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Itapira, 21 de Junho de 2025
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22/04/2011 | Salta aos olhos a evolução da Associação Comercial e Empresarial de Itapira na gestão atual.

Salta aos olhos a evolução da Associação Comercial e Empresarial de Itapira na gestão atual. Ao ver superadas as expectativas, tantos nas promoções como nas ações do dia a dia, sentimos a importância de alguém que sabe lidar com a herança recebida, que respeita a tradição, reconhece o bom trabalho realizado pelos antecessores, oferece sangue novo com muita vontade e competência para levar o que era bom, a ficar melhor ainda, sem deixar de lado os ventos da modernidade. Trata-se do presidente da ACEI, José Natalino Paganini.

Com o recente encerramento do Super Feirão de Ofertas, o “Portal Cidade de Itapira” e o jornal “A Cidade”, através de Nino Marcati, entrevistou o “mestre”.

NM: Presidente, quando foi criado o Feirão de Ofertas ele tinha objetivos específicos. Quais eram esses objetivos?

JNP: O Feirão foi criado em 1990, pelo saudoso presidente José Clemente Rocha, com a finalidade de liquidar os estoques de verão dos comerciantes que aderissem ao evento, oferecer à população preços mais acessíveis e preparar as “prateleiras” para receber as novidades de inverno. Portanto, era um evento voltado basicamente para o setor de vestuário. Antes disso, cada comerciante, fazia sua liquidação por conta própria. O Feirão uniu, organizou, deu mais publicidade e melhorou os resultados. Eu não fazia parte da ACEI naquela época. Vim a integrá-la a partir do ano 2000. Fui eleito suplente do conselho fiscal

NM: Você considera que os objetivos originais foram plenamente atendidos?

JNP: Sim. Basta dizer que em nenhum ano o Feirão deixou de acontecer. O comerciante exige resultados. A manutenção, por tanto tempo, mostra que eles existem. Mas como presidente da ACEI, apesar de satisfeito com os números - quero mais. No primeiro ano, peguei o boi andando. Assumi a poucos dias da abertura. Não havia espaço para inovações. Em 2010, consciente da minha responsabilidade, preparei a transição para um novo formato: transformar o Feirão em uma feira de novidades, com novos parceiros. Para isso, além do setor de vestuário, outros segmentos foram atraídos. Em 2011 esse projeto teve início. Não medirei esforços para ter todos os segmentos participando em 2012.

NM: As ações da ACEI são sempre de caráter coletivo, ou seja, nada acontece se não existir a união entre os associados em torno de determinadas idéias. Como você vê o envolvimento dos comerciantes às propostas da ACEI.

JNP: Quando aceitei ser candidato à presidência da ACEI eu não buscava um cargo, mas o que eu poderia fazer em benefício da instituição e da minha cidade. Confesso que assumi temeroso. Eu vinha da indústria. Até aquela data, a ACEI era comandada por representantes do comércio, apesar de ter em seus quadros: industriários, prestadores de serviços e profissionais liberais. Tive receio de enfrentar resistências e comprometer o envolvimento dos associados. Imaginava que os comerciantes poderiam ver as minhas iniciativas voltadas para a indústria, menos para o comércio. É claro, não era essa a minha intenção. Indústria e comércio devem viver em harmonia. Foi nisso que investi. Não fiz, até agora, tudo o que eu queria, mas sinto que os meus representados estão satisfeitos com o que foi feito até agora.

NM: Você poderia traduzir essa satisfação em números?  

JNP: Com certeza! Todas as ações realizadas na minha gestão cresceram. No Natal, atingíamos no máximo setenta participantes. Em 2010, na promoção Natal dos Sonhos, reunimos cento e cinquenta. Cresceu cento e quinze por cento, portanto. Nos cursos e palestras, antigamente as indústrias pouco participavam. Hoje, além da presença marcante delas, temos os prestadores de serviços e os profissionais liberais, além do comércio que sempre prestigiou e hoje bate recordes de participação.  E digo mais, os bons resultados que conquistamos foram referendados pelo crescimento do número de associados. Quando assumi tínhamos setecentos. Em dois anos, saltamos para mil, cento e oitenta. Um incremento significativo na ordem de 35% que, para mim, representa a aprovação do nosso trabalho.

