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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
22/11/2016 | Luiz Santos: Rei do Universo

O trigésimo quarto domingo do tempo ordinário do calendário cristão celebra a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Nossa realidade histórica como sociedade e como igreja não poderia estar mais longe da consciência desta verdade. Na igreja o analfabetismo bíblico tem produzido um cristianismo aguado, inconsistente, incoerente e sem referenciais absolutos para a fé e a moral. Os cristãos já nem sabem em quem exatamente creem. Muitos já não estão tão convictos quanto á identidade de Jesus Cristo, por exemplo. Não acreditam que Ele é Deus, a segunda pessoa da Trindade. Nada sabem ou poucos entendem de sua encarnação, de sua humanidade verdadeira e santa, do porquê de sua crucificação, quais as consequências disso para a sua vida e tão pouco se interessam por sua ressurreição e ascensão aos céus. Tudo o que sabem ou desejam é livrar-se dos seus problemas imediatos, de maneira especial os relacionados com o bem-estar material. Jesus é uma mistura de mago do sucesso, ‘coach espiritual’, terapeuta da autoestima, mordomo e não sei mais o quê. Mesmo nos ambientes mais conservadores ou tradicionais, muitos irmãos possuem inconsistências nessas áreas também. Não querem pensar muito no milagre do parto virginal de Jesus, alguns chegam mesmo a pensar que a morte de Cristo não pode ser assim tão suficiente, há de existir um espaço para o mérito, à vontade, a liberdade humana de desejar ou recusar o evento realizado no calvário. Muitos já não aguardam a volta de Jesus e nenhuma aspiração demonstram pela vida no porvir. Como sociedade o relativismo e o secularismo tem nos afastado da realeza do senhorio de Jesus Cristo. A sociedade ocidental tornou-se soberba, ávida por autonomia, desejosa de liberdade ilimitada e irresponsável. Estranhamos quando uma mulher decide levar até o fim a gravidez de uma criança que apresenta condições especiais e mesmo críticas de saúde ou quando é fruto de violência sexual. Somos simpáticos ao aborto, quer esse ‘eugenésico’ que deseja eliminar pessoas portadoras de necessidades especiais da sociedade, quer o outro incapaz de oferecer amor sacrificial para que a vida prevaleça, ainda que humanamente indesejada e psicologicamente desconfortável. Não aceitamos uma vida sob a perspectiva da cruz. Nossa sociedade acostumou-se a forçar limites éticos e morais para dar guarida à perversão de toda sorte e aquilo que antes era moralmente criticável, hoje é socialmente apresentado como alternativa para a felicidade. Ficamos desconfortáveis quando conhecemos alguém que educa e disciplina os filhos dentro de um contexto cultural tradicional, tratando meninos e meninas de maneira diferenciadas. Uma sociedade doente que usa a autoridade intelectual da academia, por exemplo, para incutir nas mentes e corações que ninguém nasce menino ou menina, que nascemos assexuados e depois somos socialmente condicionados. E muitos cristãos assistem a tudo resignados e por quê? Simplesmente porque lhes falta profundidade em seu conhecimento teológico, bíblico e experiencial de Deus em Cristo. Simplesmente porque Jesus não reina em suas mentes e em seus corações. Simplesmente porque suas almas estão tão inebriadas com o reino desse mundo e os tesouros que ele tem para oferecer que já não conseguem distinguir o ouro de Ofir do ‘ouro de tolo’. A solenidade de Cristo Rei do Universo deve provocar uma profunda reflexão na igreja e em cada cristão. Cristo de fato governa a nossa vida? Submetemo-nos a Ele sem reservas mentais e sem pedir concessões para continuar no comando de algumas áreas muito estratégicas de nossa vida, como o dinheiro e a sexualidade? Nossa vida com Cristo é tão evidente e contrastante para a sociedade que se fôssemos acusados de cristãos, o mundo teria provas suficientes para nos condenar? Ou examinando a nossa vida, as nossas opções políticas e culturais e o modo como lidamos com o nosso projeto de felicidade, logo nossos acusadores teriam uma dúvida bastante razoável para nos absolver? Infeliz daquele que encontra a amizade, elogio e honra exatamente onde o Senhor encontrou apenas uma coroa de espinhos e uma cruz. Glórias sejam dadas a Cristo Rei do Universo!

Rev. Luiz Fernando é ministro do Evangelho na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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