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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
10/05/2022 | Luiz Santos: Apertem os cintos...O Piloto Assumiu!

O título dessa pastoral foi inspirado em um filme do tipo besteirol americano, de David Zucker, Jerry Zucker e Jim Abrahams, sucesso dos anos 80. Quando olhamos para o estado geral em que se encontram as nossas famílias, a sensação que temos é quem em muitos contextos, o ‘Piloto Sumiu!’ Dias atribulados e com turbulências recorrentes à frente, e parece que as nossas casas seguem a sua jornada diária à deriva, sem um plano de voo, sem que haja alguém no controle. Famílias que começam em ‘qualquer de repente’, com gravidez precoce, não planejada, de maneira especial já na adolescência, quando não no final da infância. Tudo muito triste. Não podemos deixar de mencionar casais adultos que se unem de maneira ‘espontânea’ sem ter a exata consciência sobre o que significa fundar um novo lar, a seriedade e estabilidade do casamento, seus deveres e privilégios. Encaram o início de uma nova vida ‘a dois’ como uma espécie de ‘teste drive’ para a felicidade. E claro, o número cada vez mais crescente de famílias disfuncionais e um contingente incrível de casas em que as mulheres são as ‘chefes da família’, sem o apoio, a parceria e a liderança servidora do marido e pai. São famílias geralmente empobrecidas onde as mulheres se desdobram em dupla, às vezes tripla, jornada, com um salário de miséria, para manter o mínimo de estabilidade e segurança para os filhos. Também, não podemos deixar de falar da terceira idade, o tempo em que nossos mais experientes deveriam estar desfrutando um abençoado descanso depois de uma vida de batalhas, passam a ser o arrimo da família, cuja aposentadoria (miserável) é tudo o que possuem para viver. Quando não, retornam ao mercado de trabalho, em subempregos, para completar a renda doméstica para que o remédio, o exame, o pão não se tornem ainda mais custosos. Muitas famílias, para além dos novos arranjos, estão situadas em um bolsão de violência e alienação por parte do Estado, sofrendo exploração pelos ‘governos’ paralelos do narcotráfico, milícias e do crime organizado em geral. Não por nada, em muitos contextos, cada vez mais cedo a nossa juventude começa a delinquir, unindo-se ao tráfico em uma verdadeira e promissora carreira, com planos e promessas de ascensão hierárquica, não raras vezes, interrompidas por tiroteios e chacinas. Nesses contextos, unir-se ao crime, é a única oportunidade que a nossa juventude encontra para ‘equilibrar’ a balança de oportunidades, consumo, aquisição de bens e conforto com a outra parcela da população do outro lado fosso da desigualdade social. Outra realidade inquietante é que muitas igrejas tradicionais, reformadas, assim chamadas de calvinistas, mas também de outras expressões do ramo evangélico, são e estão ausentes dessas periferias existenciais. São igrejas ‘brancas’, de classe média, razoavelmente intelectualizadas e com recursos admiráveis que procuram os melhores terrenos, nos melhores bairros, para construir templos muitas vezes de gosto duvidoso e extravagante com espaço gourmet, cafeteria etc. Essas igrejas, mormente, possuem tímidos programas de assistência social e educativos que na maioria das vezes não causam impacto que verdadeiramente transformam a vida de famílias inteiras, possibilitando resgate, salvação e condições para a tão desejada autonomia social. Evidentemente que existem abençoadas e esperançosas exceções. Iniciativas e projetos que impactam profundamente as famílias promovendo a sua dignidade e inserção no mundo. Tudo isso para dizer que essa sensação precisa ser desfeita de que o Piloto Sumiu! Precisamos substituir o ‘sumiu’ pelo ‘Assumiu’. Sim, apertem os cintos, o Piloto Assumiu! O Piloto é Jesus e Ele quer corrigir o plano de voo de cada família, de cada lar. O mapa a ser seguido é o descrito nos Evangelhos. O plano de voo é aquele oferecido no Calvário e o lugar de pouso, a vida eterna. Destino, Canaã Celestial. Nesse novo plano de voo, as turbulências não serão evitadas e será impossível ter o céu de brigadeiro o tempo todo. Entretanto, a presença do Piloto já é a garantia de nossa indefectível segurança. Mais, Ele possui habilidades tais que nenhuma turbulência será suficiente para interromper o voo e nenhuma aterrisagem será impossível de ser feita com sucesso. Todavia, se o Piloto Assumiu, a tripulação precisa agora trabalhar. É necessário que anunciemos incansavelmente o Evangelho, de casa em casa, de porta em porta, por todos os meios legítimos e em cada ocasião. Está mais que na hora de nos dirigirmos às periferias existenciais não para sermos uma bênção temporã, passageira, mas estrutural e estruturante. Necessitamos nos fazer afetiva e efetivamente presentes, como sal da terra, luz do mundo, como fermento no meio da massa nesses bolsões de alienação. Precisamos nos desapegar de uma condição e mentalidade aburguesadas de como vivemos a nossa vida em igreja, para audaciosamente ir aonde Jesus decididamente que ser encontrado e estar, no pobre, no faminto, no enfermo e em toda realidade aviltada. Tripulação, senhores passageiros, apertem os cintos. O Piloto Assumiu, bom trabalho e boa viagem. Que Deus abençoe a família em seu voo de volta para casa.

Reverendo Luiz Fernando Dos Santos é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira.

Fonte: Luiz Santos

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