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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Notícia
02/09/2016 | Saae recebe equipamentos para tratamento de lodo da Estação de Água

Com investimentos de quase R$ 3 milhões, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Itapira) está dando andamento às obras da primeira estação de tratamento de água de lavagem de filtros e de lodo de uma estação de tratamento de água da região. Nesta semana, chegaram ao canteiro de obras os equipamentos desidratadores de lodo, que desempenharão um papel fundamental no processamento de rejeitos da ETA que acontecerá ali. Apenas neste maquinário o investimento foi de cerca de R$ 1 milhão, segundo o presidente do Saae, José Armando Mantuan.

O tratamento da água de lavagem de filtros e de lodo é uma etapa inovadora e ecologicamente correta que é realizada em pouquíssimos municípios brasileiros. Com ela, Itapira terá a primeira Estação de Tratamento de Água ambientalmente correta da região e em uma das únicas do Estado de São Paulo.

            No momento em que estiver concluída a estação que sendo erguida na Avenida dos Italianos, junto à captação do Ribeirão da Penha, todo o material filtrante dos tanques de tratamento existentes na ETA será encaminhado para limpeza. Para isso, ele passará por processos que retirarão o restante de água de sua composição, tornando-o pastoso e possível de ser utilizado como cobertura de aterros sanitários, por exemplo. Esta operação será feita nos desidratadores que chegaram ao canteiro de obras nesta semana e que serão instalados por equipes especializadas no final da obra, que já caminha para sua conclusão.

            O tratamento do lodo é importante para evitar o assoreamento do Ribeirão da Penha, pois até o momento toda a água de lavagem de tanques, que contém diversos materiais, é despejada diretamente no manancial. Além disso, o tratamento também evitará a eventual contaminação do Ribeirão da Penha por metais utilizados na purificação da água.

A construção da estação de tratamento de água de lavagem e de lodo é ainda um investimento que proporcionará grande economia ao Saae e ao município. Hoje, a autarquia deve, periodicamente, com apoio de equipes da Prefeitura, fazer o desassoreamento do Ribeirão da Penha para retirar o lodo lá acumulado. Ao projetar a estação de tratamento de água de lavagem, o Saae fez estudos econômicos que mostraram que o custo de retirada do lodo depositado no Ribeirão da Penha em dez anos o Saae já gastaria o equivalente ao valor total da obra. Contudo, a construção está sendo paga em em vinte anos. Assim, o Saae irá gastar por ano, nas próximas duas décadas, metade do valor que desembolsaria para limpar o Ribeirão da Penha.

            Além destas vantagens técnicas e financeiras, a obra transformará radicalmente a Estação de Tratamento de Água de Itapira. Ela será pioneira também no reaproveitamento de água. Isso porque toda a água recuperada do lodo enviado à nova estação retornará à ETA,  tornará a primeira de caráter ecologicamente correto da região também porque toda a água que compõe o lodo a ser tratado será reaproveitada. As projeções dos técnicos da autarquia mostram que mais de 98% desta água voltará à ETA. Até o momento, toda vez que o lodo é despejado no Ribeirão da Penha esta água é desperdiçada.

 

............

 

 

Sistema de Tratamento da Fase Sólida da Estação de Tratamento de Água de Itapira – Recuperação das Águas de Lavagem de Filtros e Tratamento dos Rejeitos Sólidos

 

“TRATAMENTO DO LODO DA ETA”

 

 

Os grandes problemas ambientais e o consequente aumento da conscientização em torno das exigências nesta área têm levado o setor de saneamento a empreender maiores cuidados com a disposição dos rejeitos gerados no processo de potabilização da água. Os custos decorrentes destes cuidados, dependentes das quantidades descartadas, tornam cada vez mais viáveis e justificáveis o aprimoramento dos processos e a minimização dos descartes.

O tratamento dos rejeitos de ETA (Estação de Tratamento de Água) pode decorrer de uma necessidade de preservação dos recursos ambientais, seja do ponto de vista de captação ou de lançamento, resultando também numa estratégia de redução dos desperdícios no processo mediante aumento direto da eficiência e, quando viável, a recuperação para o próprio abastecimento ou para outros usos qualitativamente menos restritivos das águas recuperadas.

Além dos aspectos econômicos e ambientais que envolvem esses cuidados, devem ser levados em conta os aspectos legais que norteiam as práticas ambientais das atividades do setor produtivo quanto às suas responsabilidades civis e criminais (Lei Federal 9605/1998 – Lei de Crimes Ambientais).

Conforme a NBR 10.004 (ABNT, 2004), o lodo é classificado como resíduo sólido, não sendo permitido seu lançamento in natura em águas superficiais, considerando possíveis riscos ambientais e a saúde pública. Portanto, segundo esta norma, os lodos devem ser tratados e dispostos dentro dos critérios nela definidos.

A resolução CONAMA nº 357/2005 (Conselho Nacional do Meio Ambiente), determina as condições que devem ser cumpridas para o lançamento de efluentes de qualquer fonte poluidora, direta ou indiretamente nos corpos de água. Tais condições impedem o lançamento sem prévio tratamento do lodo produzido na ETA, devido a grande concentração de sólidos sedimentáveis presentes neste resíduo. Sendo assim, esta legislação exige maiores cuidados com a disposição do lodo gerado no processo de potabilização da água.

