O Rio de Janeiro sedia, pela primeira vez, o Encontro Nacional pela Mata Atlântica. O evento resultará em um documento com metas conjuntas para a preservação e restauração do bioma que deve ser concluído e divulgado ainda neste mês.
Encontro Nacional pela Mata Atlântica está em sua décima edição
A programação, que vai até o dia 17 de maio, inclui palestras, exposições, atrações culturais e oficinas, no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro. Hoje (13) secretários e representantes do Meio Ambiente dos 17 estados onde existe a Mata Atlântica iniciaram a elaboração do documento.
O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa, disse que as metas preveem ações para conter desmatamento e aumentar a cobertura da Mata Atlântica até 2018. ?Estamos discutindo experiências, o que pode ser aproveitando dentro da realidade de cada estado?, disse. Segundo o secretário, desde 2013, o Rio é o estado que menos perdeu cobertura de Mata Atlântica. ?O desafio agora é ampliar a cobertura, que é um desafio difícil. Estamos pensando em criar um fundo de restauração florestal?.
O diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, que promove o evento criado há dez anos, acredita que a reunião de hoje serviu para unir esforços e experiências exitosas. ?Queremos evitar as questões isoladas e fazer projetos comuns, como de restauração, aplicação da lei, os incentivos que estamos buscando, como o ICMS ecológico, a questão da água?, explicou. ?Mas também estamos buscando os convênios individuais, com parques estaduais, unidades de conservação, tratando dos incentivos com os municípios?. Ele citou o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Verde, que está sendo proposto com os órgãos municipais para dar desconto no imposto para o cidadão que tem a Mata Atlântica no quintal ou no terreno onde mora.
Para o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Ricardo Soavinski, o encontro foi muito positivo. "As metas são factíveis de se tornarem realidade. Desta reunião, a meta principal, e que defendemos no Paraná, é de não ter mais perdas para a Mata Atlântica e buscar sempre a restauração. Ter um ganho e não mais perdas?, declarou.
Atualmente, restam apenas 12,5% da área original da Mata Atlântica
A diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, lamentou que o desmatamento tenha aumentado nos últimos anos no território como um todo. ?Buscamos trazer toda a nova agenda junto com os nossos parceiro para podermos atualizar, trocar ideias. Hoje restam apenas 12,5% da área original da Mata Atlântica. Precisamos manter o que ainda resta e restaurar o que é possível, sobretudo, no que diz respeito aos recursos hídricos. O esforço maior é em denunciar e controlar para proteger esse bioma?, disse ela, ao ressaltar a participação tanto do cidadão quanto do Poder Público.
Amanhã, o seminário ?A Mata Atlântica é aqui? vai abordar temas como a situação das águas, a poluição na Baía de Guanabara e a importância das áreas naturais para a saúde e qualidade de vida nas cidades. Amanhã também Cristo Redentor será iluminado com cores verdes em comemoração ao evento. No dia 15, o debate vai ser sobre os desafios da implantação do Novo Código Florestal. Nesse dia, também vão ser apresentados dados inéditos sobre a Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro.
* Colaborou Nanna Pôssa - Repórter da Rádio Nacional
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