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Itapira, 26 de Abril de 2024
Artigo
06/02/2011 | Os vereadores expectam. O Egito agita!

Quem esperava posições bombásticas no retorno da atividade legislativa itapirense acabou vendo mesmo, só os navios.  Os politicamente envolvidos, os politicamente curiosos e a imprensa, ávidos por novidades, alimentados pelas peripécias do trimestre passado, acreditavam que na casa dos vereadores, coisas inusitadas poderiam acontecer. Terça última, primeira sessão do ano, todos de olho até a decepção.

Penso que nem tudo está perdido. Louvo a expectativa criada. Tal imprevisibilidade dá um toque especial à composição dessa Câmara. Apresenta, na pior das hipóteses, um grau de diferenciação. Queiramos ou não, coloca-se na pauta um ligeiro ensaio de independência, um anseio por liberdade em relação ao poder executivo ou ao líder que dominou – e tenta recuperar – o bastião da política itapirense.

Não sei se as iniciativas de alguns vereadores foram de fato, espontâneas, lastreadas em circunstâncias reais ou fabricadas. Assim como nada pode ser dito sobre eventuais cumplicidades. Corre-se o risco da existência de maquinarias estrategiadas pelos buscadores de vitórias, a qualquer preço, do poder, pelo poder. Sinal flagrante de arremedo das ditaduras, adornadas de democracia, amantes de um povo que se candidata, muitas vezes, ao ferrolho histórico. Da minha parte, espero que os movimentos contrários aos anseios políticos futuros, não caminhem para o confronto desmedido ou tresloucado, mas para a consciência do valor do voto recebido e para a noção da representatividade outorgada.

Aparentemente, pelo menos, alguns lances interessantes, na sessão de terça-feira, puderam ser observados: a) A vereadora Sonia Calidone que até o ano passado pedia vista à maioria das indicações oposicionistas, agora, concentrou-se nas iniciativas do situacionista vereador Ferrarini. A mesma vereadora mudou-se, literalmente, para as bandas da oposição, sentando-se ao lado do vereador desafeto, de antes, Carlinhos Sartori. Seriam esses os sinais concretos da sua caminhada oposicionista? Ainda é cedo para avaliar os passos da vereadora, suas raízes virtuais com o governo continuam sólidas e dormem do outro lado da cama dela. 

b) Os vereadores Paulo Andrade e Cleber Borges não ofereceram, por conta das ausências, pistas de eventuais mudanças, mas arrisco um leve palpite: eles, juntos ou separados, poderão formar ou apoiar uma terceira ou quarta via nas próximas eleições municipais. Não votarão, sistematicamente, com o governo Bellini. Em suma, não integrarão a bancada situacionista.

c) Apesar do vereador Mauro Moreno não ter comparecido ao ato recentemente patrocinado pelo PTB, assumiu – pelo direito que lhe cabe - a sua condição de líder petebista. Esse ato, segundo o meu ponto de vista, foi um sinal consistente de que ele também não passará para a situação. Parece estar designado para pavimentar, no legislativo, mais uma via prefeitável.

Não posso deixar de registrar, que o surgimento de candidaturas com propostas alternativas aos dois principais grupos, beneficia apenas um deles: o grupo liderado pelo ex-prefeito, cujos créditos - imagina-se - superam a casa dos vinte mil votos.  Sorte do deputado? Manoel Marques - que não é bobo nem nada - prefere o mano a mano.

Projetos patrocinados pelo poder executivo, com características polêmicas, poderiam dar os nomes aos bois. Aguardemos, pois.

A história da humanidade é abundada de ditadores. Por culpa deles, milhões de pessoas morreram – e morrem - de fome, foram – e são - assassinadas ou torturadas por diferentes motivos ou viveram – e vivem – apartadas das suas dignidades.   Quando nos deparamos com a luta campal do povo egípcio, nos indignamos com a violência, com a desordem, com a intolerância, com a incapacidade de solução dialogal...   Mohamed Hosni Mubarak governa o Egito desde 14 de Outubro de 1981 e preparava o filho para continuar o seu legado. Mubarak auto se intitula pai da democracia egipcia. Mas não quer largar o osso, de jeito nenhum.  O povo cansou, não tinha caminhos.  A crise no Egito nos mostra, também, que os EUA afagam e aprovam as ditaduras amigas. O Egito, por exemplo, além do apoio político, recebia um bilhão e trezendos milhões dolares, todos os anos. As inimigas, condenação moral, embargos econômicos e financeiros. O povo americano despresa e rejeita as ditaduras para a vida deles.  Sabem que não é um bom negócio. Xô ditadura!

Fonte: Nino Marcatti

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