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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
02/05/2017 | Luiz Santos: A Família e seu papel no Reino de Deus

          Sem a consciente e comprometida participação da família para que o Senhorio de Cristo se estenda sobre a terra, a própria noção de igreja fica comprometida e incompleta, uma vez que a grande família da fé é na verdade uma rede de famílias adorantes. A grande igreja que se reúne aos domingos é a expressão exponencial das igrejas domésticas que mantém viva a chama ardente do altar da adoração ao longo da semana.

Podemos perceber que, desde as primeiras páginas da Bíblia, a família foi instituída por Deus para o cumprimento de uma missão. A indissolúvel união realizada por Deus do primeiro casal, deu-se sob o signo dos mandatos cultural, social e espiritual. A família então é um agente de missões cuja participação na propagação do Evangelho é simplesmente insubstituível. Sua participação na obra que Deus no mundo se faz a partir dos ministérios real, profético e sacerdotal, vivenciados na dinâmica específica do lar e das relações parentais.

A família, em seu ministério real, deve ser a defensora da vida do nascimento à morte, assegurando a plena dignidade da pessoa humana. A família é o santuário natural da vida. Ela executa esse papel, o que chamamos de múnus real, prestando um serviço à sacralidade da vida humana. A intimidade do casal não é apenas dom e privilégio, não é apenas uma graça dada para que ambos, homens e mulheres, experimentem ainda que em mistério, as indizíveis alegrias da intimidade da Trindade. Isso já nos seria maravilhoso. Mas, a intimidade sexual cumpre a missão e abrir-se ao dom da vida pela paternidade e maternidade responsáveis. Na família, a vida não é apenas desejada, planejada e concebida (com o auxílio de Deus Gn 4.1).  A vida é também valorizada, cuidada, protegida e fomentada a desenvolver-se em todo o seu potencial. A família deve ser um porto seguro de partida dos filhos para o mundo com referenciais morais e princípios sólidos, uma espécie de farol a sinalizar quando os perigos da vida surgirem e sobremaneira um lugar seguro e pacífico quando a velhice chegar.

Em seu múnus profético a família deve ser a guardiã e transmissora dos valores do Reino. A família deve ser a primeira e a mais fundamental educadora da fé. Os pais são os primeiros pastores e catequistas dos filhos, tanto em palavras, na inculcação da Palavra (Dt 6.4 ss), como eles mesmos os melhores modelos de vida, com o exemplo dos atos e a coerência entre fé (palavras) e vida (práticas e obras). Todos os valores que formam de maneira a imprimir um caráter indelével na alma de um homem são recebidos no seio da família. Como profetas do Senhor, famílias cristãs dramatizam no mundo os valores do Reino de Deus na forma como se conduzem com justiça, equidade, solidariedade, respeito, altruísmo e toda sorte de atos que se coadunam com a vontade sempre boa, perfeita, santa e justa de Deus.

A família também exerce uma função sacerdotal a partir do Reino no mundo. Coloca-se diante de Deus em vidas consagradas para propor o Evangelho da graça indo aonde a dignidade humana é aviltada. Oferecem-se não só como intercessores no culto doméstico e em suas devocionais, mas oferecem-se a si mesmos para, com seus dons, carismas, bens e ministérios levar cura, bem-estar, restauração e resgate da dignidade a todos quantos necessitam.

 A família, pois, foi instituída com um propósito de formar ministros, isto é, servidores do Reino. Ela mesma, a partir de sua dinâmica peculiar no seio da vida doméstica, precisa ser o modelo da mais poderosa influência que pode impactar o mundo: do amor gratuito, sacrificial e generoso. A família é a escola do perdão, da tolerância, do apreço pela justiça, da defesa dos vulneráveis e do respeito pelo bem e pelos bens do próximo. Famílias conscientes de seu múnus e de seu chamado missional são a chave para uma necessária reforma da Igreja e a cura para muito dos desajustes da sociedade contemporânea. Despertemos nossas famílias para a sua chamada missional.

Rev. Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

(Artigo publicado originalmente na Revista Ultimato)

Fonte: Luiz Santos

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