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Itapira, 26 de Abril de 2024
Artigo
29/09/2013 | José Carlos Barbieni: Deus, os Suicidas e os Ateus!
Olá a todos, meio quase bastante atrasado, mas de volta!
Bom... Minha ausência se deve aos trabalhos, provas e outras tarefas escolares, e quando estava quase postando um texto, um raio, aquele mesmo de semana passada, tratou de pifar o meu computador e modem, ainda bem que a empresa substituiu o modem sem custo, porém cá estou com um computador usado sabe-se lá se é de segunda ou quinta mão, mas de volta!
Foi só voltar a ter um tempinho e já encontrei uma abordagem muito interessante, sobre um tema quase sempre tabu, e pouco comentado, da autora Malu Fontes, que transcrevo e comento no final:
 
DEUS, OS SUICIDAS E OS ATEUS


No mesmo dia em que o suicídio do músico Champignon com um tiro na boca foi manchete nas páginas e telas mais nobres da imprensa brasileira, uma família formada pelo casal e seus dois filhos pequenos, na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, ocupou espaços menos nobres e menos extensos. O casal cometeu suicídio e envenenou também as crianças e um cachorro. O pai deixou na parede da sala as razões para a atitude extrema: “Tentei cuidar dos meus filhos e não consegui”, traduzindo as dificuldades financeiras pelas quais passava

Em comum entre os dois casos, o ato extremo de autoextermínio e a associação da motivação à depressão e as dificuldades econômicas. Nesse fim de semana mais um episódio associável ao suicídio veio à tona em São Paulo. Uma corretora de imóveis está sendo acusada de matar duas filhas adolescentes, o cachorro e depois tentar matar-se, com ingestão de grande quantidade de antidepressivos, abertura do sistema de gás da casa aberto e gasolina sobre o corpo. 

Se há coisa que destoa do comportamento do jornalismo atual, cuja marca é o estardalhaço quando se trata da cobertura da maioria dos temas, é a abordagem comedida do suicídio. Há muito tempo se convencionou, numa espécie de consenso que nem precisou ser acordado para funcionar entre os jornalistas de praticamente todo o mundo, que o suicídio deve ser um tabu na imprensa. Ninguém ousa falar dele, a não ser nos casos de celebridades e nos casos em que, a princípio, é necessário esclarecimento policial das circunstâncias da morte. Argumenta-se que a dor desses casos não é do interesse público, por só dizer respeito à família, e que falar do assunto poderia induzir as pessoas a adotar o mesmo gesto extremo. 

Entretanto, com ou sem cobertura dos casos de suicídio nas grandes cidades, os índices só aumentam. E em todo o mundo. No Brasil, então, deram um pulo. Se em toda a década de 80 cresceram 2,7% em relação à década anterior, na década de 90 o crescimento foi de 18,8%. Da década de 90 para 2011 o índice pulou para 28,3%. E o que é pior: os estudiosos do mapa da violência no Brasil afirmam que os casos de suicídio devem ser hoje cerca de 30% mais altos que os registrados oficialmente no país, pois muita gente cujo atestado de óbito diz que a morte se deu por queda, atropelamento, acidentes de trânsito ou envenenamento, muitas vezes provocou a morte propositadamente, jogando-se de viadutos, por exemplo. Ou, para ficar em casos comuns em Salvador, o envenenamento por chumbinho, substância que, embora proibida, é comprável no comércio clandestino das feiras populares.

Enquanto impera o tabu do suicídio na imprensa, supostamente em nome do respeito à dor de quem fica – e à pergunta incômoda que não quer calar entre amigos e familiares: o que eu poderia ter feito para evitar isso? – por outro lado, a sociedade quase em uníssono, alimentada por valores religiosos, não cansa de repetir uma tese mais desrespeitosa que qualquer abordagem jornalística sobre o tema. Tratando-se de imprensa, o apresentador José Luiz Datena é o porta-voz mor desse pensamento. Diante da morte da família de Cotia, ele não cansava de repetir que só um fenômeno explica o suicídio: a falta de fé em Deus, a falta de Deus no coração, associando aos ateus e agnósticos uma tendência quase natural ao suicídio. Isso sem falar que todos que pensam assim não se constrangem em declarar o desrespeito pela dor de quem não suporta mais enfrentar o real, apontam e julgam os suicidas como fracos e covardes.”

Autor: Malu Fontes
 
Como muito bem coloca a autora, quase não se discute o assunto por receio de acabar instigando as pessoas a encararem tal ato como solução, o que até ai se justifica, mas não justifica deixar de lado que em alguns, veja bem, em alguns casos a sociedade tem culpa, pois, penso que quando alguém toma uma medida extrema como essa, é porque deixou de crer, não em só Deus, mas também nos Homens.
Um suicida pode ser fraco diante das adversidades da vida, pode ser covarde por não aceitar o desafio de tentar superar a dificuldade, perda, seja lá o que for, mas também é um desesperado que não viu outra saída, embora sempre haja uma.
Suicidar-se resolve alguma coisa? Claro que não, só serve mesmo para deixar os que ficam com sentimento de culpa, nada de produtivo se conseguirá com isso; Quem passa por um momento difícil deve encher se vontade de vencer, mesmo que para isso precise de ajuda, que deve ser procurada, por isso se alguém precisar apenas que você lhe escute, não lhe negue ouvir, poderá estar salvando uma vida.
A todos, muita paz, saúde e Prosperidade!
José Carlos Barbieni – Serralheiro- Técnico em informática e Cursando
Técnico em administração na Etec “João Maria Stevanatto”- Itapira-SP

E-mail: [email protected] 

Fonte: José Carlos Barbieni

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