NM: O crescimento do Super Feirão de Ofertas 2011 são “favas contadas” para quem lá esteve. Você tem os números desse crescimento, tais como: o público, participação dos comerciantes e o volume de vendas?

JNP: A nossa média histórica era de 22 participantes. Saltamos, este ano, para 37. Quase setenta por cento em um ano. Lá estavam os comerciantes habituais e vieram: a Pink Bijú, as Casas Pernambucanas, a Vinícola Ricieri Canavezzi, a Mundial e Hot Motos, a People entre outros.  Mais de doze mil pessoas circularam pelo Santo Breda durante os quatro dias. O faturamento ultrapassou quatrocentos mil reais, superando as expectativas mais otimistas. É muito bom sentir esses resultados. Mas quero mais.

NM: Quem esteve no Ginásio Santo Breda percebeu que o espaço não comporta eventos dessa envergadura. Muitos comerciantes gostariam de ter participado do Feirão, mas não puderam. O que você tem a dizer sobre essas observações e o que o futuro pode esperar da ACEI para esse evento? 

JNP: De fato, se tivéssemos espaço poderíamos ter mais de cento e cinqüenta participantes. O triplo do que tivemos. Seria sensacional. Muitos comerciantes ficaram de fora, para a nossa tristeza. Além disso, o meu sonho é levar todas as indústrias itapirense para expor seus produtos. Elas correm o mundo levando as suas mercadorias. Por que não trazer o mundo até aqui? Está claro o exagero dessa perspectiva, mas eu penso que devemos buscar o máximo das nossas potencialidades. Não podemos deixar “o nada fazer” por conta dos desafios e dos agourentos.   

NM: Onde seria instalado esse Feirão?

JNP: Eu tenho outro sonho e também sei que poderemos realizá-lo. Precisamos de um centro de convenções para Itapira. Ele acolheria essa grande feira, serviria as indústrias que precisam de grandes espaços, seja para eventos específicos ou treinamentos, pois muitas buscam isso noutras cidades e, também, poderia servir de palco para os eventos artísticos e culturais da cidade. Eu já estou me mexendo nesse sentido. Se for preciso, buscarei ajuda com Deputado Barros Munhoz ou com a presidenta Dilma ou com quem puder oferecer uma mão para esse projeto. Toda cidade precisa de um espaço dessa natureza. É sinônimo de progresso. Vontade e luta não faltará da minha parte. Sei que tenho seguidores nessa empreitada.

NM: Você disse que gostaria de aglutinar num só lugar vários ramos da atividade comercial e industrial. Nesse ano quais áreas foram atingidas no Feirão?

JNP: No comércio, atingimos todos os segmentos, falta ampliar espaço e aumentar a participação dos comerciantes. O Feirão, além de desovar os estoques comerciais, eu desejo que se transforme numa vitrine que produza vendas para o ano todo. Eu gostaria de levar os prestadores de serviços e as indústrias da cidade tais como: máquinas e insumos agrícolas, medicamentos, perfumes e cosméticos, brinquedos, metalurgia, confecções, impressos e produtos promocionais, tecnológicos, papel e papelão, transportes, comunicação etc..  A idéia básica é levar o que Itapira produz para os itapirenses conhecerem, trata-se de um fator que contribui para o fortalecimento da nossa identidade, do nosso sentimento de povo. Iríamos mais longe, ao buscar não só as cidades da região, aproveitando o potencial turístico que elas oferecem, mas arregimentar futuros compradores do Brasil e quem sabe dos países do Mercosul.  É sonho alto, mas no que depender de mim será realizado. Pois isso refletirá na ponta, na melhoria das condições de vida do nosso povo. 

NM: Um dos pontos do Feirão tem sido a Praça de Alimentação. Cada vez mais oferecendo qualidade e diversidade. Para esse setor você vê novidades e ampliação para o próximo ano?

JNP: Só não foi maior e melhor por falta de espaço. Fui obrigado, inclusive, a reduzir a praça esse ano. Mas dentro desse pensamento de ampliação, quero levar o que temos de melhor na área gastronômica. Aliás, esse é um setor que a ACEI está oferecendo cursos e treinamentos. Queremos Itapira nos nossos bares, lanchonetes, restaurantes e buffets, não nas cidades da região.

