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22/10/2014 | USP tinha núcleos de apoio à ditadura, contam professores

A Universidade de São Paulo (USP) tinha núcleos de apoio à ditadura instaurada pelo golpe de 1964, segundo professores que viveram o período. O assunto foi discutido hoje (22) em um debate na própria instituição. O professor da Faculdade de Direito, Dalmo Dallari, disse que os grupos de pensamento conservador começaram a atuar vários anos antes da ditadura civil-militar. ?Antes disso, já existiam discriminações dentro da USP. Já existiam núcleos tremendamente reacionários?, disse em sua exposição.

Como exemplo, o jurista citou o veto à indicação de Oscar Niemeyer para lecionar na universidade. ?Quando Oscar Niemeyer não tinha ainda feito Brasília, mas era um nome muito respeitado. Havia sido proposta para a contratação dele pela USP, para ministrar cursos na área de arquitetura. E houve um veto absoluto, porque ele era um comunista perigoso?, disse sobre os argumentos apresentados à época contra o arquiteto.

?Assim, foi sendo montado um dispositivo que teve grande atuação a partir do golpe de 1º de abril de 1964?, acrescentou explicando a importância que pessoas ligadas à USP tiveram durante a ditadura. ?Foi extremamente importante a Faculdade de Direito, especialmente na pessoa do Gama e Silva, na montagem do dispositivo que formalizou as perseguições, as punições, as tremendas violências, dando um caráter de legalidade?, destacou. Professor, reitor e ministro da Justiça durante a ditadura, Luís Antônio da Gama e Silva foi , lembrou Dallari, responsável pela elaboração de parte dos atos institucionais, decretos autoritários que aumentaram os poderes da ditadura e cercearam direitos civis.

As perseguições também foram, de acordo com Dallari, muito fortes dentro da própria universidade. ?Preparando listas e indicando nomes de professores para serem presos, demitidos, expulsos?, relatou o jurista que chegou a ser proibido de lecionar por um período. ?Isso empobreceu a universidade das suas lideranças acadêmicas e intelectuais?, acrescentou o professor do Instituto de Geociências,  Umberto Cordani, sobre as perseguições que também vitimaram muitos alunos. ?Foram anos em que a universidade sofreu muito. Sofreu nos departamentos que mais interessavam aos militares que desaparecessem. Sofreu muito a Faculdade de Filosofia, toda a parte de sociologia?, lembrou.

Editor Fábio Massalli

http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-10/usp-tinha-nucleos-de-apoio-ditadura-contam-professores

Fonte: Agência Brasil

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