15/06/2015 | Nino Marcati: Doença feia, mas nem tantoTomei conhecimento da existência do câncer em nossas vidas quando uma amiga da minha mãe adoeceu. Essa doença era tão terrível que as pessoas, inclusive a minha mãe, evitavam falar o nome dela. Diziam assim: o fulano está com aquela doença feia. Ainda criança, curiosa e amedrontada, certo dia perguntei à minha mãe: “que doença feia é essa?” A minha mãe, em voz baixa, quase cochichando, respondeu: “É câncer, mas não se deve falar essa palavra. Não presta!” Achei que era como falar palavrão: cometia-se um baita pecado.
Eu e a minha geração crescemos com o medo dessa doença feia. A gente não tinha ideia de como ela surgia ou quando ela poderia aparecer. Algumas pessoas amigas ou conhecidas, nesse transeunte da vida, morreram vítimas. Era comum ouvirmos: “quando se descobriu, já era tarde!” ou “quando o médico abriu a barriga, não tinha mais o que fazer. Fechou!”.
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.
03/10/2022 - Luiz Santos: E se Lutero vivesse hoje?
26/09/2022 - Luiz Santos: 505 anos da Reforma Protestante: Tensão entre a Fé e a Política
19/09/2022 - Luiz Santos: Sobriedade
19/09/2022 - Luiz Santos: Lealdade