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Itapira, 29 de Abril de 2024
Notícia
07/07/2015 | Trabalho voluntário ajuda diminuir população felina no cemitério

 

 
Visitantes do cemitério da Saudade, no bairro Santa Cruz, não deixam de notar o grande número de gatos que circulam entre os túmulos. A situação chega a ser bizarra em dias de funerais, quando os bichanos ficam passeando entre as pessoas.
 
Ed Márcio, 40, atual administrador do Cemitério da Saudade, disse que é difícil contabilizar o número total dos bichos: “Uns falam em cem, outros em duzentos, a verdade é que este número é impreciso”, comentou.
 
Márcio revela que diariamente muitos voluntários vão até o cemitério somente para alimentar os felinos. “Seguramente pelo menos umas seis pessoas, entre elas um senhor, têm o hábito de vir até aqui trazendo ração. Tem, inclusive, uma pessoa que deixa um saco de ração todos os dias do lado de fora do portão principal”, relatou. A situação, segundo afirmou, não é nova. Apesar de ocupar a função de administrador nos dois últimos meses, Márcio era auxiliar do antigo administrador Oswaldo Gomes de Mattos e conhece bem a questão. “O problema é que existem muitas pessoas que não se constrangem em deixar gatos aqui e isso cria problemas com o pessoal da área de zoonoses”, colocou .
 
A aposentada Ana Maria Grecco, residente nas proximidades do cemitério, conta que todos os dias leva comida para os gatos. Além da ração, coloca água em recipientes que faz questão de limpar. Indagada se não teve problemas com o pessoal da vigilância sanitária que cuida da erradicação do mosquito transmissor da Dengue, disse que sim. “Eu entendo a preocupação delas (das agentes de saúde) mas eu coloco a água e faço a limpeza todos os dias. Não tem jeito de criar mosquito desta forma”, contra argumentou . Como estratégia para não ver as vasilhas de água desaparecerem, passou a escondê-las.
Ela diz que conhece pelo menos outras três pessoas que como ela dedicam seu tempo aos gatos. A rotina, segundo ela, já a faz conhecida dos bichos. “Quando chego eles já me conhecem e ficam rodeando”. Em sua casa ela diz ter dois gatos. Ela estima que gaste pelo menos 30 kg de ração a cada mês para tratar dos gatos do cemitério.
 
Amor de 4 Patas
 
A ONG Amor de 4 Patas tem realizado um importante trabalho para diminuir a população de gatos no local, enviando vários deles para castração. O foco desta entidade é exatamente a castração de pets. A psicóloga Ana Carolina Moyses dos Santos, hoje atuando em outra ONG, a Anjos Sem Asa, relata que este trabalho começou há cerca de dois anos, quando ainda atuava no Amor de 4 Patas. “Intuitivamente percebemos que aquela era uma situação que estava saindo de controle e a direção do Amor de 4 Patas se dispôs em ajudar no processo de castração. Desde o início do processo, estimo que pelo menos 40 gatos e gatas que moram no cemitério, tenham sido castrados”. O trabalho não foi interrompido, segundo Ana Carolina. Apesar do afastamento das atividades oficiais da Amor de 4 Patas,ela diz que neste projeto, particularmente, continua prestando assistência junto com a ONG.
 
Ela estima que a população de gatos no local esteja em torno de 70 animais e que a tendência é que diminua mais. “Alguns mais ariscos a gente não consegue pegar”, justificou. O problema maior, segundo ela, ainda continua sendo o fato das pessoas deixarem ninhadas inteiras no local. “Seguramente já levamos pelo menos uns 30 filhotes para adoção”.
 
 
Ed Márcio: problema maior é o abandono dos gatos dentro do cemitério, que continua ocorrendo segundo ele
 
Bertini afirma que comportamento não é correto



O médico veterinário Rodrigo Silva Bertini, do setor de Zoonoses da Prefeitura, tem se mostrado um crítico reticente ao comportamento das pessoas que vão ao cemitério alimentar gatos. Ele desfiou uma série de argumentos em defesa de sua posição. A principal delas, segundo ele, o fato daquela região da cidade abrigar árvores que atraem morcegos. “Um morcego contaminado pelo vírus da raiva pode cair ao chão e atrair a atenção de algum gato que será mordido pelo morcego, iniciando assim um processo de infestação da raiva, caso aquele gato não esteja vacinado e presumo que no caso do cemitério a grande maioria não é”, supõe.
 
Ele esclarece que a intervenção da zoonose em casos iguais a este só se legitima se houver caso de algum animal aparecer com sintomas neurológicos da raiva ou alguma outra patologia. “A questão da população de gatos dentro do cemitério é de competência do administrador, nada a ver com a zoonose”, reforçou.
 
Lembrou ainda que os gatos contribuem para sujar o local. Criticou o uso de vasos como depósito de ração. “A ração atrai baratas, que por sua vez atraem escorpiões, que podem atrair ratos e pombos. Cria-se um círculo vicioso”. Indagado sobre o principal argumento usado pelas pessoas que se apiedam dos animais, de que eles não têm culpa de estarem abandonados e que passam fome, Bertini voltou a insistir que o local não é apropriado para criação de gatos. “O procedimento correto é o da adoção. Agora, se isso não for possível, posso garantir que se deixarem de alimentar os gatos, eles irão procurar comida instintivamente. O gato não passa fome”, garantiu. Defendeu ainda a necessidade da Câmara Municipal regulamentar este tema, criando uma Lei que proíba alimentar animais em espaços públicos. “Quem quer ter gato tem que cuidar, alimentar, retirar as fezes, vacinar, e muitas outros procedimentos que inexistem no caso dos gatos do cemitério. Não adianta só castrar”, finalizou
 
Fonte: Assessoria de Imprensa PMI

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