Vereadores e o peso da representação
As últimas sessões ordinárias da Câmara Municipal foram marcadas por ações desalentadoras do ponto de vista democrático e civilizatório. Em vários momentos houve falta de respeito, falta de educação, falta de bom senso e, sobretudo, falta de inteligência. Prevaleceu a desinformação e o alto grau de pessoalidade num relacionamento que deveria ser exclusivamente legislativo.
Podem os vereadores usar de expedientes grotescos? Não, decididamente não. O vereador representa a população itapirense e quem assistiu a essas sessões ou ficou sabendo dos últimos entreveros não se sentiu representado. Sentiu-se enojado. Isso é muito ruim para a democracia.
Não há, infelizmente, quem isentar. Se a oposição abusou da falta de informação adequada e exagerou na provocação, a situação se esqueceu da serenidade e partiu para o revide. Dentre os que se abstiveram ou que foram amenos faltaram-lhes a iniciativa de chamar os companheiros à luz da razoabilidade. Por conta disso, a cumplicidade.
Sabe-se que a oposição tem o papel de infernizar a situação sem a responsabilidade dos seus atos. Dentro do campo respeitoso, a oposição pode falar qualquer bobagem. A situação não tem a mesma sorte, pois tem a responsabilidade de ser governo. A ação de um e a reação do outro será avaliada pelo eleitor. Da última vez, a resposta foi pela renovação de 80% das cadeiras.
Espera-se que os vereadores tenham a consciência de que tais atos denigrem a imagem do poder legislativo. Imagem esta que já anda bastante deteriorada. Tal situação só interessa aos futuros postulantes, de olho na reprovação dos eleitores.