No encontro com o go­vernador realizado no Salão Nobre do Palácio dos Ban­deirantes, em São Paulo, participaram o deputado estadual e líder do gover­nador na ALESP, José Antonio Barros Munhoz (PSDB), os secretários Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social) e Edson Giriboni (Saneamento e Recursos Hídricos), a diretora superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, os vereadores Carlinhos Sartori (PSDB), Mauricio de Lima (PSDB), Marcos Paulo da Sil­va (PRB), Joílson Militão da Silva (PSDB), Luiz Machado (PTC), Juliano Feliciano (PRB) e Zé Branco (PSB). Dentre os secretários municipais estiveram presentes Flávia Rossi, Carlão Jamarino, Luiz Domingues, João Bozzi, José Armando Montuan e Eliana Sobreiro. A comitiva foi com­posta, ainda, por diretores municipais, direção da ETEC e representantes do comércio, indústria e agronegócio.

 

 

Provisoriamente, a FATEC­-Itapira funcionará nos pré­dios que até recentemente eram ocupados pela escola do SESI e Escola Alith Maria Noris Junqueira, ambas lo­calizadas na rua Tereza Lera Paoletti, no Jardim Bela Vista. As adaptações solicitadas pelo Centro Paula Souza co­meçarão a ser executadas a partir da primeira semana de janeiro para que no mês de maio sejam abertas as inscri­ções para o exame vestibular para os cursos de Gestão da Tecnologia da Informação e Rede de Computadores, permitindo, dessa maneira, o início das aulas no mês de agosto. O prédio provisório poderá receber novos cur­sos e eles serão criados de acordo com os estudos da Paula Souza.

 

A sede definitiva da FA­TEC será construída na rua Afonso Cescon, no Distrito Industrial Juvenal Leite, no terreno com cerca de 14 mil metros quadrados doado pela prefeitura, autorizado pela Câmara Municipal no início deste mês de dezem­bro. A expectativa é que a construção do novo prédio aconteça entre dois a quatro anos. Munhoz comentou: “o prédio provisório será adequado de acordo com as determinações do Centro Paula Souza. Vai ficar ótimo. Vai atender plenamente as ne­cessidades até o novo prédio ficar pronto. Vamos ter tempo para buscar os recursos que precisamos.”

O secretário Rodrigo Gar­cia manifestou o desejo de todas as cidades do Estado de São Paulo, o de ter uma ETEC e uma FATEC, e lamen­tou: “se possível poderíamos fazer isso, mas o orçamento é limitado. O governador e o Paula Souza têm que ter uma sabedoria muito grande na escolha estratégica da cidade para conseguir a expansão do ensino”. E destacou a im­portância: “mas o que nós estamos comemorando aqui é aquele tipo de ação que fica realmente para a história, uma faculdade de excelência como a FATEC é uma mudança de paradigma, é um novo capítulo que se escreve, a oportunidade de formação em Itapira de extrema quali­dade, um curso de tecnólogo que sem duvida nenhuma é referência para o Brasil, uma faculdade que vai marcar o futuro da cidade, que já tem uma história bonita.”

 

Paganini ao se dirigir ao governador declarou que “a vida do prefeito, dentre as grandes responsabilidades, é administrar corretamente os recursos públicos municipais e administrar os pedidos que geralmente a gente faz todos os dias que são as buscas de recursos junto ao governo do Estado”. E completou: “e isso estamos fazendo, em especial, através do deputado Barros Munhoz e diante de tantos atendimentos nós só temos que agradecer.”

 

O deputado Barros Mu­nhoz estava vivendo, naquele dia, um dos seus piores dias na ALESP, tamanha era a pres­são para a finalização do ano parlamentar e da ação dos deputados oposicionistas e da base aliada, mesmo assim compareceu à solenidade e ao discursar se dirigiu ao governador dizendo que iria fazer uma força muito grande para conter a emoção: “Eu já vivi muitas emoções, momen­tos extremamente felizes, aqui mesmo neste Palácio, no Palácio do Planalto ao tomar posse como ministro, enfim, tomando posse como prefeito da minha cidade, como deputado, mas por várias razões, hoje é o dia mais importante da minha vida. Mandela disse: “Educa­ção é a arma mais poderosa para você mudar o mundo”. Aprendi com meu pai, gover­nador, que a educação tem uma importância fantástica no desenvolvimento de uma comunidade, do estado, do país e do mundo. Tenho como lema de vida a frase: navegar é preciso, viver não é preciso.”

 

Munhoz leu um trecho de Fernando Pessoa que diz: “que viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ain­da que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) e a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça.” E concluiu: “É um lema de vida... E eu tenho seguido, enfrentando todas as vicissitudes, mas ouvindo essa coisa fantástica que é fazer política.”

 

 

O Ministério da Educa­ção divulgou recentemente o ranking com as melhores faculdades do país e, dentre elas, estão oito Fatecs (Fa­culdades de Tecnologia do Estado), o chamado “grupo de excelência”. As Fatecs com melhor desempenho são Mo­coca, Catanduva, São Paulo, Piracicaba, Marília, Mauá, Guarulhos e Guaratinguetá.

