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Itapira, 26 de Abril de 2024
Artigo
03/11/2014 | Nino Marcati: Uma rápida reflexão sobre as eleições

O processo eleitoral compreende cinco momentos distintos: convenção, campanha, votação, apuração e resultado. Tería­mos, ainda, um sexto momento, não oficial, a pré-campanha que se antecipa às convenções partidárias. Enfim, tudo é organizado como manda o bom figurino eleitoral, aqui ou em qualquer uma das melhores democracias do mundo.

A convenção partidária define as candidaturas entre os interessados cacifados para a disputa eleitoral. Cacife este marcado pela personalidade política, pelos apoios na área de atuação e pelo dinheiro suficiente para encarar a empreitada. A maioria dos candidatos desprovidos viaja na maionese.

É na campanha que o eleitor exercita o poder de escolha. Para isso ele deve contar com a aproximação e desnuda­mento dos candidatos. É quando se busca a identificação do pensamento de quem vota com aquele que se pretende votar e associa com os benefícios que o escolhido poderá produzir para a população. Há quem faça essa escolha usando parâmetros diferentes e individualistas, moralmente condenáveis, mas democraticamente permitidos.

A votação é o sacramento da escolha. A apuração é a verificação da abrangência da nossa visão política e a consa­gração dos vitoriosos. Já a derrota do candidato votado, em qualquer nível, representa que a maioria discorda daquela escolha. Nem todas as pessoas estão preparadas para essa realidade. Durante a campanha, muitos eleitores transfor­mam as suas aspirações e desejos em realidade forçada, antes do tempo. Daí a decepção, daí o inconformismo com o resultado. A loucura dessas pessoas chega, muitas vezes, a criar situações que prejudicam a cidade em que mora e até o país, só para provar que seu voto era o mais acertado. Loucura lastreada, quase sempre, na desinformação, no sentimento antidemocrático e, o que é pior, no preconceito.

As eleições deste ano foram pródigas em brigas de amigos e parentes, ao vivo ou nas redes sociais, por conta das divergências nas escolhas. Dá para considerar cultural­mente desenvolvido ou politizado quem troca uma relação duradoura pelo credo neste ou naquele candidato, neste ou naquele agrupamento político?

Finalmente, é inconcebível a desqualificação eleitoral ao se estabelecer, inconscientemente talvez, a diferenciação no valor do voto, como se o voto de alguns devesse ser mais importante do que o de outros ou, ainda, que os votos de determinadas regiões são mais conscientes do que os de outras paragens como se não existisse a pulverização das escolhas pelo país inteiro.

Em que pese todos os prós e os contras dessa eleição, é fato que ainda não temos uma democracia consolidada, mas temos uma democracia experimentada e resistente. Passamos por percalços nunca dantes imaginados. No final das contas prevaleceu a salutar divisão entre minoria e maioria, com a primeira devendo respeitar a segunda, como sempre deve ser.

Fonte: Nino Marcati

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