 

A ETA de Itapira é do tipo convencional de ciclo completo e teve sua concepção onde contempla apenas o objetivo de produção de água potável para abastecimento público não evidenciando nenhuma preocupação e previsão técnica para o tratamento da fase sólida. Atualmente a ETA lança todos seus rejeitos diretamente no corpo d'água mais próximo denominado Ribeirão da Penha, ponto este a jusante da sua captação.

Assim, foram contratados estudos e projeto abordando as características operacionais da ETA de Itapira, considerando os volumes de rejeitos gerados e seu tratamento, a possibilidade de máxima recuperação com segurança da qualidade das águas utilizadas nos processos de descargas dos decantadores e de lavagens de filtros, bem como o atendimento às condições impostas pela legislação.

 

 

Lodo: conceito e caracterização

 

O lodo é um subproduto do tratamento de água, gerado na ETA, formado por sólidos e precipitados químicos, constituindo uma massa de partículas orgânicas e inorgânicas, densa e viscosa.

Os lodos provenientes da ETA contem concentrações elevadas de metais, como: ferro, manganês e, sobretudo de alumínio, que ao serem lançados in natura em cursos de água podem induzir toxidade aos organismos aquáticos e aumentar a degradação destes ambientes, considerando que este resíduo, além de conterem metais apresentam também elevadas concentrações de sólidos orgânicos e inorgânicos, alta turbidez, demanda química de oxigênio (DQO), microrganismos e resíduos do próprio coagulante e de outros produtos utilizados para tratar a água.

Fatores estes que podem causar condições indesejáveis, tais como: a criação de bancos de lodo, o assoreamento do leito do ribeirão, a carga orgânica contida no lodo contribui para o consumo de oxigênio, alteração na cor e na composição química e ainda alterações biológicas, e com isso comprometer a estabilidade da vida aquática.

Através de análises, o lodo da ETA de Itapira foi caracterizado de acordo com a ABNT NBR 10.004/04, como um Resíduo Não Inerte, Classe IIA, o qual deverá passar por tratamento e ser descartado corretamente, inicialmente em Aterro Sanitário.

 

Tabela 1 – Principais características físico-químicas do lodo in natura

pH: 5,83

Sólidos totais: 10,90%

Sólidos sedimentáveis: 1.000 ml/l

IVL: 9,17 ml/g

Temperatura: ambiente

Densidade: 1.300 kg/m³

            Outro dado importante é a quantificação de lodo gerado que deverá passar por tratamento (dados de projeto). A Tabela 2 apresenta os valores por período do ano (estiagem/chuvoso), por decantador.

 

Tabela 2 – Valores de projeto

Parâmetros de Projeto

Teor de sólidos (g/m³)

Produção diária (kg SS/d)

Volume de lodo gerado (m³/período/dec.)

Média Período

300 l/s

380 l/s

300 l/s

380 l/s

Período de Estiagem

225,85

5.832,00

7.387,20

134,40

170,40

Período Chuvoso

513,32

13.296,96

16.842,81

306,60

388,50

 

Através destes dados, chegou-se á valores médios (nos 04 decantadores) de 600,00 m³ de lodo mensalmente.

Esse volume é o mesmo que dizer que o SAAE bascula aproximadamente 120 caminhões de terra e areia suja no Ribeirão da Penha mensalmente, contribuindo para seu desassoreamento.

Aproximadamente seriam depositados anualmente 7.200 m³ de lodo por ano no Ribeirão da Penha. Na hipótese de se realizar a limpeza e desassoreamento deste resíduo no ribeirão, o SAAE demandaria de um investimento da ordem de R$ 264.352,00/ano, contemplando sua remoção (drag line) e seu transporte para o Aterro Sanitário.

Levando-se em conta o valor previsto para a obra do sistema de tratamento do lodo (R$ 2.846.081,64), e o gasto que seria necessário para o desassoreamento do ribeirão, poderíamos ter um retorno de investimento em aproximadamente 10 anos.

 

 

Sistema de tratamento proposto

 

Com a análise dos dados estudados, e tendo como base sistemas de tratamento mecânico e naturais para o Sistema de Tratamento de Lodo da Estação de Tratamento de Água de Itapira, observou-se que o sistema natural se enquadra inviável devido a não haver grandes áreas para a implantação dos mesmos, de modo a se optar por um sistema que mesmo distanciado do ponto de geração de lodo, ainda prevalece compacto.

Desta forma o sistema será composto por desidratação da parte sólida através de adensadores e centrífugas, e retorno do líquido clarificado ao sistema de tratamento de água.

Através de ensaios com centrífuga de bancada chegou-se a uma redução de 50% do volume do lodo e um aumento nos sólidos totais deste resíduo, passando de 10,90% para 21,80%.

 

 

Imagens do lodo no decantador e seu descarte no Ribeirão da Penha

 

 

Limpeza do decantador

 

 

Ponto de lançamento no Ribeirão da Penha (jusante)

 

 

Lodo no Ribeirão da Penha

 

 

Fonte: Assessoria de Imprensa PMI

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