Ao lermos as últimas palavras de Jesus aos discípulos no Evangelho de Mateus 28.19-20, e em Atos 1.8, encontraremos a essência do que a igreja deveria vir a ser na história:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
A igreja emerge na história para ser uma comunidade de discípulos de Cristo, engajados na missão de fazer novos discípulos dEle. O processo deste discipulado envolve duas coisas: (1) Batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, o que significa assumir um compromisso formal com a comunidade dos discípulos de Jesus. (2) Ensinar a obedecer tudo o que Jesus ordenou, o que implica em um repensar de princípios e valores orientadores para a vida.
Lucas, em Atos l.8, nos acrescenta mais algumas importantes informações sobre este processo: (1) Ele é feito sob a capacitação e orientação do Espírito Santo de Deus. Logo, igrejas sob a real influência do Espírito Santo são movidas não ao isolamento, mas ao engajamento no mundo, a fim de fazer novos discípulos de Jesus. (2) Este processo se dá em diferentes lugares e culturas, sendo caracterizado pelo rompimento de barreiras, a fim de que a mensagem de Jesus seja ouvida, compreendida e acolhida.
A dinâmica desta comunidade missional está em Efésios 4.11 -13:
“E ele [Jesus] designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo’.
Aqui o apóstolo Paulo aponta para o fato de que a tarefa essencial dos líderes dados por Deus a uma comunidade missional, no caso o pastor, é “preparar os santos”. A palavra aqui encontrada é um termo militar utilizado para referir-se ao ato de ensinar e treinar um soldado a fazer uso da arma que tem em mãos. Logo, o papel essencial de um pastor numa comunidade missional é equipar os discípulos para que alcancem a maturidade de vida e fé.