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Notícia
08/04/2015 | Grupo VO apresenta estratégia para enfrentar pior crise de sua história

  

Joamir e Mauro Pompeu durante conversa com imprensa

 

Na quarta-feira, 01, o Grupo Virgolino de Oliveira recebeu veículos de comunicação da cidade para fornecer detalhes de sua estratégia para superar um dos momentos mais delicados e de maior difi­culdade de sua história. Na semana passada, num movimento que apanhou muita gente de surpresa e que gerou, inclusive, uma saia justa com o Sindicato dos Trabalhadores da In­dústria da Alimentação, a empresa convocou por iniciativa própria a maior parte dos trabalhadores que desde novembro do ano passado estavam em estado de greve devido a falta de pagamento de salários e encargos traba­lhistas.

Ofereceu a eles uma pro­posta para pagamento dos salários atuais assegurando que a Justiça do Trabalho já dispõe de todos elementos necessários para quitação dos débitos anteriores. A maioria dos colaboradores acabou dando um voto de confiança a empresa.

O executivo Joamir Al­ves, 60 anos de idade e a mais de 20 atuando no setor sucroenergético, foi convidado no início do ano pela empresária e principal acionista do Grupo VO, Carmem Ruette de Oliveira para presidir a corporação. Ele recebeu jornalistas em companhia de Marcos Ro­berto dos Santos, gerente de custos, e de Mauro Pom­peu, gerente da unidade de Itapira, quando forneceu detalhes da estratégia de recuperação dos negócios.

Em linhas gerais, infor­mou que o processo de recuperação exige pressa e agilidade. O início oficial da safra, que até cerca de 30 dias atrás estava prati­camente descartado para este ano, vai acontecer ao mesmo tempo nas quatro unidades do grupo: Itapira, Ariranha, Monções e José Bonifácio.

Em Itapira ficou acerta­da a data de 02 de maio, quando, provavelmente, a empresária deverá manter a tradição de convidar ami­gos, familiares e autorida­des diversas para uma missa de ação de graças. O grupo todo deverá moer algo em torno de oito milhões de toneladas de cana, sendo que deste total cerca de 20% serão processados na usina local.

A título de comparação, em anos de vacas gordas, o processamento total atin­gia cerca de 11 milhões de toneladas . Os trabalhos no atual momento focalizam o processo de manuten­ção do setor industrial e também dos canaviais. “Precisamos realizar em 40 dias aquilo que devería­mos, em situação normal, completar em 90 dias”, comparou.

Alves fez um apanhado sobre as dificuldades que o Grupo VO enfrentou e que conduziram à situa­ção desconfortável no ano passado, lembrando que o setor realizou pesados investimentos a partir de 2005 acreditando nas pro­messas do governo de que o Etanol teria tratamento prioritário na matriz ener­gética do país e o que se verificou em seguida foi exatamente o contrário. “O grupo VO também realizou pesados investimentos, adquiriu duas novas usinas e a exemplo de todo setor, veio posteriormente a sen­tir as enormes dificuldades decorrentes das mudanças de orientação dentro do governo”, acrescentou.

Para equacionar as di­versas pendências como por exemplo com arrenda­tários de terra e fornece­dores, a empresa tem um plano que prevê a entrada de recursos durante a fase de maturação da safra. Uma das estratégias ado­tadas foi a solicitação de desligamento temporário, por dois anos, dos quadros da Coopersucar, para que a empresa tenha maior agilidade e facilidade para negociar com o mercado e desta forma levantar os recursos que necessita para alavancar seu plano de recuperação.

Em meio a um turbilhão de problemas, pelo menos uma boa notícia foi ventila­da durante o encontro com os jornalistas. “Tivemos nesse começo de ano uma boa ocorrência de chuvas o que vai nos permitir uma boa produtividade”, disse o executivo. Outro ponto que considera relevante diz respeito ao processo de reestruturação administra­tivo planejada de forma a reduzir custos e aumentar a competitividade.

Colaboradores

Alves falou sobre os problemas trabalhistas enfrentados pelo grupo e garantiu que nenhum cola­borador ficará sem receber os atrasados. Mencionou que a Justiça do Trabalho de Catanduva já tem tudo encaminhado para que seja concluído o processo de venda da Fazenda São José das Borboletas que deverá canalizar algo em torno de R$ 80 milhões, mais do que suficientes para quitar todos os débitos trabalhistas, segundo seu raciocínio.

Está em curso um pro­cesso de substituição dos trabalhadores que pediram desligamento. Mauro Pom­peu informou que pelo menos 100 vagas estão sendo novamente preen­chidas. A expectativa é de que com o acréscimo dos trabalhadores da área agrí­cola, 1,3 mil pessoas estarão empregadas durante a fase mais aguda da safra.

A respeito das divergên­cias com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação, o executivo mostrou-se bastante diplo­mático. Em sua opinião, as circunstâncias determina­ram a estratégia de convo­cação dos trabalhadores de uma maneira bastante rápida, acrescentando que respeita totalmente a po­sição do sindicato e que enxerga um papel muito importante exercido por suas lideranças para a con­secução dos projetos da empresa, reforçando sua opinião de que em mo­mento algum a empresa atuou deliberadamente de forma a deixar de lado o sindicato no entendimento mantido com o quadro de colaboradores. Aproveitou para reiterar que todos os débitos pendentes serão solucionados.


 

Um executivo especializado em reestruturação empresarial
 
 
A empresária e benemérita Carmem Ruette de Oliveira foi buscar no mercado um executivo que possui em seu currículo grande expertise em lidar com situações de reestruturação empresarial para substituir a ela própria no comando do Grupo VO. Joamir Alves já passou por empresas de renome como a Bombril, Dedini, Cosan e a Companhia Energética Santa Elisa, entre outras.
 
Indagado se já tinha se deparado com um quadro tão difícil quanto este encontrado no Grupo Virgolino de Oliveira, afirmou que vivenciou uma experiência parecida quando geriu o Grupo Chapecó, da cidade de mesmo nome em Santa Catarina. Ele disse que sua experiência no setor sucroenergético remonta de pelo menos 20 anos atrás.
 
Em linhas gerais deixou claro que o atual momento exige a adoção de medidas cirúrgicas para melhorar o fluxo de caixa, diminuição do endividamento e um tratamento adequado para a questão dos credores. Ele diz que a partir do momento em que os primeiros desafios forem suplantados será possível vislumbrar outras formas de geração de caixa e uma destas alternativas seria a co-geração de energia elétrica nas unidades de Monções e José Bonifácio, projeto que necessita de parceria, segundo comentou.
 
Ele assumiu suas funções a partir de 13 de janeiro deste ano. Confidenciou que reporta-se quase que diariamente à acionista principal. “A palavra final é sempre dela”, disse referindo-se a empresária. Ele garantiu ainda que a empresária está bastante determinada e totalmente focada na recuperação dos negócios. “Sua maior preocupação tem sido exatamente a quitação dos débitos com os trabalhadores. Isto estava lhe causando um enorme desconforto”, revelou.
 
Fonte: Da Redação do PCI

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