanhadas no Projeto Beija-Flor e durante todo o período foram 87 desligamentos, sendo 77 por faltas. Das triagens realizadas, nove famílias não quiseram o acompanhamento. “Muito se fala em direitos e esse é um dos que agora está sendo ofertado às crianças e adolescentes, mas também é preciso que os familiares cumpram com seu dever de levá-los ao atendimento”, frisou Brunialti.

 

O presidente do Educandário, José Roberto do Prado, também manifestou sua satisfação em comemorar o primeiro ano do Projeto Beija-Flor e enfatizou o compromisso da entidade junto à sociedade. “É uma alegria para nós comemorar esse primeiro ano. Outra satisfação é ver que o Educandário tem sido pioneiro nesse trabalho importante e se destaca pelas novidades. Por exemplo, foi pioneiro no Bolsa-Creche e que atende hoje mais de cem crianças, além do projeto original da entidade que tem aproximadamente 55 anos. Nos deixa feliz poder atender os que mais necessitam, pois sabemos que nem sempre é possível para o poder público acolher toda essa demanda”, declarou.

 

Antes da confraternização, a presidente do CMDCA lembrou que o Projeto Beija Flor é o futuro da sociedade e que só se tornou possível graças a união de forças do Educandário, do conselho, das demais entidades e da prefeitura, principalmente através das secretarias de Promoção Social, Saúde e Educação. “É como a história do incêndio na floresta. Um beija-flor ia, de gota em gota, tentando apagar as chamas. Todos caçoavam dele, mas ele disse que sozinho ele não conseguiria apagar o fogo, mas se todos unissem forças isso seria possível. É exatamente assim que pensamos”, concluiu.