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Artigo
01/06/2014 | Sandro Belli : Transfusão de sangue

Toda transfusão de sangue ou de seus componentes tem caráter semelhante ao de um transplante. É, geralmente, um procedimento de urgência e não deve ser encarado como um tratamento, mas apenas como medida de suporte a fim de manter a sobrevida até que seja possível o diagnóstico, tratamento e recuperação. Por isso, não se deixe enganar pela impressão de pronta recuperação que o animal poderá apresentar logo após a transfusão. Este estado poderá ser provisório se a causa do problema e suas consequências não foram eliminadas. Após uma tranfusão, deve-se aumentar os cuidados e a observação pois, como um transplante, podem ocorrer reações e “rejeições”.

A maior parte dos casos que exigem transfusões são sérios, de surgimento repentino e inesperado e apenas o clínico, à luz dos dados clínicos e laboratoriais, poderá tomar a decisão por esta escolha, já que existem riscos graves associados. A maioria dos casos de transfusão estão associados a anemia crítica ou perdas sanguíneas, por problemas hepáticos ou renais, infecções por parasitas do sangue (babesiose, ehrlichiose, haemobartonelose), intestinais (verminoses ou protozooses) ou mesmo parasitas externos (pulgas e carrapatos), deficiências alimentares, acidentes, intoxicações e até grandes cirurgias.

Os cães e gatos podem doar e receber sangue de seus semelhantes, e, assim como o homem, também tem diferentes tipos e grupos sanguíneos. No Brasil, a tipagem destas espécies ainda não está disponível e, por enquanto, realizamos alguns testes “cruzando” o sangue dos doadores e do receptor para prever possíveis reações. Será colhido então, imediatamente antes da transfusão, com objetivo de realizar provas de compatibilidade, pequena mostra de sangue do animal que irá receber o sangue, que também será usada como parâmetro para avaliação dos resultados desta intervenção. Essas provas não substituem a tipagem, nem conseguem ser absolutamente seguras. Mesmo assim, elas podem prever e evitar possíveis e graves reações.
 
O início da transfusão é bem lento, a não ser em urgências e grandes perdas, para que se possa observar qualquer sinal de reação. Após os primeiros 30 minutos, a velocidade vai aumentando até atingir uma média que permita um tempo total de até 4 horas.
 
Para acompanhar o estado geral, sinais de reação e convalescença, periodicamente são avaliados diversos parâmetros como temperatura, frequência cardíaca e respiratória, etc. A presença do proprietário é fundamental para assegurar mais tranquilidade ao animal.
 
Alimentação deve ser evitada antes e depois da transfusão. Serão coletadas outras amostras de sangue após 1, 24 e 72 horas após a transfusão, para acompanhamento da sobrevivência (viabilidade) das células transfundidas. Isto para se estar atento a uma possível rejeição. Após a primeira transfusão, aumentam muito as chances de ocorrerem reações. Mesmo que não acontecam durante ou logo após a transfusão, que geralmente são as mais graves, reações de diferentes tipos podem se manifestar tardiamente até 3 semanas. As transfusões subsequentes, se necessárias, devem ser realizadas, preferencialmente, em até 5 dias da primeira, para minimizar o risco de sensibilização e reação a esta.
Fonte: Sandro Belli

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