Depois de três tentativas de privatização do empreendimento e após ouvir o Ministério Público, o prefeito José Natalino Paganini encerrou nesta segunda-feira, de forma amigável, o contrato que o município mantinha com a família Carvalho para uso das áreas onde estava instalado o Hotel Fazenda Esperança. O acordo, assinado no Gabinete do Prefeito, prevê que dentro de 30 dias o espaço seja entregue totalmente desocupado à família. Como foi atingido um entendimento comum entre as partes, o município não precisará pagar multa pela rescisão do contrato.

            Desde o início de seu mandato, em janeiro de 2013, o prefeito José Natalino Paganini vinha buscando soluções para a reativação do Hotel Fazenda Esperança, fechado em 2010 durante a administração anterior. Contudo, o alto grau de deterioração dos prédios do hotel e de seus equipamentos apontava para a necessidade de investimentos bastante altos, que o município não teria condição de suportar. Entre aluguéis e valores para a recuperação, o montante chegava a mais de R$ 2 milhões, em uma estimativa inicial feita pelas secretarias municipais ligadas ao empreendimento.

            Em vista da impossibilidade de investir no hotel, Paganini buscou então atrair a iniciativa privada. Para isso, foram abertas três concorrências públicas, que, no entanto, não atraíram pretendentes, porque o custo do investimento para a recuperação do hotel era bastante alto e o prazo de retorno, em vista do tempo restante do contrato de aluguel, era muito curto. A partir daí, ouvindo a Secretaria de Negócios Jurídicos e Cidadania do município e o Ministério Público, que também acenou para a devolução das áreas como a melhor solução, Paganini celebrou um acordo com a família Carvalho, assinado nesta segunda-feira. Desta forma, sem que o município tenha mais prejuízos ou tenha que arcar com investimentos que neste momento não pode fazer, as terras onde funcionou o Hotel Fazenda Esperança foram devolvidas à família.

            Paganini lamentou a devolução, lembrando que o vivenciou grandes momentos do Hotel Fazenda Esperança, como congressos realizados por empresas locais e regionais e por instituições como a Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Ao rememorar a história do hotel, destacou que ele chegou a ser considerado um dos melhores e mais bonitos empreendimentos hoteleiros do Estado de São Paulo e uma iniciativa pioneira para a geração de emprego e renda para Itapira, assim como para o fortalecimento do turismo no município. “Infelizmente, o estado de abandono a que foi relegado na administração anterior, fez com o Hotel Fazenda Esperança se tornasse inviável neste momento, uma vez que a crise nacional e os custos de uma epidemia como a da dengue, que vivemos neste ano, não nos deixam margem orçamentária para qualquer investimento neste setor”, destacou.

            Nos próximos 30 dias, a Prefeitura irá retirar do local todos os equipamentos e móveis que ainda restam. A expectativa inicial é de que este material seja leiloado, inclusive aquilo que se tornou sucata com o passar do tempo.