NM: O comércio desde a sua origem carrega o conceito do mercantilismo e da desumanidade. Com a modernidade, a estabilização monetária e o país em crescimento cada vez mais o consumidor sente a importância da atividade comercial para o seu dia a dia, mas, por outro lado, torna-se cada vez mais exigente. Saímos da época em que o cliente sentia-se totalmente dependente do fornecedor de mercadorias, entramos na era do comerciante que não só precisa oferecer preço e qualidade, mas cortejar o cliente de forma diferenciada. O que a ACEI tem feito para acompanhar essa tendência?

JNP: Essa é a minha prioridade para o comércio. Houve evolução, mas eu ainda ouço reclamações: de mau atendimento, de fachadas antiquadas, publicidade mal planejada, de teimosias inexplicáveis que produzem o chamado marketing negativo, aquele que evita a venda ao contrario daquele provoca o cliente e o induz a comprar. Quando o cliente desiste de uma compra ou busca nas cidades vizinhas ou grandes centros quem perde é o comerciante local.  Através do SEBRAE, SENAC, IBEDEC e outros parceiros, a ACEI oferece cursos para melhorar a relação comércio/cliente. É um processo lento. Precisamos quebrar alguns preceitos culturais. Muitos comerciantes acreditam que a fórmula que foi desenvolvida há 10 ou 20 anos funciona até hoje. Ele vê a sua geração envelhecer sem sentir as mudanças. Quando acorda, babau. É por isso que assistimos a entrada de comerciantes forasteiros, quando poderíamos ver os itapirenses ampliando seus negócios e absorvendo o crescimento da cidade. A ACEI está aí para valorizar o comerciante e, por conseqüência, garantir à população o respeito que ela merece.          

NM: Na área de marketing e publicidade vejo muitos comerciantes na idade da pedra. Nisso a ACEI tem ações concretas?

JNP: Sim. Existe certo conservadorismo nesse setor, mas não podemos dizer que o comércio de Itapira é o mesmo de 15 anos antes. Veja a Rua José Bonifácio. A idéia do calçadão nasceu numa reunião nossa, quando pouca gente pensava no assunto. Hoje temos uma rua de comércio que nada perde para as mais charmosas dos grandes centros. Além disso, temos outras ruas da cidade seguindo um padrão inovador. O layout das fachadas, as exposições e até os mobiliários estão de acordo com a modernidade. Essa é a nossa tarefa, fazer o comerciante entender que a venda de seus produtos precisam mais do que preço e qualidade, precisa chamar o cliente para a sua loja, cativá-lo, oferecer segurança e cortesia no atendimento. Eu lhe pergunto: quem é que ganha com isso? Ganha o cliente que sai plenamente satisfeito e repercute entre vizinhos e amigos. Ganha, também, o comerciante. 

NM: Você citou o calçadão da José Bonifácio. De fato ele mudou a área central e influenciou muitos comerciantes. Mas hoje, externamente, ele mostra-se quase que abandonado. Como você vê isso?

JNP: Eu parabenizei o prefeito Toninho Bellini por ter concretizado a idéia que nasceu nas reuniões da ACEI. Mas entendo que projetar, trabalhar politicamente os contrários, arregimentar recursos, executar a obra e inaugurá-la são ações merecedoras de elogios. Mas tudo se perde se a manutenção dessa obra for relegada ao segundo plano. É o caso do calçadão da José Bonifácio. Apesar de triste, não posso me calar sobre o desmazelo público que essa administração tem oferecido à área mais importante da cidade, ao trecho que reúne mais itapirenses no município, todos os dias. A sujeira é visível. Tem lixo não recolhido. Recicláveis não aproveitados. Bancos, vasos, luminárias e postes quebrados.  Plantas ornamentais mal cuidadas e mortas. Enfeites natalinos e carnavalescos que varam o ano sem serem retirados etc.. Não estou dizendo isso aqui, sem antes de ter levado o problema ao prefeito. Fiz isso mais de uma vez.

NM: Você acha que o comércio de Itapira vem crescendo no ritmo brasileiro? Poderia estar melhor?

