Acordei introspectivo, tive vontade de abrir um dos meus companheiros que julgo de raro teor: Dom Casmurro, Machado de Assis.
A palavra Casmurro significa homem ensimesmado, recolhido, calado, achei que talvez eu esteja associando meu estado de ânimo com o do título do escritor.
Folhei o livro, me detive em um trecho que assim o personagem descreve:
“Ao construir esta casa em que moro, quis reconstruir a casa que fui criado e que já não existe mais, queria atar as duas pontas da Vida passado e presente.
Não consegui recompor o que foi nem o que fui, essa casa é como tintura para cabelo, “remoça”, mas não penetra na alma.”
A seguir me detive em outra parte que assim diz:
“Ao abrir o livro, encontrei uma traça, perguntei-lhe se ela concordava com Jó e ela respondeu: Nós traças, não sabemos nada de textos que roemos, nem escolhemos, nem amamos ou detestamos, só roemos.”
Fiquei pensando, cá com meus botões:
Será que ao tentarmos unir, revitalizar as duas pontas (extremidades) da Vida, passado e futuro, não estaremos “roendo o presente”.
O autor é Psicanalista e possui Especializações em: Mitologias (Cefas), Sonhos e Símbolos (SPAG), Ópera e Psicanálise (Unicamp), Transtornos Psicossomáticos (S.N.H), Neurociências e Psicanálise (Soc. Psicanalítica de Campinas), Atualmente especializa-se em: Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (Hosp. XXII de Outubro).