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Itapira, 23 de Abril de 2024
Artigo
23/01/2014 | Luiz Santos: Servir bem para servir sempre!

 Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10.45).

Não faz muito tempo esta frase que intitula a pastoral podia ser encontrada nas embalagens de papel, sobretudo das padarias e mercearias. Nunca soube ao certo se a frase era uma advertência ao balconista ou um autoelogio do proprietário do comércio. Seja como for, sempre que me vem à mente a natureza dos ofícios e ministérios da Igreja eu me recordo dela.

Os ofícios e os ministérios são de natureza espiritual mais que estrutural. São dons de Deus para o serviço da comunidade cristã. Eles foram conquistados por Cristo em seu triunfo: “E a cada um de nós foi concedida a graça, conforme a medida repartida por Cristo. Por isso é que foi dito: Quando ele subiu em triunfo às alturas, levou cativos muitos prisioneiros, e deu dons aos homens" (Ef  4. 7-8). Estes mesmo dons foram concedidos para a edificação, o crescimento e maturidade individual e corporativa dos discípulos de Cristo: “com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.

O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (Ef 4.12-16). E todos os dons, espirituais ou ministeriais concedidos a cada crente, visam sempre o mesmo fim: “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum” (1 Co 12.7).

Assim, esclarecidos pelas Escrituras o que é um  dom ministerial ou espiritual e qual a sua função na Igreja, tratemos agora de um ministério sumamente importante para a Igreja de Cristo desde o seu nascimento: O diaconato.

O diaconato cristão aparece pela primeira vez na história em Atos 6. Os apóstolos sentiam-se importunados pelos queixumes dos judeus helênicos no tratamento dado às suas viúvas. O texto deixa transparecer que os Apóstolos sentiam-se prejudicados naquilo que era a essência de seu ministério, a dedicação à oração e ao ministério da Palavra. Não era justo que abandonassem tal ministério para o socorro das mesas. Assim, são escolhidos homens cheios de fé e do Espírito Santo para o exercício da compaixão, da solidariedade, da assistência social, do socorro e da promoção da dignidade humana.

Para o serviço aos pobres não são suficientes boa vontade e nem mesmo a competência técnica, pelo menos não no Evangelho. É preciso que o diácono seja cheio de fé e do Espírito Santo, pois a sua missão é transformar o Evangelho em gesto concreto de amor, patente testemunho de caridade cristã, numa palpável proclamação de que o Reino e a sua justiça já chegaram entre nós. Para o exercício do diaconato o amor ao próximo, ao homem concreto em suas demandas deve suplantar o amor pela comunidade, inclusive. Já bem ensinava o pastor luterano Dietrich Boenhoeffer: “Quem ama a comunidade, destrói a comunidade. Quem ama o próximo, constrói a comunidade”.

Assim, o diaconato não é o exercício abstrato do amor e da fé. A compaixão não é um conceito diluído em meio das atividades corporativas da comunidade cristã. Não! É o desafio de amar concretamente o homem e a mulher em suas necessidades e queixumes mais prementes. Reclames e queixumes nem sempre razoáveis, nem sempre coerentes, nem sempre fáceis de serem entendidos e correspondidos. Mas que existem e necessitam serem acolhidos de maneira humilde, respeitosa, humana, fraterna, sem moralismos.

Estamos para eleger novos diáconos em nossa Igreja e por que o faremos? Porque demandas existem dentro e fora da Igreja. Porque nossa comunidade aceitou o chamado do Espírito Santo para ser uma voz profética e um sinal do amor de Deus entre os que sofrem. Porque o ministério da Palavra não pode sofrer prejuízo, não pode parar e deve encarnar-se nas situações de morte e de sofrimento para que haja vida e vida abundante na graça e na autoridade de Jesus. Que na figura do diácono toda a nossa Igreja queira servir bem e queira servir sempre!

Reverendo Luiz Fernando

Pastor Mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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