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Itapira, 23 de Abril de 2024
Artigo
23/07/2013 | Luiz Santos: Uma Igreja para a Cidade

 “...o Reino de Deus e a sua Justiça” (Mt 6.33).

Uma das metas da Igreja Presbiteriana Central de Itapira é deixar de ser uma igreja na cidade, para se tornar cada vez mais, uma igreja para a cidade. Isto significa que nossa compreensão da natureza e missão da igreja, à luz do Evangelho, deve ser mais profunda. Devemos crescer na compreensão, compromisso e vivência dos valores e realidades do Reino de Deus. De fato, infelizmente, nossa compreensão e nossa prática concreta esbarram nos limites da religião de consumo. Mas o Reino é maior do que a Igreja. Os interesses do Reino extrapolam, e muito, os limites da religião como sistema de culto, transmissão de doutrinas, usos e costumes religiosos. É verdade que a missão da Igreja nasce da adoração, pessoal e corporativa. É verdade que o reto conhecimento das verdades doutrinais lança o fundamento indispensável que não só justifica, mas ainda legitima nossa ação. Contudo, os interesses do Reino nos conduzem para o encontro com o mundo e as suas mazelas.

Jesus Cristo é a própria personificação do Reino enquanto Ele mesmo é seu Rei. Durante o seu ministério terreno, quando anunciava a chegada do Reino em nossa história humana, Jesus o fazia com gestos concretos de libertação, curas, promoção da dignidade da pessoa, defesa e valoração da vida humana indo sempre ao encontro dos pobres. Não somente anunciou-lhes as Boas Novas e deu-lhes lindas lições para vida. Além de desbaratar as obras do mal, ensinou os seus discípulos a fazerem o mesmo. Deu-lhes poder espiritual para Isso. Assim, a Igreja desde sempre aprendeu que o discipulado comporta e exige anúncio e compromisso com a transformação da realidade.

O Evangelho é sal, é luz, é fermento, é semente. Isto é, uma presença que exerce poder de transformação da realidade que toca. Estas imagens deixam claro que a mensagem e o estilo de vida dos cristãos devem fazer toda a diferença no contexto em que está inserido. Não fomos salvos para nós mesmos. Antes, fomos salvos inclusive de nós mesmos, de nossa vida egoísta e autocentrada em satisfazer os nossos apetites. Logo, a nossa condição de novas criaturas em Cristo exige que vivamos inteiramente para a glória de Deus.

Glorificamos a Deus quando andamos em boas obras. Podemos andar em boas obras como cristãos compadecidos engajando-nos em trabalhos comunitários de maneira voluntária. Fazendo doações para instituições e campanhas filantrópicas. Agasalhando e vestindo os nus e ou compartilhando o nosso pão com os famintos. Boas obras são também comportamentos éticos e o cumprimento de nossos deveres com pontualidade e honestidade. Mas, como instituição, como ente social organizado, temos a nossa responsabilidade social, a tradução contemporânea das Boas Obras.

Como atores sociais a Igreja Presbiteriana Central tem o direito de emitir sua opinião, fazer - se ouvir nos fóruns de discussão e estabelecimento de políticas públicas. Como segmento social, devemos estar atentos, fiscalizar e propor ações de políticas sociais que melhorem a vida da coletividade itapirense e de maneira especial para alcançar os bolsões de pobreza e miséria de considerável parcela da população. Contudo, esta participação e esta contribuição de nossa Igreja não são suficientes. Precisamos organizar ministérios e organizações eficientes e funcionais para cooperar com o poder público e outras organizações e iniciativas, para que haja desenvolvimento, justiça social, vida digna e plena que redundará, a seu tempo, em uma sociedade mais harmônica e pacífica

Graças a Deus que alguns passos já estão sendo dados nesta direção. Um bom exemplo disso é o Instituto Samaritano de Proteção Social, uma instituição inspirada evangelicamente pela Igreja Presbiteriana, que está ligada a ela por laços de confessionalidade, mas que não pertence e nem é a Igreja Presbiteriana. É uma instituição criada para desenvolver e executar projetos de resgate da dignidade da pessoa e desenvolvimento do potencial humano. Hoje, quase um ano depois de sua inauguração, dois são os projetos ainda incipientes, mas já cheios de bons frutos. O trabalho com os moradores de rua, ou mais tecnicamente falando, com a população em situação de rua e um projeto com crianças em situação de vulnerabilidade social no bairro do Tonolli. Há muito para ser feito. Não chegaremos sozinhos a lugar algum, contamos com bons parceiros e desejamos ampliar nossa rede de amigos. Nossa ambição não é o poder, mas o serviço. Por isso, queremos ser uma Igreja para Itapira, mais que uma Igreja em Itapira.

Rev. Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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