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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
15/12/2012 | Luiz Santos: Natal: Convite às Missões

“Mas quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei.” (Gl 4.4-5).

A comemoração do nascimento do Filho de Deus segundo a carne é um acontecimento rico em significados. Muitas mensagens e muitas aplicações podem e devem ser feitas. Gostaria de nesta pastoral tratar do Natal como um convite às missões, como uma celebração missionária.

Deus é um Deus missionário e é sempre dele a iniciativa de resgatar, de salvar os que lhe pertencem. Desde os primeiros instantes após a Queda, o Senhor “saiu” pelo jardim procurando e indagando pelo paradeiro de Adão, envergonhado por sua nudez, envergonhado por sua transgressão, já morto em seu pecado. Foi Deus quem prometeu a Adão um redentor em Gênesis 3.15 e por toda a história da salvação, passando por Noé, Abraão, Moisés, Josué, os Juízes, os Profetas anteriores, os Reis, os Profetas maiores e menores, Ele sempre se antecipou ao homem. Ora cobrou e vindicou fidelidade à sua aliança, ora renovou os ditames do pacto, mas sempre partiu dele a iniciativa de eleger, resgatar, cuidar e formar para si um povo.

Chegada a plenitude dos tempos, Gl 4.4, este Deus missionário enviou seu amado Filho em Missão de salvação, de resgate, para desfazer as obras de Satanás e para celebrar uma nova e eterna aliança, agora indestrutível, com a sua Igreja. Portanto, o Natal é um convite para refletirmos sobre a nossa vocação e sobre a nossa natureza missionária.

No mistério da encarnação vislumbramos a verdade sobre um Deus que não desiste do homem pecador, de um Deus que providencia o meio eficaz para salvação deste homem, enviando seu Filho Jesus. No Natal aprendemos que missões é um processo encarnatório, de inserção profunda, de ultrapassagem de barreiras para assumir a condição existencial do outro, para falar-lhe com suas palavras, nas suas expressões, a partir de seu contexto vital.

Jamais seremos missionários se assumirmos a postura de sermos uma Igreja indiferente, alienada, neutra em relação à sociedade onde estamos plantados. Pior ainda será se desejosos de anunciar o Evangelho, não tivermos a coragem de sofrer um “esvaziamento”, uma ação “kenótica”, como fez Jesus, Fp 2. 5-9.

Precisamos nos esvaziar de nossas tradições e costumes religiosos, e acomodar o conteúdo de nossa mensagem com expressões e métodos mais compreensíveis aos homens e mulheres filhos desta babel e desta transição cultural da “pós” para a “hipermodernidade.”

Evidentemente que não se trata aqui de anular expressões clássicas tais como: Justificação, Redenção, Salvação, Aliança, Remissão dos Pecados, Arrependimento para a Vida, Predestinação, Eleição e etc. Estas são verdades bíblicas inegociáveis, contudo, há muita coisa que precisamos mudar em nosso estilo de vida, em nosso vocabulário e até em nossa maneira de celebrar e de adorar para nos fazer compreender pelo homem do nosso tempo.

O Natal é bem isso, o plano maravilhoso de salvação de Deus acomodado e realizado dentro de uma cultura concreta, num espaço histórico-geográfico preciso, única maneira de entrar em plena comunicação com os Judeus da palestina dos dias do Messias. Sem esta encarnação na concretude histórica em que vivemos muito pouco ou nada da mensagem do Evangelho, de fato, pode impactar de maneira transformadora a vida dos que nos dão o favor da sua atenção.

Precisamos encarnar a nossa mensagem entre os pobres, os sofredores, os moradores de rua, os marginalizados. Encarnar é engajar-se na luta pela justiça, pelo desenvolvimento, pela promoção e defesa da vida em todas as suas fases. É lutar cada batalha digna, em defesa do nascituro contra o aborto. Em defesa da família contra o divórcio e outras manifestações contrárias à natureza. Em defesa da vida contra a violência, a cultura de morte, as drogas e etc.

O Natal nos desafia e nos ensina a optar pela estrebaria ao invés do palácio de Herodes. A preferir a companhia dos pobres pastores a buscar comunhão com os poderosos. O Natal será melhor vivido e celebrado se dele aprendermos o movimento de “sair”, como fez Jesus ao deixar o mais alto céus e como ele “irmos” ao encontro daqueles para os quais nos envia.

Faça do seu Natal um compromisso com Missões.

Reverendo Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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