Alberto ainda não tem em mãos o teor da sentença judicial que lhe garantiu a filiação ao PDT, depois de correr o risco de ficar sem partido e a consequente impossibilidade de disputar uma legenda para se lançar candidato no ano que vem. Como ele se desvinculou do PV e não encaminhou, no prazo, o comunicado à Justiça Eleitoral, seu nome figurou na lista das duplas filiações, fato que poderia provocar a desfiliação nos dois partidos: PV e PDT.

Mas Alberto sempre atestou que tinha feito tudo certo. Contestou a lista da justiça eleitoral e entrou com recurso. No início de dezembro recebeu uma correspondência que pedia a ele a definição pelo qual partido se considerava filiado.

“Como a sentença me garante no PDT, prova o que sempre falei. Nada fiz ou deixei de fazer que pudesse colocar em dúvida a minha filiação, a minha opção política”, disse.

Agora o pré-candidato pedetista está em ação novamente. Para ele, esse tempo de espera foi bom, deu uma desacelerada na campanha. Alberto não pensa em retaliação, pois quer deixar espaço para as futuras composições. Continua acreditando que Manoel Marques foi o grande artífice da confusão, mas considera o presidente da câmara como amigo. “Na tenho pessoalmente nada contra Manoel, minhas restrições são políticas”, esclareceu. Existe a intenção de se fazer uma festa, mas nada está planejado ainda.

Ao ser indagado sobre a conjuntura política e a possibilidade de união das forças que levaram o Novo Tempo ao poder, não titubeou: “Não estou fechado a nada. Sou um soldado do meu partido. Não me agrada estar ao lado de Toninho Bellini ou de Manoel Marques. A minha proposta de governo diverge totalmente do que eles pregaram e empreenderam, mas se meu partido assim decidir, não vou reclamar. Aceitarei resignado.” Mendes comentou que tem ouvido acusações sérias contra o prefeito, não pode afirmar se são verdadeiras ou não, mas circula na praça que Bellini teria adquirido recentemente um apartamento de R$ 1 milhão no litoral e um iate. Disse, também, que tem Polícia Federal na cidade: “o que eles estariam fazendo aqui?”, questionou.

Diante da possibilidade da união e do lançamento de outro nome para ocupar a cabeça da chapa, não deixou dúvidas: “Tô fora! Não serei candidato a vice. Nem vereador.” Só não esclareceu, também não foi questionado, se participaria da campanha, como em 2004. Mas pela conversa, Mendes dá a entender que não se envolveria, bem ao estilo, tudo ou nada.

Sobre os nomes ventilados, entre os governistas, caso ele conquiste a vaga para prefeito, todos seriam bem-vindos como candidato a vice, exceto Manoel Marques. “Gosto dele, mas politicamente quero distância.”    

Alberto Mendes analisou a candidatura do grupo liderado por Barros Munhoz. “O nome Paganini não pegou, todo mundo já percebeu. Esse fator está deixando os correligionários descontentes. Aliás, posso lhe dizer que dependendo do nome que será indicado a vice, muitos deles virão para o nosso lado. Vamos esperar pelos acontecimentos.”

Para encerrar, Alberto definiu que o seu projeto político tem em mentes objetivos claros, já estão no papel e é isso que ele quer defender na campanha, caso seja indicado candidato. “Eu divirjo de muitas coisas que aí estão. Por exemplo, as terceirizações. Caso seja eleito é claro que vou engolir por uns tempos, até acertar a máquina. Mas quero o fim delas.” Por isso, ele garante que caso ocorra uma união, ele vai impor condições.

Alberto está confiante. Desde que saiu a decisão sobre a dupla filiação ele não para de receber visitas de pessoas que querem vê-lo candidato, querem estar ao seu lado. “Nem tenho tempo para as minhas coisas. Mas isso é muito bom!” finalizou.