O DER (Departamento de Estradas e Rodagem) nem mesmo concluiu as obras de asfaltamento da Estrada do Rio Manso e alguns trechos já estão totalmente danificados. A situação mais deprimente é no trecho próximo à Pousada do Zé Branco e que dá acesso a diversas chácaras existentes na localidade, onde, na última semana, o grande volume de chuvas arrebentou todo o pavimento. Isso devido a uma enxurrada vinda de um córrego que passa por debaixo da estrada, que avançou pelo asfalto e culminou em um cenário devastador. Mas, segundo informações colhidas junto a moradores das imediações, o problema poderia ter sido evitado caso a Prefeitura Municipal tivesse prestado a devida manutenção nas tubulações do córrego. Uma moradora que preferiu não se identificar, afirmou que os canos estavam entupidos por conta da grande quantidade de mato. “Se não tivesse todo esse matagal na boca dos tubos, a água conseguiria passar sem invadir a pista”, reclamou. “Agora o asfalto, que estava novo, já está desse jeito, todo arrebentado. É o nosso dinheiro indo embora com a enxurrada”, emendou a moradora, que teme que o problema fique ainda maior por conta das freqüentes chuvas. Um pouco adiante do local citado, um pedaço do asfalto também cedeu. E em outro trecho da estrada, uma ponte cuja cabeceira deveria existir – mas ainda não foi construída pela Prefeitura – já começa a dar sinais de que também não irá suportar a força das águas. Entre outras especificações, o contrato firmado entre o DER e a Prefeitura prevê que o município é responsável por desobstruir os sistemas de drenagens existentes ou construí-los caso seja necessário.

Obrigações da Prefeitura

Um das cláusulas do convênio assinado para a execução do asfaltamento da estrada rural do Rio Manso pelo Governo Estadual deixa claro que cabe à Prefeitura executar os serviços de manutenção das vias, justamente para evitar transtornos como o ocorrido no trecho recém asfaltado.

Outro lado

A reportagem do Gazeta conversou com o secretário municipal de Obras, Carlos Vitório Boretti de Ornellas, que negou a informação de que o problema foi causado pelo acúmulo de mato nas tubulações. “Desceu uma grande quantia de água e os tubos existentes no local não deram conta do volume, que acabou passando por cima da pista, com a água infiltrando também por debaixo do asfalto. A verdade é que choveu muito e os canos não deram conta da vazão necessária para a água não subir”, explicou. O secretário afirmou que esteve no local, inclusive sendo acompanhado pelo vereador Décio da Rocha Carvalho, o Zé Branco, que representa o bairro rural. Segundo Ornellas, o vereador se comprometeu a conversar com o DER sobre a possibilidade do órgão estadual ceder anéis de concretos para que a Prefeitura possa construir uma passagem maior por baixo da pista. “Mas no momento não posso dizer se isso vai mesmo acontecer e quando poderemos fazer os reparos, já que tudo ainda depende de acertos com o DER”, finalizou.