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Itapira, 08 de Dezembro de 2024
Artigo
05/06/2013 | Luiz Santos: Compromisso com o Discipulado

Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo que possui não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33).

Avaliando a nossa história recente isentos de qualquer sentimento passional, desde logo percebemos que a maior necessidade da Igreja Presbiteriana Central de Itapira, ao comemorar os seus 139 anos, é o compromisso com o discipulado. Precisamos nos converter em uma comunidade de discípulos. Em uma comunidade multiplicadora de discípulos.

Até aqui temos nos contentado em vivermos como uma comunidade de “Portas Abertas” que recebe com certa alegria os interessados e simpatizantes que vem ao nosso encontro através de inúmeros expedientes: a distribuição de Bíblias (quase 2.000 por ano), a distribuição de folhetos evangelísticos (ao em torno de 5.000), programas diários na Rádio Clube de Itapira, na Rádio Web, a publicação de artigos e das pastorais nos jornais da cidade e de um ou outro esporádico testemunho pessoal.

Logo o interessado ou simpatizante começa a frequentar com certa regularidade as nossas reuniões quase que no anonimato e passado um tempo, é ‘constrangido’ a participar das programações das sociedades domésticas e ministérios. Não demora muito e chega o convite para assistir as aulas na classe de catecúmenos, e “voilá” de repente surge mais um membro, mais um sócio do clube, mais um consumidor de religião. Em algum lugar nesse processo negligenciamos a ordenança de Jesus quanto ao discipulado bíblico, desobedecemos a Grande Comissão.

As festividades que envolvem os 139 anos de nossa organização eclesiástica ensejam uma possibilidade única em nossa caminhada eclesial. Junto à Ação de Graças, podemos fazer o voto comunitário de nos comprometermos decididamente com um itinerário espiritual sistemático, contínuo e abrangente. Que todos em toda e qualquer etapa de sua vida cristã submeta-se ao discipulado bíblico, para sermos moldados e treinados para viver o seguimento de Cristo de maneira madura, responsável, operosa e multiplicadora. Não se trata de um novo programa, de um novo ministério para transmitir conceitos e para aquisição de novo conhecimento. Isto também deve ocorrer. Mas, a finalidade do discipulado é transmitir um estilo de vida, por meio da convivência, da reprodução de um modelo, da aplicação das Escrituras à concretude da vida, com inarredável compromisso com o Reino de Deus e a sua justiça.

O discipulado é uma questão de compreensão do que realmente foi outorgado à missão da Igreja na Grande Comissão: “Vão e façam discípulos de todas as nações” (Mt 28.19). Discípulos e não apenas convertidos! Cabe-nos aqui perguntar com o apóstolo: “Mas quem é suficiente para essas coisas?” (2 Co 2.16). Um simples discípulo o é. Qualquer discípulo. Mas só o discípulo pode reproduzir, gerar, formar, treinar outro discípulo. Exatamente aqui reside o nosso drama, por falta de discípulos maduros e capacitados é que contamos com mais adesões do que conversões. Mais ativistas do que obreiros. Mais marqueteiros do que testemunhas. Por isso também há tanta gente em nossas igrejas enganadas quanto a sua real situação diante de Deus. Por isso existem falsos convertidos, aprovando falsos mestres que ensinam falsas doutrinas gerando mais falsos convertidos.

Nesse processo a missão da Igreja fica comprometida. A adoração flerta perigosamente com a idolatria, tendo o homem como aquele que deve ser agradado. As missões carecem de poder e penetração. O Evangelho fica desacreditado e a própria Igreja perde a sua identidade de agência do Reino. Precisamos “converter-nos” em discípulos. Precisamos todos do discipulado. Precisamos iniciar um novo ciclo, um novo estilo de vida, marcado pelo amor a Jesus e a seus irmãos. Um estilo de vida comprometido com a reprodução de novos discípulos, com o despertamento e a habilitação de novos obreiros. Não podemos perder esta oportunidade de renovarmos como Igreja as promessas batismais e o pacto celebrado no sangue de Jesus: de sermos o povo peculiar dele para “anunciar as grandezas daquele que nos arrancou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).

Celebremos com sabedoria os 139 anos da IPCI. Celebremos como discípulos discipuladores de Jesus.

Rev. Luiz Fernando Dos Santos

Pastor Mestre da IPC

Fonte: Luiz Santos

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