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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
23/12/2019 | Luiz Santos: Sagrada Família

Uma das antigas festas litúrgicas dentro do ciclo natalino, de maneira especial nos lecionários romano, anglicano, luterano e de algumas igrejas reformadas, é a festa da Sagrada Família. O Natal, por assim dizer, dá a família uma dimensão nova, especial, uma missão maravilhosa, ser o berço onde Jesus deve nascer nos corações crentes. Em todo o drama da redenção, o Senhor Jesus é sempre o protagonista, contudo, Deus tem lá os seus coadjuvantes que como instrumentos, servem de meios conducentes para a realização de seus propósitos salvíficos. José e Maria se enquadram nessa condição. Desde a anunciação até a consumação na Cruz, Maria e José exercem na vida de Jesus um papel coadjuvante, porém decididamente importante. O Deus-humanado em forma de criança, reclamou os mesmos cuidados de todos os infantes. O humilde casal de Nazaré foram os meios humildes escolhidos pelo Pai para fazer chegar à condição humana e vulnerável do Filho Eterno, as dádivas necessárias para a manutenção de sua vida. Maria e José ofereceram proteção física, alimento condizente e suficiente, amparo no frio, os cuidados de profilaxia contra enfermidades e acidentes domésticos, segurança afetiva e emocional em um lar saudável, cercado de irmãos, primos e amigos vizinhos. Seus pais terrenos o educaram na fé, seguramente como na tradição judaica, Maria ensinou Jesus as primeiras orações e devoções e José se encarregou de introduzir Jesus na dinâmica da vida da Sinagoga com seus rituais de passagem e amadurecimento na fé. Sem falar nas muitas vezes que subiram a Jerusalém, como preceito dado a Jacó (Sl 78.5), para celebrar uma de suas grandes festas litúrgicas. Jesus foi introduzido no mundo do trabalho e aprendeu, humanamente falando, a dignidade de uma ocupação lícita e abençoada para lucrar o pão de cada dia. A lembrança litúrgica da Sagrada Família nos recorda o lugar da família como uma das instituições ou comunidades pactuais. O Casamento, a família e a Igreja são essas comunidades que cumprem o papel chave no drama da redenção. Por meio delas a consciência de Deus se perpetua na criação, a lembrança de suas ordenanças é constantemente apresentada aos homens e o Senhor continua a chamar a muitos para esta relação com Ele nos termos do amor, da graça e da misericórdia. A exceção de Jesus evidentemente, a família de Nazaré não era perfeita. José era um pecador necessitado de graça e perdão, necessitado da salvação que seu filho adotivo viera realizar. Maria, igualmente, era uma mulher pecadora, foi mãe do Filho de Deus, uma graça sem igual, a maior de todas que uma filha de Eva poderia conceber. Todavia, ser discípula de Jesus, ouvir dele a Palavra de vida eterna e ser por Ele redimida na cruz, certamente é o seu maior contentamento. Sem falar de seus irmãos e suas irmãs que há um certo tempo, se fizeram incrédulos às palavras e aos feitos do seu meio irmão, o Messias de Israel. Mas, Jesus nasce justamente em uma família humana, comum e imperfeita para sinalizar que Nele está a cura e a salvação para todas as famílias da terra. Sua presença terna e cheia de graça e verdade. Seu poder invencível e sua relação piedosa, devota e prioritária com o Pai, a sua submissão à Lei, comunicaram poder transformador, impactaram os parentes, seu exemplo os constrangeu e por fim seu amor os salvou. Jesus ainda hoje age do mesmo modo nas famílias que o recebem por meio do Evangelho. Sua presença nos lares é capaz de curar relacionamentos conjugais doentios e em processo de desintegração. O Senhor devolve a paz e a harmonia nas relações familiares e onde Ele tem a primazia, os pais possuem grande compaixão, longanimidade e fortaleza para lidar com o natural e complexo processo de desenvolvimento dos filhos. No lar em que Jesus é ouvido e obedecido, os corações dos filhos se inclinam para a sabedoria e a autoridade de seus pais em dócil e agradecida obediência. Na casa em que a manjedoura, a cruz, o túmulo, o trono e o reino fazem parte do imaginário, dos afetos, das lembranças e das conversas, a humildade, o compromisso com a verdade e a justiça, a sensibilidade engajada com os pobres e vulneráveis e o empenho pelo Evangelho nunca faltam e nem os cuidados do verdadeiro Pai de Jesus se ausentam. Onde está o Filho em graça, está o Pai em suas providências e o Espírito Santo com as suas dádivas, essa, sim de todas, a mais sagrada das Famílias. Transforme a sua família também um lar para Jesus e seja feliz!

Reverendo Luiz Fernando é pastor na Igreja Presbiteriana de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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