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Itapira, 20 de Abril de 2024
Artigo
25/09/2014 | Luiz Santos: Autenticidade

 “Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.32).

Um dos efeitos da pós-modernidade é a desidentificação. Ninguém se sente pertencendo, de maneira definitiva, à coisa alguma. Os surtos de nacionalismo que assistimos desde o fim da segunda grande guerra mundial, as lutas étnicas e as guerras tribais, e o mais novo fenômeno que assusta o mundo, jovens europeus e americanos de classe média juntando-se aos extremistas muçulmanos, bem como a grupos terroristas, nos dão a prova de que o mundo busca um significado para si. Sem referenciais sólidos os homens se sentem perdidos, confusos, desorientados neste revolto mar de bricolagens culturais, religiosas, pseudocientíficas e desta insustentável e insuportável cultura do politicamente correto. Daí surgem os excessos, na ânsia louca de buscar dar um sentido, um significado para a vida, para os fatos da própria história, quer pessoal, familiar e social.

No meio desta absurdidade em que se encerrou a vida de muitos, o desejo de sentir-se vivo, importante, relevante, muitos abraçam os mais estilos de vida e de padrão comportamental possíveis, que os façam emergir e se destacar em meio à mediocridade. É assim que assistimos meninos cada vez mais cedo se alistarem no exército do tráfico e ainda por cima, fazer de muitos chefes do crime organizado verdadeiros ícones, ídolos a quem imitar. Não é à toa, que cada vez mais cedo meninas, ainda na primeiríssima adolescência, assumem ares, pose, e vida sexual das “beldades” de capas de revistas de futilidades e programas de TV sem conteúdo. Tudo em nome do glamour, de um mundo que parece encantado, mas que só parece.

Também a viagem pelo sombrio mundo das drogas e das bebidas, entre outros, tem a ver em muitos casos, com um processo de desintegração da personalidade e com experiências de desilusões nas áreas afetivas, emocionais e por aí vai. Também os escândalos e a impunidade dos líderes políticos e religiosos minam por completo a credibilidade daqueles que deveriam servir à comunidade como padrão ético e moral. Sem estas referências e com grave crise de autoridade, os limites estão cada vez mais amplificados e as noções de certo e errado, de torto e reto, doce e amargo, claro e escuro estão todos distorcidos.

É neste contexto que se abre para o cristianismo, quem sabe, a maior oportunidade jamais vista na história desde a Ascensão de Jesus. Não há mensagem mais autêntica, estilo e proposta de vida mais sublime. Não há maior senso de realidade que seja mais objetivo e pleno de significado. Não existe expectação quanto ao futuro mais cheio de certezas do que a mensagem do Evangelho de Deus, as Boas Notícias do Reino, a mensagem de Jesus Cristo. Não há melhor revelação do propósito da existência do homem do que aquela que encontramos na vida do Salvador.

O Evangelho pode dar-nos plena identificação, senso de pertença e propósito. O Evangelho tem poder para fazer de nossa existência aqui uma missão relevante, transformadora, que crie laços saudáveis, duradouros, verdadeiros com as outras pessoas. No encontro com Cristo passamos a nos conhecer verdadeiramente e, quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais aprofundamos o conhecimento de nós mesmos.

O cristianismo tem a força de arrancar-nos de uma vida autocentrada e passar a cultivar uma existência toda “outrocentrada”, isto é, uma vida aberta, solícita, generosa e preocupada com o bem-estar dos que estão à nossa volta. Em Cristo passamos a ter a exata medida de nós mesmos, o que nos livra da escravidão da ‘performance’, da ostentação, do desejo desenfreado de aparecer e coloca em nós um forte senso de humildade, modéstia e discrição, virtudes tão fora de moda e quem arrastado a muitos para uma falta de sanidade mental, inclusive.

Este nosso tempo tão confuso, complexo e doentio é na verdade um tempo maravilhoso para que o Evangelho seja proclamado aos homens como o caminho da autenticidade, da vida plena, abundante, da verdade e da libertação. É cada vez mais verdadeiro o que o discípulo amado repetia em sua pregação no final do primeiro século da era cristã: “Quem tem o Filho, tem a vida; Quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (1Jo 5. 12).

Reverendo Luiz Fernando

É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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