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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
12/03/2014 | Luiz Santos: O fundamento da gratidão

  “Não digam, pois, em seu coração: A minha capacidade e a força das minhas mãos ajuntaram para mim toda esta riqueza. Mas, lembrem-se do Senhor, do seu Deus, pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza, confirmando a aliança que jurou aos seus antepassados, conforme hoje se vê.” (Dt 8. 17-18)

A vida cristã se fundamenta sobre a virtude da gratidão. “Agradecido” deveria ser o sobrenome de todo cristão. O fato, aliás, de sermos cristãos, já é motivo de agradecimento. Na Bíblia demonstrar gratidão é uma ordenança divina. Deus exige que sejamos agradecidos a Ele e o mais impressionante nesta história é que Ele não ganha coisa alguma com a nossa gratidão e nem é privado de coisa alguma quando não a recebe. O Senhor a exige de nós para o nosso próprio bem. Quando demostramos que reconhecemos um favor, uma dádiva, uma graça, uma intervenção divina em nossa vida, somos cumulados imediatamente de nova bênção pelo simples fato de termos um coração agradecido. A Ação de Graças é um maravilhoso antídoto contra a “esclerocardia”, isto é, contra o embrutecimento do coração.

Quando nos iludimos pensando que as conquistas da vida, o progresso de nossa história, as soluções encontradas para os nossos dramas e as respostas para as nossas inquietações se devem à nossa inteligência, capacidade ou força, corremos o grave risco de nos depararmos hora ou outra com a ansiedade, a depressão e o fracasso. Todos nós, por mais otimistas, já aprendemos ao longo da vida que querer não é poder. Muitos projetos não saem do papel. Muitos sonhos terminam em pesadelo. Algumas de nossas conquistas se revelam efêmeras com o tempo e outras não nos satisfazem plenamente. Sem falar em nossa falibilidade natural e em nossa pecaminosidade latente que muito nos impedem de gozar e apreciar retamente todas as coisas. A falta de gratidão pode levar-nos a uma vida de presunção, arrogância, avareza, mesquinharia e coração fechado para o próximo. Pois, quem não é grato por coisa alguma, também não se sente devedor de ninguém.

A nossa língua portuguesa expressa a ética da gratidão. Quando recebemos um favor logo respondemos: “obrigado!” Ou seja, nos sentimos devedores, o outro passa a ter um crédito moral conosco. Quando não nos sentimos gratos julgamos que todos nos devem justiça, todos estão a nosso serviço, todos têm alguma obrigação conosco. Não é só uma falta de educação não dizer obrigado ou pedir ‘por favor’, é também e sobretudo uma questão de caráter. Por isso as Escrituras nos ensinam que o equilíbrio psíquico, emocional e espiritual na relação com Deus e com o próximo está na constante recordação dos favores recebidos, na justa medida de atribuir glória a Deus por seus feitos e honra aos homens quando estes nos favorecem de alguma maneira:

Mas nós bendiremos o Senhor, desde agora e para sempre! Aleluia!” (Sl 115.18). “Os meus pés estão firmes na retidão; na grande assembleia bendirei o Senhor” (Sl 26.12). “Rendam-te graças todas as tuas criaturas, Senhor; e os teus fiéis te bendigam” (Sl 145.10). “Bendirei o Senhor o tempo todo! Os meus lábios sempre o louvarão” (Sl 34.1). “...e curvei-me em adoração ao Senhor. Bendisse ao Senhor, o Deus do meu senhor Abraão, que me guiou pelo caminho certo para buscar para o filho dele a neta do irmão do meu senhor” (Gn 24.48) “Bendirei o Senhor, que me aconselha; na escura noite o meu coração me ensina!”  (Salmos 16:7). “E peço que vocês o recebam no Senhor com grande alegria e honrem a homens como este” (Fp 2.29). “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios” (Rm 12.10).

Uma vida de gratidão nos livra da murmuração contra Deus e o mundo. Impedem-nos de desenvolver a patologia do “vitimismo” e também dos complexos de inferioridade que nos arrasta para a depressão e de superioridade que nos transforma em megalomaníacos. Isto sem falar que há uma dimensão terapêutica comprovada inclusive pela medicina, numa vida de gratidão transformada em louvor, oração e adoração. Os homens e mulheres que possuem melhor visão de mundo, sem otimismo alienante e sem pessimismo paralisante, são aqueles mais agradecidos a Deus. Também os que possuem maior grau de esperança e os que esperam dias melhores são aqueles que trazem na memória agradecida sempre viva a lembrança dos favores de ontem. Deve ser frustrante para um ateu sentir-se grato por algo e não ter a quem agradecer. Sejamos agradecidos a Deus por aquilo que não merecemos e valorizemos o que dele recebemos transformando o nosso mundo mais agradável a todos onde a justiça e a paz se abraçam.

Reverendo Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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