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18/08/2015 | Luiz Santos: Povo sacerdotal: Igreja missional

“...vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa...” (Êx 19.6).

Já dissemos aqui que parte da missão da igreja é refletir o caráter de seu redentor. Isto significa entre outras coisas viver em conformidade com o agir de Deus no mundo, de como Ele interage com a história dos homens e de seus propósitos para a criação inteira. Os que foram redimidos e chamados para viverem em igreja foram constituídos como povo sacerdotal e devem por isso mesmo viver ‘sacerdotalmente’.

A igreja surgida da Reforma Protestante, de maneira geral, não possui uma classe de oficiais especializados e hierarquicamente constituída no ofício de sacerdotes. Na verdade, nós evangélicos concebemos o sacerdócio como parte integrante de nossa nova natureza em Cristo, como um privilégio bem como nossa missão a partir de nossa redenção. Somos todos sacerdotes de Deus com uma missão sacerdotal no mundo.

E como devemos viver esta condição? Exatamente nos moldes do sacerdócio do Antigo Testamento, que em tudo tipificava o sacerdócio de Cristo e preparava a função sacerdotal de todo o povo de Deus. A primeira função de um sacerdote era colocar-se entre o povo e Deus. Era fazer a ponte entre um e outro. O sacerdote representava o povo e suas demandas diante de Deus e trazia até o povo as respostas dadas por Deus e também a sua vontade para o viver da comunidade de fé.

A igreja também deve interpor-se entre os homens e Deus. Esta interposição não tem nada a ver com a eficácia da salvação, exclusividade de Cristo, embora sirva também de instrumento para a pregação do Evangelho. Mas a igreja deve inserir-se entre o povo e Deus para apresentar a Deus os reclamos, as pendências, as carências e as lutas do povo, e à luz do Evangelho, buscar soluções, iniciativas, ações concretas que levem o povo a fazer uma experiência de vida e libertação, gozando do bem-estar desejado por Deus a todos os homens criados a sua imagem conforme sua semelhança.

Outra função sacerdotal no Antigo Testamento era o de oferecer sacrifícios para a restauração da Aliança e a oferta de perdão da parte de Deus. O povo sacerdotal, a igreja de Cristo, também deve ser portador de uma mensagem que restaure e reconcilie com Deus toda a esfera da existência humana desviada de sua função original pelo pecado. As grandes orientações e exigências éticas da Lei Moral e do Evangelho da Graça devem ser aplicadas nas engrenagens sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais deste mundo para que a totalidade da criação se reconcilie e se harmonize à vontade de seu criador.

Os sacerdotes deveriam ainda ensinar a Lei, era parte importante de seu ministério no templo antigo ministrar e ensinar o povo a viver segundo a vontade do Altíssimo. Quando isso não acontecia, Israel perecia, praticava grosseiras idolatrias e vivia em estado de profunda degradação moral onde não havia área da vida que não fosse contaminada e prejudicada. Da família à política tudo entrava numa espiral de ‘disfuncionalidade’ gerando miséria e sofrimento.

O povo sacerdotal deve ensinar o mundo, pelo comportamento e pela Palavra, o estilo de vida e a escala de verdades e valores pelas quais todos têm acesso à vida, a paz, e o correto e abençoador desfrute de todos os bens da criação, onde miséria e degradação de toda ordem nunca são bem-vindos.

Na Igreja da Primeira Aliança sob a ‘direção’ de Moisés, um dos privilégios-deveres dos sacerdotes era abençoar o povo de Deus em Nome de Deus. Abençoar não significa proferir palavras sagradas e desejar coisas boas. Abençoar significa invocar o controle, o reinado, a influência e a intervenção de Deus por meio de suas dádivas espirituais e materiais sobre o povo. Bênção entendida nas Escrituras como a totalidade de bem-estar fruindo e se espalhando sobre os relacionamentos sociais, os negócios, a economia, a educação, a cultura, o meio ambiente e etc.

Um povo sacerdotal é sinônimo de Igreja Missional, isto é, uma igreja comprometida com os interesses e a Missão de Deus no mundo. Uma igreja missional não se dá o direito de possuir uma agenda própria no que diz respeito a ter uma agenda que não contemple aquilo que para Deus é essencial, fazer chegar a bênção prometida em Abraão a todas as nações. E o meio estabelecido para que esta bênção chegue então aos confins da terra é um povo consciente, agradecido e comprometido com o privilégio e as responsabilidades de sua dignidade sacerdotal.

Rev. Luiz Fernando Dos Santos É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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