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Itapira, 16 de Abril de 2024
Artigo
19/12/2017 | Luiz Santos: Se não fosse o Natal...

“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).

Quando um ministro afirma que a maior celebração do ano cristão é a Páscoa de Jesus Cristo, isto é, o que Ele livremente realizou na cruz em nosso favor e em nosso lugar e a sua ressurreição gloriosa, logo alguém retruca, “é, mas se Ele não tivesse nascido”! De fato, não fosse a humildade do Verbo em encarnar-se, assumir a nossa humanidade, essa história da redenção não faria muito sentido. Mas, apesar de serem festas e datas diferentes, elas estão unidas de tal maneira que podemos inclusive afirmar com os pais da Igreja: Manjedoura e sepultura, lapa e cruz estão unidos pelo propósito do Pai de fazer nascer aquele que devia morrer para expiar os pecados dos eleitos. Assim, o natal se explica pela páscoa tanto quanto a páscoa só foi possível pelo natal do Salvador. Então, grande deve ser a nossa alegria e o nosso júbilo por essa ocasião de celebrarmos o Natal de Jesus Cristo, pois celebramos o início, enfim, da realização histórica de nossa salvação. Não fosse o natal ainda estaríamos mergulhados em trevas e desesperança. Não fosse o natal ainda estaríamos mortos em nossos pecados e delitos. Se não fosse o natal jamais conheceríamos a face de um Deus Pai, gracioso, cheio de misericórdia e consolação que o Filho fez questão de nos revelar. Sem o natal não saberíamos exatamente o que significam de verdade as palavras compaixão, solidariedade, comunhão e partilha. Essas verdades são demonstradas pelo evento de Belém. Ao assumir a nossa natureza o Filho revelou a compaixão do Pai. Compaixão significa entre outras coisas, entrar no sofrimento do outro, coisa que Jesus fez ao experimentar a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade, todas as nossas limitações físicas e no final de tudo a alienação de Deus no abandono da cruz. Por isso, como afirma o escritor de Hebreus, ele sabia exatamente o que nós sofríamos, por isso nos foi tão útil ao ministrar em nossas vidas. Não era alheio à nossa triste condição. O Filho de Deus ao se fazer filho de Maria demonstrou solidariedade. Fez-se próximo de nós em nossos sofrimentos. Curou as nossas enfermidades, providenciou pão aos famintos e restauro aos cansados. Trouxe luz aos cegos e expulsou as trevas do coração ministrando perdão. Não se fez de arrogado e nem de distante dos nossos dramas. Ao entrar para a família humana quis ser reconhecido como um de nós. Comeu o nosso pão, bebeu a nossa água, celebrou com o nosso vinho, comemorou as nossas festas e chorou o nosso luto. Viveu essa profunda fraternidade e comunhão com os seus discípulos e com quem acorreu a ele em suas necessidades. A todos recebeu, a ninguém despediu de mãos vazias, a todos se deu. E uma vez entre nós, ensinou-nos o caminho da partilha. Comunicou ensinamentos, deu-nos a visão do céu, apontou a via da justiça e no ato supremo, partilhou seu corpo e seu sangue como suprema comida, tipificando-os na Ceia, representação do que ocorreria no calvário. Ah, o natal, se não fosse o natal, realidades como família, as figuras do pai, da mãe, dos filhos, as relações mais íntimas já se teriam perdido a muito tempo em nossa sociedade que coisifica e esvazia do pleno sentido todas as coisas, até as mais sagradas. Celebremos com a alegria o natal como um tempo novo de experimentarmos a redenção e a volta do significado pleno e verdadeiro da existência humana. Jesus nasceu homem verdadeiro e pleno em sua humanidade. Tão pleno e verdadeiro, que o pecado não pode encontrar lugar em sua vida. Por isso, tão cheio de amor, vida, paz e verdade. Por isso tão capaz do perdão, da misericórdia, da justiça e da beleza. O natal deve recordar-nos que a nossa humanidade assumida também já foi redimida e que pelo Espírito que agora em nós habita, somos sempre e progressivamente transformados numa nova natureza semelhante ao do Filho de Deus e quis um dia ser também filho do homem. Que o natal nos ajude a centrar a nossa vida mais intensamente em Cristo e a dá-lo ao mundo tão graciosamente assim como ele nos foi ofertado um dia. O natal é uma festa para dar e receber Jesus. Ele é a dádiva que dá sentido ao nosso existir. Feliz e Santo Natal de Jesus Cristo a todos!

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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