10/10/2014 | Mantega critica atraso em reforma que amplia poderes de emergentes no FMIO ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou maior poder para os países emergentes no Fundo Monetário Internacional (FMI). Em declaração divulgada hoje (10), ele criticou a demora na reforma que aumentará as cotas de países em desenvolvimento no órgão e ampliará a capacidade de empréstimo do fundo. O texto destacou a demora do Congresso norte-americano em ratificar a reforma do FMI, decidida em 2010. A aprovação pelos parlamentares norte-americanos é essencial porque qualquer mudança no estatuto do fundo precisa ser aprovada por 85% dos votos. Somente os Estados Unidos detêm 17% das cotas.
No comunicado, o ministro da Fazenda cobrou a definição de medidas alternativas para ampliar o poder dos países emergentes caso o Congresso norte-americano não ratifique a reforma até o fim do ano. A declaração lembrou que o compromisso de encontrar novas opções para aumentar a participação das nações emergentes havia sido assinado em abril, na última reunião do FMI. ?Confiamos completamente nas declarações da diretora-gerente [do FMI, Christine Lagarde] e esperamos que estes estudos já estejam sendo feitos?, ressaltou.
O texto será apresentado amanhã (11) na reunião do Comitê Monetário Financeiro Internacional (IMFC), responsável pelas diretrizes políticas do FMI. O discurso expressa a opinião não apenas do Brasil, mas de outros dez países representados pela cadeira brasileira no fundo: Cabo Verde, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Suriname, Timor Leste e Trinidad e Tobago.
A declaração criticou ainda o FMI pelas mudanças nas projeções econômicas para este ano. O ministro da Fazenda pediu mais cuidado ao fundo na divulgação de estimativas, apontando contradições entre os motivos que levaram o Brasil a ter a previsão de crescimento reduzida de 1,3% para 0,3% neste ano.
Segundo Mantega, alguns estudos do FMI atribuem a desaceleração da economia brasileira a problemas internos. Outros relatórios apresentados nos últimos meses, no entanto, apontam que os fatores internacionais responderam por 60% da diminuição do crescimento em 2014. ?Talvez, o FMI precise levar mais cuidadosamente em consideração suas avaliações das economias nacionais antes de publicá-las?, destacou.
Em outra declaração, que será lida na reunião do Comitê de Desenvolvimento do Banco Mundial, o ministro da Fazenda defendeu a combinação de crescimento econômico, políticas sociais e apoio internacional para eliminar a extrema pobreza e distribuir os ganhos econômicos. O texto lembrou que o Brasil recentemente foi retirado do mapa mundial da fome pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e que reduziu, de 6,2% para 2%, o percentual da população brasileira na faixa inferior de renda.
Mantega não foi à reunião do FMI e está sendo representado pelo secretário de Relações Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participa do encontro.
Editor Fábio Massallihttp://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-10/mantega-critica-atraso-em-reforma-que-amplia-poderes-de-emergentes-no-fmi
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