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Notícia
28/03/2018 | Luiz Santos: Páscoa: A Urgência da Notícia e a necessidade da Galileia

Comemoramos nesse domingo a Páscoa da Ressurreição do Senhor Jesus Cristo. De todos os grandiosos feitos de Deus, nenhum se compara a esse. Trazer de dentre os mortos o seu amado Filho Jesus em um corpo humano glorificado e como consequência desse milagre pascal, a vida eterna para todos quantos foram objetos do seu amor sacrificial, pelos quais livremente abraçou a paixão e a morte de cruz. Embora esse feito de Deus em Cristo nos deixe admirados e perplexos, desde aqueles dias não houve tempo para a ociosa contemplação desse mistério. Assim que as mulheres chegam ao túmulo o anjo as comissiona com o dever de ir e anunciar a Ressurreição de Jesus aos discípulos. E esses, por sua vez, não deveriam ficar paralisados ante inaudita e maravilhosa notícia. Deveriam colocar-se em movimento e voltar à Galileia para um tempo de cura espiritual, emocional e recomeço da vida e do ministério. A Galileia é o lugar do ‘primeiro amor’, dos primeiros encontros com Jesus, dos primeiros milagres, dos primeiros chamados, dos ensinamentos mais belos e profundos, um lugar de oposição menos feroz, menos perigosa, como era quando estavam na Judeia, que aliás, foi o palco da aterrorizante e traumatizante experiência da cruz. Depois de receberem novas instruções e de serem revigorados pelas aparições fantásticas de Jesus, de receberem novas e precisas instruções de como deveriam proceder, receberam também a comissão de serem testemunhas e proclamadores de tudo quanto haviam aprendido (Mt 28. 19,20). A cruz e a ressurreição deveriam ser as lições mais importantes e as mais essenciais a serem transmitidas durante a sua missão apostólica. Depois, deixando novamente a Galileia voltam à Jerusalém, vão aguardar a vinda do Espírito da Promessa. A experiência da Páscoa deve ser um paradigma para a missão da Igreja de todos os tempos. A notícia, a ‘Boa Notícia’ da ressurreição não pode esperar, deve ser transmitida rapidamente, deve ser uma ação de pessoa a pessoa, deve ser dada em todo o círculo de conversas, não deve encontrar barreiras intransponíveis para um discípulo e nem uma oposição tal que ele não possa anunciar a Jesus Ressurreto como o Salvador de todo aquele que crê. Discipular é uma tarefa que pode levar-nos às lágrimas muitas vezes. Falar de Jesus, ensinar o Evangelho, ensinar a viver o Evangelho por meio do exemplo, da ética e das obras, pode muitas vezes não ser bem aceito e nem bem compreendido por parte daqueles a quem somos enviados. Nunca nos faltarão circunstâncias e motivos humanamente razoáveis para desistir do discipulado e da urgente tarefa de proclamar que Ele está vivo e que deseja salvar o pecador. Os discípulos de Emaús (Lc 24. 13-21), os demais escondidos e trancafiados numa sala por medo (Jo 20.19), o recalcitrante Tomé (Jo 20.24) e tantos outros anônimos são testemunhas que sempre pode haver uma dose bastante forte de decepção e cansaço no discipulado e na missão. Quando isso acontece voltar à Galileia é uma coisa necessária. Voltar ao primeiro amor é um santo remédio para a alma. Isso significa não só relembrar os tempos ‘dos pequenos começos’ (Zc 4.10), mas também voltar a ouvir a voz do Senhor com paixão, prazer, encantamento e pronto acatamento. É uma espécie de ‘voltar ao primeiro amor’ (Ap 2. 4,5). Em cada manhã de Páscoa recebemos os mesmos comandos. Primeiro, precisamos ser apressados para contar aos demais que a morte foi vencida, que não só a cruz, mas também o túmulo está vazio, os laços do inferno não puderam prendê-lo e Ele vivo está. Não temos tempo a perder, nossa missão é gritar ao mundo: “A morte foi destruída pela vitória. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? "O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.54-57). E segundo, precisamos voltar à Galileia onde nos espera o Senhor, lá Ele quer curar-nos, deseja devolver serenidade e paz ao nosso coração, quer devolver a alegria do discipulado e fortalecer-nos na missão. Para nós, nessa manhã de Páscoa, nossa Galileia é a pureza e a suficiência do Evangelho e a comunidade de fé onde Cristo nos espera e onde podemos descansar nas suas promessas e na companhia dos irmãos. Feliz Páscoa da Ressurreição!

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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