 

As unidades mais bem avaliadas estão na faixa 4 do IGC (Índice Geral de Cur­sos), que varia de 1 a 5. O IGC de 2012 é um indicador de qualidade das instituições de ensino superior. O MEC considera infraestrutura do curso, corpo docente (mes­trado e doutorado), notas do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), entre outros aspectos para chegar ao IGC. No Brasil, 19 faculdades públicas estão nas faixas 4 e 5, considerado o grupo de excelência. Desse total, apenas três tiveram nota máxima. Entre as 16 instituições que obtiveram conceito 4, oito são Fatecs.

 

 

Pesquisa realizada pela Área de Avaliação Institucional do Centro Paula Souza revela que 92% dos alunos forma­dos nas Fatecs conseguem emprego. Nas Etecs, o índice é de 79%. Dentre os alunos formados pelas Fatecs e que estão trabalhando, 96,2% têm vínculo formal com a empresa. Nas Etecs, 88%.

 

A pesquisa é feita um ano após a conclusão do curso. O estudo é facilitado pelo Websai (Sistema de Avaliação Institucional), que contém informações cadastrais sobre os alunos, pais, professores, servidores e estudantes já formados.

 

O Centro Paula Souza man­tém 57 Fatecs, distribuídas em 52 municípios paulistas – serão 59 unidades no pri­meiro semestre de 2014. As Fatecs atendem mais de 64 mil alunos, matriculados nos 65 cursos de graduação tec­nológica, que têm uma carga horária de 2.400 horas, com três anos de duração. No primeiro semestre do próxi­mo ano, serão oferecidos 67 cursos tecnológicos. Com o ensino técnico, o Centro Paula Souza atende, atualmente 310 mil alunos.

Após as assinaturas, o governador Geraldo Alck­min sentenciou: “fechamos o ano com chave de ouro. Saneamento Básico água de qualidade para a população e a Faculdade de Tecnologia. A professora Laura colocou bem, quem avalia as escolas médias é o ENEM, do MEC. Das 50 melhores escolas do Brasil, estaduais, 38 são de São Paulo, do Centro Paula Souza. (...) E quem avalia o ensino público universitário é o ENADE. A maior nota é 5. Noventa por cento das FATECs tem nota 4 e 5, são líder de excelência”. Antes de ser questionado sobre o início das atividades, foi logo esclarecendo: “nós vamos correr para já no meio do ano, já em maio, já estar to­mando as providências para o vestibular, para em agosto já ter as primeiras turmas na FATEC de Itapira.”

 

 

 

Itapira tinha apenas uma escola, o Grupo Escolar Dr. Julio Mesquita que oferecia estudos até o quarto ano. Depois disso, os alunos mais aquinhoados buscavam a sequência nas escolas de Cam­pinas ou São Paulo, já que nem mesmo as circunvizinhas tinham tal privilégio. A maioria da população, sem condições financeiras, era obrigada a paralisar os estudos e partir para o mercado de trabalho.

 

A sociedade itapirense liderada pelo prefeito Ca­etano Munhoz conseguiu instalar o primeiro ginásio estadual em 1939. Dada a falta de recursos do estado, foi bancado pelo empresariado local e proprietários de terra até que o governo tivesse verba para ser destinada a Itapira. Os critérios para ins­talação de ginásios, naquele período, eram seletivos e Itapira não contemplava os pré-requisitos. A conquista se deu pela união dos itapirenses que não mediram esforços para que parte da população itapirense pudesse continuar seus estudos.

 

Durante a solenidade de assinatura do processo de instalação da FATEC, o depu­tado Barros Munhoz contou um trecho do discurso de seu pai, quando paraninfo da primeira turma do ginásio estadual: “O governador se lembra que eu falei do meu pai ter levado o Ginásio do Estado para Itapira e a partir daí os filhos de italianos, que eram pobres, que não podiam estudar, passaram a fazer o Ginásio e a crescer na vida. E ele dizia, que aquela con­quista era a Rosa Azul da vida dele. A história do monge que quando estava doente para morrer, não queria morrer sem antes ver uma rosa azul e uma freira pintou uma rosa de azul e levou para ele ver antes de morrer”. Munhoz, muito emocionado, concluiu: “A Paula Souza e a FATEC de Itapira são a rosa azul da mi­nha vida” Munhoz acalenta o desejo de conquistar uma faculdade pública para Itapira há pelo menos 15 anos, mas sabia das dificuldades e dos caminhos tortuosos dessa via sacra. Sabia que não podia errar no pedido. Buscou, en­tão, pavimentar a trajetória. Não lhe interessava cursos que não oferecessem alto índice de empregabilidade, nem cursos que não pudes­sem abastecer empresas de produção de alto valor agrega­do. Ele mesmo, por telefone declarou: “passei esse tempo todo me contendo para não partir para um ataque que não trouxesse resultados futuros. Tinha que dar o tiro certo, na hora certa. E nesse ponto o prefeito Paganini tem muita sorte, aconteceu no gover­no dele”. Segundo Munhoz o caminho começou a ser aberto com a implantação da ETEC e nos aproximamos do Centro Paula Souza que é um centro eminentemente técnico e orienta suas deci­sões de forma colegiada e bem fundamentadas. “Nós os fizemos acreditar no nosso potencial. Assim como foi com o IESI, que começou com quatro cursos e hoje deve ter 17. Mais de 1,2 mil alunos.”