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Itapira, 16 de Junho de 2025
Artigo
13/11/2011 | Caio Blinder:Semicurtas & Finas (Palestinos)

Que papelão! O presidente palestino Mahmoud Abbas fez o jogo de cena em setembro na abertura da assembleia-geral para conseguir apoio no Conselho de Segurança para o pleno reconhecimento palestino como estado nas Nações Unidas. A pressão americana surtiu efeito e aparentemente não existem os necessários 2/3 entre os 15 membros do Conselho de Segurança para a aprovação do pedido. A comissão de admissão deverá reportar nesta sexta-feira aos membros do órgão a impossibilidade de costurar um consenso em torno do pedido palestino.

Não havia como decolar, pois o governo Obama antecipara que vetaria o pedido (os EUA são um dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança). Era jogo de cena, teatro diplomático. Os palestinos ainda têm a opção de exigir o voto, mesmo sabendo da derrota, para constranger os adversários e ter o que consideram uma vitória moral. Moral da história é outro: foi o caminho errado. Melhor dizendo, foi o atalho fácil sinalizado por demagogia e desespero, ao invés do caminho penoso de negociações com Israel.

Os palestinos podem buscar o prêmio de consolação de um upgrade na assembleia-geral de status de missão observadora permanente para estado observador permanente, mas não-membro. Ali é mole, basta maioria simples para conseguir o upgrade. Já houve um prêmio de consolação. Em outubro, aconteceu a aceitação, por voto, da Palestina como estado pleno na Unesco. O preço foi o fim dos fundos dos EUA à entidade, de acordo com a lei americana.

Já no Conselho de Segurança, a favor do atalho palestino, estão Rússia, China, África do Sul, Índia, Líbano, Nigéria, Gabão e aquele país governado por Dilma Rousseff. Curioso: são países bem mais à vontade para impedir duras sanções contra o Irã, indiciado pela Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da própria ONU, por ter um programa nuclear que em última instância tem o objetivo de fabricar a bomba e ameaçar Israel. Contra o pedido palestino, através de voto contrário ou abstenção estão os EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Portugal, Bósnia e Colômbia.

Esta semana, houve um certo frisson com a divulgação da conversa indiscreta (microfone aberto em Cannes) dos presidentes Barack Obama e Nicolas Sarkozy, com palavras pouco abonadoras sobre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (mentiroso e insuportável, disse Sarkozy; carga pesada, replicou Obama). Constrangedor para todos. Agora imagine o que Obama e Sarkozy falam nos bastidores sobre Abbas?

O entusiasmo com o lance histórico de Abbas se disssipou junto à opinião pública na Cisjordânia (afinal, dá pretextos para mais paralisia diplomática e não muda a situação no solo). E nunca contou com a benção do Hamas, o grupo terrorista que controla Gaza. Sim, tudo pelo reconhecimento de um estado palestino, mas reconhecendo que isto apenas será possível através de negociações com Israel e não com espetáculo no palco das Nações Unidas.

Fonte: Nino Administrador Portal

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