JNP: O crescimento do comércio está relacionado a dois fatores. Aos próprios comerciantes na medida em que ele diversifica os produtos, oferece preços competitivos e melhora o atendimento. Nesse ponto, a ACEI fez a sua parte e muitos comerciantes também. O outro fator que favorece é a presença das indústrias. Aqui a ACEI também teve participação ativa na implantação do EXPORTA SÃO PAULO. Só para você ter uma idéia, nas duas edições, nós conquistamos o prêmio máximo, entre 23 cidades da nossa regional. Não podemos negar que o crescimento das nossas indústrias tradicionais e das que foram implantadas no município influenciaram positivamente os resultados alcançados pelo comércio. Mas a interrupção da instalação de novas indústrias, num momento propício como vivenciado nos últimos anos e, principalmente, por não termos usado a influência do deputado e presidente da Assembléia, Barros Munhoz, nesse quesito, certamente nos levou a ter um crescimento menor do que a maioria das cidades brasileiras, cujos administradores aproveitaram tanto o momento Lula como dos seus políticos mais importantes. Poderia ter sido melhor.

NM: Presidente, a cidade tem inúmeras entidades e instituições patrocinadas pela sociedade civil de caráter assistencial, corporativo, esportivo, cultural, enfim, organizações que movimentam o município e lhe garante a identidade. Às vezes pouca importância se dá aos dirigentes principais, escolhe-se a esmo ou sem as considerações necessárias. O que você diria para as pessoas que tenham interesse de dirigir uma instituição de qualquer natureza?

JNP: Em primeiro lugar é preciso sentir prazer, ter paixão por aquilo que se quer fazer. Posso garantir que são atividades prazerosas - mas para quem gosta. É preciso ter vontade de ser presidente ou de ocupar qualquer cargo almejado. Ninguém deve se meter nessa área sem esse pré-requisito. Poderá atuar desastrosamente. Depois, necessita da legitimação do poder que é conferido ao cargo, sendo aprovado por seus pares. Ser criativo e recheado de idéias são recursos fundamentais. O poder de decisão deve ser exercido sem parcimônia. Não dá para ficar indeciso diante dos problemas, por pior que eles possam se apresentar, afinal, a escolha que recaiu sobre essa pessoa esperava justamente isso: soluções, não complicações. E finalmente, a habilidade política, o relacionamento com autoridades e o conhecimento de atalhos para buscar o que se deseja, nesse país, são imprescindíveis. Além, da disposição e condição física. Eu, por exemplo, para dar conta dos meus afazeres particulares, empresariais e como presidente da ACEI, levanto às cinco da manhã, saio para a rua e não tenho hora para retornar. A compensação? O gosto de ver os resultados ajudando as pessoas e a cidade, levando a sua instituição ao lugar que ela merece. Isso não tem preço.

NM: Você gostaria de complementar ou comentar algum assunto não tratado nessa entrevista?

JNP: Primeiramente, quero demonstrar a minha satisfação pelos resultados que a ACEI vem conseguindo, apesar de extremamente limitada financeiramente. Basta dizer que tudo o que é feito, incluindo os custos administrativos e operacionais (despesas com pessoal e encargos trabalhistas e fiscais etc.) não pode fugir do orçamento mensal de R$ 28.000,00. Insignificante pela magnitude dos nossos trabalhos. Temos que fazer verdadeiros milagres para manter a ACEI ativa. Aliás, é a escassez de recursos que revela o bom administrador. Trabalhar com dinheiro em caixa, qualquer um trabalha.

Outro ponto que não posso deixar de mencionar é a participação da minha diretoria e dos funcionários da casa. Ninguém faz nada sozinho. Não mereço os louros que recebo sem que eu os divida com os meus companheiros. Além do apoio, regaçam a manga e trabalham animados e competentemente.

Não poderia terminar, sem mencionar o apoio e a colaboração de todos os associados. Sem eles, não há diretoria que faça um bom trabalho ou consiga alcançar bons resultados.

Agradeço a oportunidade que você me ofereceu para falar um pouco do nosso trabalho, concluo expondo um pensamento pessoal, que vem pautando as minhas ações, cotidianamente: “Precisamos administrar as nossas instituições com dignidade, mas ao mesmo tempo não desperdiçar os grandes parceiros na concretização dos nossos projetos”.  

Fonte: Redação do PCI

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