29/11/2011 | ONU confirma violência de agentes do governo da Síria contra opositoresA Comissão de Investigação de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) divulgou ontem (28) relatório de 40 páginas no qual denuncia crimes de tortura, assassinato e estupro, além de desaparecimento de pessoas e violência contra crianças na Síria. No documento, os observadores estrangeiros responsabilizam as forças de segurança pública do governo e o Exército, vinculados ao comando do presidente da Síria, Bashar Al Assad. Por dois meses, a comissão coletou 223 depoimentos de vítimas e testemunhas.
“[As análises indicam que foram cometidos] execuções sumárias, detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e alguns casos de violência sexual e de violação dos direitos das crianças”, diz o documento. O relatório será tema de reunião, em março de 2012, na 19ª Sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.
Sem autorização do governo Assad, a comissão não pode entrar na Síria e teve que fazer o trabalho de investigação à distância. “A comissão está muito preocupada pelo fato de os crimes contra a humanidade terem sido cometidos em diferentes regiões da Síria durante o período em análise”, diz o relatório, divulgado em Genebra, na Suíça.
Em seguida, os peritos acrescentaram que “as provas reunidas pela comissão demonstram que essas graves violações dos direitos humanos foram cometidas por militares sírios e pelas forças de segurança desde o início do movimento de contestação, em março de 2011”. Pelos dados da ONU, cerca de 3,7 mil pessoas foram assassinadas desde a eclosão dos protestos, há oito meses.
Para os peritos, é fundamental que o governo Assad encerre “imediatamente” as violações e inicie uma “investigação independente e imparcial”. Porém, apelo semelhante foi feito pela Liga Árabe, União Europeia e pelos Estados Unidos, sem resposta das autoridades sírias.
As investigações da comissão da ONU começaram em 26 de setembro. Integraram o grupo de peritos o brasileiro Sérgio Pinheiro, especialista em direitos humanos, o turco Yakin Erturk, especialista na área da violência contra as mulheres, e a norte-americana Karen Abou Zayd, especialista em questões humanitárias e refugiados.
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