18/02/2012 | O homem que lia jornal no salão de carnaval
Não é a toa que a maioria dos cinqüentões – e daí pra frente - se derrete pelo carnaval de tempos atrás. Os mais jovens que me perdoem, mas apesar dos avanços nos costumes, da liberdade sexual etc. aqueles quatro - ou cinco - dias eram de arrepiar. Em alguns aspectos pode-se dizer que daquilo que os jovens de hoje tem distribuído nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, nós – por exagero intencional deste que voz escreve - tínhamos naquele curto período de carnaval. Um período em que quase tudo podia. Era o tempo da folga do namoro, da olhadela sem grandes recriminações, das trocas com recomposição posterior, de se vestir ao contrário homem ou mulher, de ficar com menos roupa na praça principal da cidade, do descompromisso, da quebra de rotina, de mostrar novas facetas, da sequencia de consumo de bebidas alcoólicas, da alegria contagiante... Participativa!
A cidade vivia o clima de carnaval logo no início de janeiro quando a Rádio Clube de Itapira dedicava parte significativa da sua programação na difusão das marchinhas e dos sambas do carnaval daquele ano e rememorava as famosas dos anteriores. A audiência ficava lá em cima, todo mundo queria aprender as novas letras para cantar, enquanto “pulavam” nos salões. Era o nosso “esquenta”. Os grupos se reuniam para organizar os blocos e as fantasias. Os mais criativos guardavam a sete chaves os segredos das suas apresentações. Itapira tinha quatro clubes que ofereciam bailes concorridíssimos. Na área central, na praça, o Centro Comércio e Indústria atendia, basicamente, a classe média.
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