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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
27/09/2012 | Luiz Santos: Ampliando a nossa compreensão 2

 “Tudo o que for verdadeiro, nobre, correto, puro, amável... nisto pensai.” (Fp 4.8ss).

Definir o que é Cultura não é uma tarefa das mais fáceis. Ortega apresenta mais de 80 definições possíveis que vão desde a antropologia, filosofia á pedagogia e ciências afins. Grosso modo, em essência, cultura é o modo pelo qual um grupo humano qualquer se relaciona entre si e com o meio ambiente. A mais antiga concepção cultural comumente aceita é a da Agricultura, ou seja, uma relação de não aceitação ou conformismo com o ambiente por parte do homem e sua interferência na criação para acomodá-la às suas necessidades. Entendemos assim que cultura não é propriedade exclusiva de intelectuais, não é preciso apreciar música clássica, conhecer belas artes ou discutir Dostoieviski para ser culto. Basta pertencer a um grupo humano e ter herdado dele um sistema de valores, visão de mundo e modos de relacionamento interno e com a criação para possuir uma matriz cultural.

Como tudo o que é produzido pelo homem, também a cultura foi atingida pela Queda e como tudo o que é projetado por uma mente e um coração enfermos, também a cultura apresenta elementos egoístas, desagregantes, desumanizantes que emitem sinais e mensagens que aviltam a dignidade humana e a santidade de Deus. Esta cultura foi muito apropriadamente chamada de Cultura de Morte. Nesta matriz cultural seus elementos são destrutivos e comprovadamente influenciam a sociedade tornando-a menos sensível, mais embrutecida, mais indiferente e até certo ponto odiosa. A irreverência e o desrespeito para com a religião ou o sagrado por exemplo. Veja toda a ebulição no oriente médio por causa das charges com o profeta Maomé. Em quantos episódios de séries e animações americanas como “Simpsons”, “Uma família da Pesada” e etc., Jesus é escarnecido e ridicularizado? O mesmo se diga dos judeus, budistas...este tipo de desrespeito gera a intolerância, o extremismo, e a manipulação política ora para esconder as misérias sociais, ora para legitimar regimes teocráticos e despóticos. Também este tipo de “liberdade” cultural não está a serviço da vida, antes gera dor, sofrimento e morte em muitos lugares no mundo.

O ‘politicamente correto’ de nossas produções culturais que deveria ser um expediente para garantir a liberdade, o respeito mútuo às diferenças e a diversidade, logo, verificou-se uma porta aberta não só para a licenciosidade e a exploração da depravação humana, mas também uma bem-orquestrada campanha de ataques à moral, à ética, à religião e aos princípios de civilidade e equidade. Os vilões e os heróis já não se distinguem mais. Maldade e bondade, marginalidade e heroísmo passaram a ser e a depender de pontos de vistas. Os heróis passaram a ter personalidades intrigantes, a serem levianos, e a viverem e a disseminar uma ética de conveniência. Não há mais o apelo para a integridade, bondade e verdade. Os heróis possuem em grande maioria atitudes autodestrutivas, são psicóticos, não resolvidos e confusos sexualmente, alheios à vida familiar, alcoólicos, e não raras vezes esbanjadores.

Nossas produções culturais, veja as séries americanas e muitas produções brasileiras, difamam e execram o casamento e a família, problematizam à enésima potência a geração e educação dos filhos e exaltam um estilo de vida ególatra, ensimesmado e hedonista. As séries policiescas “glamourisam” a violência, banalizam a realidade da morte, diminuem ou relativizam o papel da justiça a uma espécie de maniqueísmo social. Sem mencionar aqui a erotização das crianças e adolescentes, a apresentação do mundo das drogas sem responsabilidade para os jovens e a introdução do tema da sexualidade desprovida de balizas éticas. Esta cultura infestada pela morte também se enquadra na transgressão do sexto mandamento que proíbe matar, porque paradoxalmente a morte passa a viver e a condicionar nossa leitura da vida. Morte esta não como simples ciclo da existência, mas aquela que é o salário do pecado.

Não defendo aqui uma cultura cristã, no sentido religioso e moralista de uma concepção fundamentalista, pois a cultura sequer depende da religião para ter legitimidade ou precisa ter sempre uma mensagem religiosa para ser boa, longe disso. Mas, uma cultura que gere vida e esteja a serviço da paz e do desenvolvimento humano deve retornar com urgência aos clássicos fundamentos da estética: Bom, Belo Verdadeiro. Como afirmou Dostoieviski: “O mundo será salvo pela beleza”. Deus é Belo!

Reverendo Luiz Fernando

Pastor Mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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