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Notícia
21/08/2014 | Comportamento do preço de gêneros alimentícios confunde consumidor

  

 A dona de casa Maga­rete dos Santos Oliveira levou um susto na semana passada quando foi com­prar sua marca de leite preferida. O produto tinha aumentado exatos R$0,40 o litro, de R$ 2,25 para R$ 2,65. “Levei um susto. Não parece muito, mas se colocar na ponta do lápis vai pesar no fim do mês”, lamentou.

A costureira industrial Izaura Rodrigues Alione relatou um caso oposto. “Notei que alguns dos produtos que uso muito no dia-a-dia como feijão, batata e cenoura caíram bastante de preço”, disse feliz da vida.

Este tipo de constatação tem passado no radar da maioria dos consumido­res que não conseguem entender bem o que está acontecendo. Renato Zefe­rino, do setor de compras do Supermercado Cubatão, disse que nem só de fato­res sazonais como a atual estiagem determinam o comportamento dos pre­ços. Ele relatou que a alta do leite tem sua justificativa na estiagem e que even­tuais casos de uma oferta mais ampla do que nor­malmente ocorre - como o caso do feijão - ajudam a entender o antagonismo dos casos relatados, mas fez uma observação de que até fatores geopolíticos influenciam na formação dos preços, avisando que o preço da carne vai subir bastante.

Ele conta que o recen­te imbróglio envolvendo Estados Unidos, União Eu­ropeia e a Rússia - os dois primeiros determinaram por conta dos conflitos re­gistrados na Ucrânia impor sanções comerciais contra a Rússia e este último, para retaliar, decidiu suspender importações dos outros países com os quais está em litígio - trouxe como resultado prático a seleção de dezenas de frigoríficos e abatedouros de aves em todo o Brasil para expor­tação de carne. “A carne de vaca já tinha subido em média 20%, a carne de porco cerca de 12% e os abatedouros de ave estão falando em aumento tam­bém de 20%”, entregou.

Com relação ao leite informou que é comum neste período buscar outras marcas que tenham um preço menor. “Negociamos desta forma para que prin­cipalmente o consumidor de menor poder aquisitivo tenha como se defender da alta”, mencionou.

O colega Adilson De­lalana, do Supermercado Delalana, outro estabele­cimento forte na venda de carne,confirmou que a negociação com os for­necedores de carne tem sido difícil. “Não vai ter como segurar”, adiantou. Ele diz que este estado de coisas não é bom para ninguém. “A verdade é que os preços já estão elevados para o padrão de consumo da maioria das pessoas. A tendência, a continuar esta pressão sobre os pre­ços, é pela diminuição do consumo, algo desastroso para todos nós”, recrimina.

O reflexo do repasse do preço só não deve chegar aos pescados, segundo José Marcos Pádua,psicultor e presidente da ASPEI (As­sociação dos Psicultores de Itapira). Segundo ele, o preço do pescado já está elevado para os padrões atuais. “Um quilo de filé de tilápia já custa R$ 20. Subir mais que jeito?”, questio­na. O vilão nesta história segundo ele pode ser a estiagem. “Muitos criado­res de locais tradicionais como o norte deSão Paulo e no entorno da represa de Furnas, em Minas Gerais, estão passando apuros por causa da seca”, afrimou.

O representante co­mercial da marca de leite Mococa, Fábio Zavarizze, de Mogi Mirim, informouque pelo menos nos próximos 60 dias o preço do produto terá viés de elevação. “Além da seca aqui no sudeste, teve muita chuva na região sul. Isso tudo somado ao preço reprimido de quem produz, cria um cenário onde fica impossível en­xergar a curto prazo queda no preço”, afirmou.

O produtor José Francis­co Miotto Torres, do Sítio 3 Barras, em Eleutério, avisa que está faltando leite no mercado. “A indústria tem tido dificuldade de encontrar produto e a alta é inevitável”, informou. Ele revela que o produtor tem vendido o leite para a indústria em média por R$ 0,95 e briga por pelo menos R$ 1,15. Segundo ele o custo de produção tem aumentado muito e em período de estiagem os preços explodem. “A corda vai arrebentar do lado do consumidor. Não tem jeito”, raciocina.

Super safra

Com relação ao feijão, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calcula que o preço do feijão carioca caiu em média até 40% nos últimos três meses.Nos supermercados esta queda já é perceptível também em outras variedades. O cerea­lista Zoroastro Marcos Viola, 65, com 40 anos de atuação no ramo, afirmou que houve uma super safra do produto nos estados da região norte e que isso vem derrubando os preços também no varejo. “É uma tendência que deve se estabilizar dentro de mais alguns dias”, avalia.

Fonte: Da Redação do PCI

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