Uma das integrantes do grupo Mídia Ninja, que se intitula uma forma alternativa de jornalismo, esteve na UNIFAE para que alunos de comunicação social conhecem um pouco mais sobre este fenômeno da comunicação na internet.

Os Ninjas

Um movimento atuante, controverso e polêmico. O trabalho do grupo é um pouco de tudo isso e propõe a democratização da informação, através do estímulo à produção audiovisual, por cidadãos comuns engajados em movimentos sociais. É mais ou menos assim que se define o Mídia Ninja. Uma das representantes do grupo esteve na UNIFAE num workshop com os alunos de comunicação. A palestrante tem 23 anos, não é formada em jornalismo nem tem curso superior, mas trabalha com comunicação já há alguns anos. Dríade Aguiar explicou como o trabalho surgiu e falou um pouco da proposta que, segundo ela, é a de fazer uma comunicação mais participativa. “A gente fez a galera entender que a comunicação é de todos agora e o Ninja veio abrir esse flanco para que todos se apoderem desse processo, pois há uma pauta jornalística muito forte a ser tratada”.

Controvérsias

Há quem concorde e quem discorde radicalmente dos meios adotados pelo grupo, entendendo que a comunicação social deve ser tratada com mais profundidade e critérios, mas uma coisa é indiscutível: O Mídia Ninja é um fenômeno atual da comunicação que merece uma análise profunda, até mesmo por profissionais e estudantes da área.

Espalhados

O grupo surgiu de outro movimento, o circuito fora do eixo - uma rede de coletivos que começou suas atividades em 2005 e que atua em todo o continente. Os Ninjas também já romperam fronteiras e hoje, além de atuar em mais de 100 cidades brasileiras, segundo a palestrante tem representantes em outros 15 países da América Latina e se preparam para ser representados também na Europa. Há cerca de 2 mil colaboradores produzindo conteúdo para o grupo.

Informação Instantânea

Tão impressionante quanto o crescimento do grupo é a forma com que o conteúdo produzido pelos ninjas é colocado nas chamadas mídias alternativas, como internet, por exemplo. A palestrante disse que qualquer pessoa que saiba se comunicar e tenha um equipamento, como um smartphone, por exemplo, pode ser rapidamente capacitada, pelos ninjas, a ser um integrante do que eles chamam de comunicação alternativa, ou o “mídia - livrismo”. Dríade disse que em menos de 10 minutos, o material que chega até os ninjas é avaliado e colocado no ar. Muitas vezes, a transmissão do fato é feita ao vivo, sem cortes.

Protestos

Essa visão bem particular do que os ninjas consideram um jornalismo alternativo nasceu em grande parte dos movimentos sociais mais recentes no brasil e onde os ninjas tem tido grande atuação e exposição. Movimentos que, no discurso da palestrante, não estão perdendo e sim ganhando força.  “Acho que de onde a gente chegou não tem como voltar. Com o tempo, o que vai acontecer é que essa ideologia de ocupação só tende a aumentar”, disse a palestrante.

Conhecendo a proposta

A proposta de trazer o ponto de vista do Mídia Ninja para os alunos de comunicação da UNIFAE surgiu de estudantes do 4º período de jornalismo. Oobjetivo foi conhecer um pouco melhor a proposta que esse formato de comunicação tão recente está trazendo para o cenário da comunicação social no brasil. “O país vive um momento interessante nessas manifestações e acho que essa é uma boa oportunidade para a gente discutir o papel da mídia inserida nesse contexto político. Foi muito bom conhecer o trabalho do Mídia Ninja”, disse Daniel Amoedo, aluno do 4º semestre de Jornalismo e um dos organizadores do evento. Mais informações pelo telefone (19) 3623-3022 ramal 233.