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Itapira, 15 de Junho de 2024
Notícia
02/09/2012 | Crise da laranja atinge também propriedades rurais do município

 

A tradicional Fazenda Calunga é uma das propriedades rurais de Itapira que vem sentindo na pele a mais nova tragédia da agricultura nacional, aquela que vem se abatendo sobre o setor da citricultura. Segundo o gerente Denilson Gerotto, cerca de 20 mil caixas de laranja já se perderam e a expectativa é de que pelo menos outra carga do mesmo tamanho tenha destino parecido nos próximos 15 dias. “Infelizmente não existe nada que possamos fazer. Esta é uma situação que vem levando de roldão toda a citricultura brasileira”, comentou na última terça-feira, dia 28, quando recebeu a reportagem do Jornal Cidade para falar sobre o problema.
 
Conforme a avaliação que fez, são vários os fatores que tem contribuído para que 2012 entre para a história como aquele que vai ficar marcado pela pior crise da citricultura brasileira. Segundo declarou, são vários fatores que criaram essa situação passam por questões técnicas e econômicas tais como o aumento de cerca de 10% no custo de produção em relação ao ano passado (mão de obra, transporte e imunização dos pomares  contra pragas), a diminuição das exportações para a Europa em razão da crise ali instalada, as restrições dos EUA à laranja brasileira motivadas pelo uso de carbendazim (fungicida), a supersafra registrada em 2011 e a grande quantidade de suco de laranja ainda em estoque nas indústrias. 
 
Acrescentando a esta relação de fatos negativos a disposição da indústria do setor em investir nos seus próprios pomares, Gerotto acha que a citricultura brasileira vai deixar de ter a importância que tem hoje  no mercado mundial. O Brasil ainda é o maior produtor do produto, junto com os Estados Unidos. “A gente faz esta avaliação levando em conta ainda que o consumo do suco de laranja tem caído em várias partes do mundo. O apelo pelo consumo de refrigerantes por exemplo, continua cada dia mais forte”, avaliou.
 
A situação na Calunga só não é mais dramática porque a empresa investe em outras culturas como milho, café, eucalipto e girassol. Tem plantado cerca de 150 hectares de laranja e já erradicou no início do ano cerca de 20 mil pés da fruta. “Fizemos (a erradicação) como medida preventiva. Tiramos aqueles pés mais antigos e de menor produtividade. A ordem é esperar até o ano que vem para ver como o mercado se comporta”, observou Gerotto, sinalizando que a laranja pode abrir espaço para a cultura da cana de açúcar na Calunga. “No local onde retiramos os pés de laranja, plantamos cana”, revelou.
 
São três espécies que predominam na paisagem rural da Calunga, a Hamling, Pera Coroa e a Bahia. A Hamling é destinada para atender às necessidades da indústria de moagem. De menor valor comercial estão na mira numa eventual decisão de se erradicar os pomares. “Se eu apanhar e levar esta laranja até a indústria e dizer que vou entregar de graça, nem assim eles ficam com ela”, ilustrou Gerotto. As duas outras variedades, a Bahia e a Pera Valência tiveram o preço depreciado por causa da crise em cerca de 50%, sendo vendidas atualmente, quando se encontra comprador, a R$ 7,00 a caixa. “Este é um produto mais diferenciado cuja finalidade é o mercado consumidor interno. Mesmo este se encontra saturado por causa da situação do setor como um todo”, esclareceu.
 
Pessimismo
O engenheiro chefe da Casa da Agricultura, Ivo Marcos Peres Faria comentou que a situação é de enorme pessimismo entre os produtores. “Os efeitos desta crise serão devastadores para o setor. Eu não tenho dúvida de que muitos produtores vão trocar a laranja por outra cultura. Aqui mesmo no município outros produtores já arrancaram muitos pés e estão partindo para outra atividade. Segundo Ivo pelo menos duas outras propriedades situadas no município, as fazendas Santa Cecília (da família Burani) e São José (família Beira), são grandes produtores a exemplo da fazenda Calunga.
 
Lembrou ainda que o Escritório de Desenvolvimento Agropecuário (EDA) de Mogi Mirim já contabiliza o estrago causado pela crise. “Cidades da região como Conchal, Arthur Nogueira, Engenheiro Coelho, Mogi Mirim e Mogi Guaçu figuram entre os maiores produtores do Estado de São Paulo pertencem ao nosso EDA”, mencionou.
 
Milhares de pés carregados com laranja que caem ao solo e apodrecem dão uma
dimensão do tamanho do estrago que a crise atual vem causando
 
 
Gerotto: cana no lugar da laranja erradicada
 
Fonte: A Cidade

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