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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
13/11/2010 | A Câmara secreta mistérios?

Tudo corria mais ou menos bem na casa dos cinco a cinco - quando precisava, a oposição mostrava a força e a situação o controle da máquina - até que dois projetos polêmicos, que se arrastavam pelos corredores do legislativo, Área Azul e Unimed, foram aprovados, por unanimidade, como um simples voto de pesar: em silencio respeitoso.

A aprovação em si era de somenos. O clima de constrangimento provocado pelo “cala-te boca” com ares de ensaiado despertou a minha curiosidade.

Das conversas inconsequentes às lucubrações dirigidas, ora com a imprensa, ora com vereadores, situacionistas e oposicionistas, e partidários das mesmas laias apanhei uns rescaldos. Ei-los aqui, acompanhados do meu singelo ponto de vista. As fontes por questões éticas serão poupadas.

Um disse: “A oposição aprovou seguindo a orientação do homem lá de cima. Ele esperou a eleição, não queria que a gente tirasse uns votinhos dele.” O homem lá de cima é o deputado Barros Munhoz. Como costumeiro qualquer coisa esquisita e mal contada é imediatamente atribuída ao grande satã municipal. Particularmente, não acredito que Munhoz chegasse ao ponto de dar na cara tanta insensatez. Seria mais do que loucura. Seria mais louco que o Batman.

Outro contra-atacou: “Aprovamos depois de entender o que o prefeito queria e o que faria com o dinheiro desbloqueado. Votamos em beneficio do povo e para evitar o risco de perder a ação na justiça. Com que cara a gente ia ficar se isso acontecesse?” Eu confesso que não entendi direito a explicação de que votaram quando entenderam as  intenções do prefeito e muito menos sobre o tempo que demoram para entender. Já o medo de perder na justiça, foi força de barra. A tese da Unimed não vem sendo acolhida com igualdade nas diversas varas de justiça. Prova disso, está no interesse da Unimed em acordar. Esse negócio de que mais vale um mau acordo do que uma briga boa só interessa para quem está na dúvida ou para encurtar o serviço dos advogados espertos.  

Teve quem nomeou os bois: “No caso da Área Azul sabíamos de antemão que o Zé Branco, por conta do seu interesse em se tornar presidente da Câmara, e Toninho Orcini, pela pressão dos comerciantes, votariam com a situação. Apesar de não acreditarmos que a terceirização do estacionamento rotativo será benéfica para a cidade, não queríamos ser massacrados pela opinião pública.” O vereador deve votar sempre de acordo com a sua consciência, depois de ouvir e discutir com os seus representados. Deve defender suas convicções. Jamais deve votar em algo que acredita que vai dar errado, mesmo que isso lhe custe impopularidade momentânea. O resultado das votações seja por maioria ou por unanimidade representa a posição da instituição. Esse negócio de achincalhar os votos perdedores contrários é próprio dos imbecis.  Na democracia isso se chama minoria.

O mais enfezado logo disparou: “Só sei que o Zé Branco entrou na Câmara com um monte de dinheiro na mão falando que o problema de todo mundo estava resolvido. Bradava: o projeto da Unimed será aprovado.” Segundo o vereador disparador, um colega quase chamou a polícia para pegar o Zé no flagra. Será mais uma denuncia para as calendas. Convenhamos, não é esquisita a informação de que quase a polícia foi acionada? O que evitou essa chamada? Por que todos, de repente, votaram a favor, em silêncio? Quem teria tanto interesse na aprovação desse projeto ao ponto de abrir as burras de dinheiro beneficentes? Será que o vereador Zé Branco seria tão inocente ao ponto de levar a prova do crime contra si no tribunal?

O mais cordato sentenciou: “Faz parte dos entendimentos preliminares mantidos entre o governo belinista e Totonho Munhoz. Foi a senha da mão estendida, demonstração de que ele, quando fala da aproximação, fala com seriedade.” É surreal, mas dentre as possibilidades esta é que mais se casa com outros acontecimentos.

Um vidente futurou: “Nós vamos ganhar a presidência sem perder nenhum voto. Até a Sonia e o Mané votarão no Zé Branco. O Cleber não olha na cara do Paulão. O Orcini está com o Carlinhos por aqui. Três deles me ofereceram voto para presidente, mas eu recusei. O Paulão, desgostoso, vai dar o fora. É hora do nosso troco.” Nesse mundo tudo é possível. Mas eu acho muito estranho o grupo oposicionista, depois da recuperação eleitoral local do líder maior se desmanchar como lesma no sal. Aí tem. Não sei o quê. Mas que tem, tem!

Fonte: Nino Marcatti

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